segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Offseason 2014 – ProBowl e Novos Técnicos!



Imaginem que a NFL aboliu a regra do Salary Cap; e um dono de franquia multimilionário resolveu investir pesado na criação de um “Dream Team”...

Imaginem como seria torcer para uma equipe comandada por Drew Brees (Saints); tendo no banco dois Quarterback’s como Phillip Rivers (Chargers) e Alex Smith (Chiefs). Para o jogo terrestre, sua equipe contaria com Matt Forte (Bears); mas poderia alternar jogadas com DeMarco Murray (Cowboys) e LeSean McCoy (Eagles). Já para o jogo aéreo, seu time teria dois excelentes Wide Receivers: Brandon Marshall (Bears) e Josh Gordon (Browns); além de uma dupla de Tight Ends bem “razoável”: Jimmy Graham (Saints) e o lendário Tony Gonzalez (Falcons). Isto sem falar em sua defesa – com jogadores do nível de Derrick Johnson (Chiefs); Robert Mathis (Colts), Antrel Rolle (Giants) e Vontaze Burfict (Bengals)...

Seja sincero: teria alguma graça?

Claro que não!

A NFL sabe que o equilíbrio de forças é justamente seu maior encanto...


Mas uma vez por ano, a Liga viaja para o Hawaií e reúne alguns de seus melhores atletas – formando duas “seleções” para a disputa do ProBowl!

Em teoria, um jogo maravilhoso – com duas equipes recheadas de estrelas...

Na prática... um excelente remédio contra a insônia!

Confesso que tentei assistir ao jogo até o final, disputado neste último domingo (26.01.2014), mas o sono me venceu...

E não se trata apenas do maldito Horário de Verão brasileiro – que torna a vida dos fãs da bola oval um verdadeiro tormento; mas principalmente porque a falta de intensidade e vibração dos atletas é visível...


Ao menos para mim, fica nítida a má-vontade da maioria dos jogadores (uma preguiça talvez), em disputar uma partida que não serve para “coisíssima” nenhuma! E como agravante, os atletas ainda estão expostos a uma possível lesão grave – como no lance em que A.J. Green sofreu uma “paulada” violenta (que certamente causou calafrios em todos os torcedores dos Bengals)!

É claro que o jogo é uma festa – e os jogadores adoram viajar para o arquipélago paradisíaco perdido no meio do Oceano Pacífico; onde reencontram velhos amigos e podem “bater uma bolinha” sem as tensões da temporada regular ou playoffs...


Mas mesmo com a mudança ocorrida este ano (“amigos” do Jerry Rice contra “amigos” do Deion Sanders; no lugar do tradicional confronto entre a seleção da AFC contra a seleção da NFC); a partida não pode ser classificada como “emocionante”...

Bem longe disto!

Muitos erros (oito turnovers – incluindo seis interceptações; e nove sack’s) e um 3º Quarto especialmente ruim acabaram “maculando” a disputa; que pelo menos “saciou” a vontade dos fãs de assistirem atletas da mesma equipe se enfrentando; e jogadores de Conferências distintas atuando juntos pela primeira vez...

O quê? Vocês não sabem quem são Jerry Rice e Deion Sanders?


Jerry Lee Rice é conhecido como “o maior WR de todos os tempos”. Três títulos do Super Bowl – todos com a camisa do San Francisco 49ers (dois deles conquistados em cima dos Bengals), que aposentou sua camisa nº 80; selecionado 13 vezes para o ProBowl; campeão da AFC pelo Oakland Raiders; e detentor de inúmeros recordes da NFL. Entre 1985 e 2004, anotou “apenas” 208 TD’s! Com isso, sua vaga no Hall da Fama estava mais do que garantida...

Seu único “adversário” capaz de detê-lo foi Deion Sanders!


O Cornerback com passagens por Falcons, 49ers, Cowboys, Redskins e Ravens; jogou entre 1989 e 2005; e foi campeão do Super Bowl duas vezes – sendo eleito para o ProBowl oito vezes; entrando para o Hall da Fama em 2011. Para um defensor, seus números são impressionantes: 53 interceptações e 22 TD’s. Curiosamente, o Sr. Sanders também jogou beisebol profissionalmente entre 1989 e 2001 – com passagens por grandes times (New York Yankees, Atlanta Braves, San Francisco Giants... e por duas vezes jogou no Cincinnati Reds – temporadas de 1994 e 1995; 1997 a 2001)!

Para quem começou a acompanhar a NFL recentemente: imagine a mídia envolvida nos confrontos entre Tom Brady e Peyton Manning – cobrindo a intensa rivalidade entre Richard Sherman e Michael Crabtree...


Era mais ou menos isso o que acontecia nos confrontos entre Sanders e Rice!

E exatamente por isso, a dupla foi convidada para estrear este novo “modelo” de confrontos no Pro Bowl 2014...


O time “Rice” venceu a partida por 22 x 21; graças a um passe de 20 jardas para TD de DeMarco Murray e a conversão de dois pontos de Mike Tolbert (Panthers); faltando menos de um minuto para acabar o jogo. A equipe “Sanders” ainda teve a “remota” chance de virar o placar, faltando cinco segundos, mas Justin Tucker (Ravens), para variar, errou um Field Goal de 67 jardas...

(Ok... foi maldade! Esse erro está plenamente justificado pela distância!)


A.J. Green, em seu terceiro ProBowl nos primeiros três anos de carreira; jogou pelo time “Sanders” – mas sua performance fora discreta. Sua única jogada aconteceu ainda no primeiro Quarto, quando Andrew Luck (QB de Indianapolis) fez um passe curto e o nosso camisa nº 18 avançou por sete jardas; antes de ser derrubado por Robert Mathis (Linebacker dos Colts). Esta foi a primeira vez que Green não anotou pontos no jogo das estrelas...


Em compensação, Vontaze Burfict fora destaque na linha defensiva do time “Rice” – derrubando os “gigantes” Jamaal Charles (Chiefs); Alfred Morris (Redskins); Cam Newton (Panthers – após um fumble sofrido e recuperado pelo QB no 3º Quarto); Eddie Lacy (Packers) e Jason Witten (Cowboys). Para coroar sua atuação de “gala”, nosso Linebacker interceptou um passe de Andrew Luck ainda no 1º Quarto!

Com isso, encerra-se oficialmente a participação dos jogadores dos Bengals nesta temporada 2013 – cuja disputa do Super Bowl ficará entre Denver Broncos e Seattle Seahawks; no próximo domingo (02.02.2014); no MetLife Stadium, em Nova York.


Mas a preparação para a temporada 2014 já começou em Cincinnati!


Jay Gruden, nosso Coordenador Ofensivo, assinou contrato como Treinador Principal do Washington Redskins; e Mike Zimmer (Coordenador Defensivo responsável por tornar nossa defesa uma das mais respeitadas da Liga) assumirá o comando do Minnesota Vikings na próxima temporada...


Isto comprova a qualidade do trabalho desenvolvido pelos Bengals nos últimos três anos (ou seja: durante a Era “Dalton-Green”); pois dois treinadores “assistentes” foram convocados para assumir duas equipes tradicionais da NFL!

Isto certamente nos enche de orgulho...

Mas também é preocupante – pois representa uma “quebra violenta” no trabalho de reconstrução e fortalecimento da equipe de Cincinnati!

Pelo menos no ataque, até o presente momento, os especialistas estão otimistas:


Hue Jackson assumirá o posto deixado por Gruden...

Nascido em 22 de Outubro de 1965; Jackson trabalhou por quase dez anos no futebol universitário antes de ser contratado pelos Redskins como “Treinador de Running Backs” (temporadas de 2001 e 2002). Em 2003, assumiu o posto de “Coordenador Ofensivo” da equipe da Capital Federal. Em 2004, foi contratado pelos Bengals como “Treinador de Wide Receivers”; e permaneceu em Cincinnati até 2007 – quando foi contratado como “Coordenador Ofensivo” dos Falcons...

Em 2008 e 2009, trabalhou como “Treinador de Quarterbacks” em Baltimore; e em 2010 voltou a ser “Coordenador Ofensivo” – desta vez em Oakland. Em 2011, assumiu como “Técnico Principal” dos Raiders; e fez um bom trabalho (08 vitórias e 08 derrotas); mas a equipe californiana terminou fora dos playoffs; e o novo General Manager Reggie McKenzie o demitiu em 10.01.2012...


Eis que os Bengals o recontratou em 17.02.2012 – desta vez como “Treinador da Linha Secundária” e “Assistente de Special Teams”. Mas com a aposentadoria de Jim Anderson; Hue Jackson assumiu como “Treinador de Running Backs” em 2013; e agora herdou o posto de “Coordenador Ofensivo” de Cincinnati!

Espera-se que Jackson mantenha o mesmo estilo de jogo de Gruden (com quem trabalhou diretamente no último ano); mas imaginamos um jogo corrido mais presente – aliviando a pressão sobre os passes de Andy Dalton!

T.J. Houshmandzadeh, um dos destaques de Cincinnati durante a primeira passagem do treinador; declarou à imprensa esta semana:

- Jay Gruden fez muitas coisas boas pelos Bengals; e estava na cara que ele iria conseguir um emprego de mais destaque... Por isso, a diretoria foi inteligente ao recontratar Jackson alguns anos atrás – preparando-o para o futuro. Isto foi bom para Cincinnati, bom para o Marvin Lewis, bom para a família Brown e principalmente bom para o próprio Jackson! Hue gosta de correr com a bola; mas também fará de tudo para equilibrar o ataque; alternando corridas com bons passes curtos e outros em profundidade. Eu aposto metade da minha aposentadoria que o ataque dos Bengals estará ainda melhor em 2014!


Curiosamente, Marvin Lewis e Hue Jackson trabalharam juntos pela primeira vez em 2002 – quando nosso “Técnico Principal” era o “Coordenador Defensivo” do Washington Redskins (primeira equipe profissional de Jackson)! E Lewis não poupou elogios ao “antigo” colega:

- Estou muito animado com a promoção do Hue... Somos abençoados de ter um corpo técnico tão capacitado que nos permite substituir as peças sem recorrer ao mercado! Ele manterá a linha de trabalho que estamos desenvolvendo nos últimos anos; mas acredito que trará algo inovador ao nosso ataque. E sem dúvida alguma, a experiência e o conhecimento profundo de Hue sobre todos os aspectos de um time de futebol são tesouros inestimáveis...


Jackson retribuiu a “rasgação de seda”:

- É uma honra assumir o posto de “Coordenador Ofensivo” e continuar trabalhando com Marvin e Mike Brown [proprietário da equipe]! Só posso agradecê-los pela oportunidade e confiança no meu trabalho... Nosso objetivo é alcançar a excelência e, deste modo, conquistar o troféu Vince Lombardi! E podem ter certeza que vou trabalhar incessantemente para conquistarmos esse objetivo!


O grandalhão Andrew Whitworth, um dos líderes de nossa linha ofensiva, elogiou o trabalho desenvolvido por Gruden:

- Estou feliz pelo Jay... Quando outras equipes vêm buscar Coordenadores Ofensivos e Defensivos para assumir o controle total do time, sabemos que estamos caminhando na direção certa... Sabemos que ainda somos uma equipe jovem; e muitos destes garotos só conhecem o estilo de jogo do Gruden. Então vamos ver como podemos adaptá-los ao novo sistema no menor tempo possível...


O Ruivo também comentou essa transição:

- Obviamente ainda não sabemos como este ataque funcionará em 2014, mas acredito nos treinadores, acredito nos meus companheiros de time e principalmente acredito que Deus tem um plano para cada um de nós – e tenho fé que coisas boas irão acontecer...


Segundo um levantamento realizado no site oficial dos Bengals; se considerarmos apenas as partidas em que Cincinnati correu pelo menos 30 vezes com a bola – a equipe venceu 21 e perdeu apenas 03 vezes! E nas três oportunidades em que disputou os playoffs sob o comando de Dalton (duas vezes contra os Texans e uma contra os Chargers), os Bengals não correram 30 vezes em nenhum jogo... Isto, por si só, mostra que a aposta de Hue Jackson no jogo corrido pode resultar no próximo “salto de qualidade” da equipe!

E não custa lembrar que temos peças suficientes para isso!

Giovani Bernard entrará no seu segundo ano mais experiente; e BenJarvus Green-Ellis continuará sendo o “trator” de sempre! Isto sem falar no Draft 2014 e no mercado de Free Agents (que sempre nos trazem “boas surpresas”)!

Pelo visto, Mike Brown gostou desta política de “Santo de Casa Operando Milagres” – já que promoveu Paul Guenther ao cargo de “Coordenador Defensivo” no lugar de Mike Zimmer!


Guenther nasceu em 22.11.1971 e trabalha desde a temporada 2005 nos Bengals. Seu último cargo antes de assumir a Coordenação Defensiva era de “Treinador de Linebackers”; colaborando decisivamente para os excelentes números obtidos nesta temporada: 6ª melhor defesa cedendo jardas (média de 319,7 jardas por jogo) e 8ª melhor defesa cedendo pontos (média de 20 pontos sofridos por jogo). Isto sem falar no incrível desenvolvimento de Vontaze Burfict – novato não-draftado que assumiu a titularidade da equipe e chegou ao ProBowl 2014! Com Burfict em campo, a defesa de Cincinnati cedeu uma média de 2,4 jardas por jogada. Sem ele, esta média sobe para 4,5 jardas por jogada (ou seja: praticamente o dobro)!

Marvin Lewis mostrou-se confiante com esta substituição:

- Paul foi o braço-direito de Zimmer nos últimos anos, e notamos que o trabalho deles vem gerando frutos incríveis para a nossa defesa. Ele sabe quem somos e o que queremos, e tem total capacidade de conduzir os trabalhos daqui para frente. Conheço seu talento desde que trabalhamos juntos nos Redskins (em 2002); e sei que ele está pronto para agarrar essa oportunidade profissional única...


Sim, Guenther também trabalhou no Washington Redskins em 2002 (única equipe profissional antes de ser contratado pelos Bengals); mas diferentemente de seu colega Jackson; Paul jamais exerceu o cargo de “Coordenador Defensivo” – o que pode ser preocupante, quando seu plantel tem tantos atletas talentosos, mas ainda jovens e inexperientes (como Jayson DiManche, J.K. Schaffer, George Iloka, Dre Kirkpatrick, Emmanuel Lamur, Vincent Rey e... claro: Vontaze Burfict!).


Por incrível que pareça, as últimas três equipes que trocaram seus “Coordenadores Ofensivos e Defensivos” na mesma Offseason se deram muito bem!

Em 2007, os Chargers perderam Cam Cameron (Coordenador Ofensivo na temporada 2006 que saiu para assumir o cargo de Treinador Principal dos Dolphins) e Wade Phillips (Coordenador Defensivo contratado como Treinador Principal dos Cowboys). Resultado? A equipe conquistou o título da AFC West e a folga na rodada de Wild Card – mas foi derrotada pelo New England Patriots, em casa, por 21 x 24...

Em 1999, o Jacksonville Jaguars perdeu seu Coordenador Ofensivo Chris Palmer para o Cleveland Browns; e o Coordenador Defensivo Dick Jauron para os Bears; mas terminou a temporada regular com expressiva campanha de 14 vitórias e apenas 02 derrotas – e chegou à final da AFC (mas perdeu em casa para o Tennessee Titans por 14 x 33).

E finalmente em 1994, San Francisco 49ers perdeu Mike Shanahan (Coordenador Ofensivo que assumiu o posto de Treinador Principal do Denver Broncos) e Ray Rhodes (Coordenador Defensivo contratado pelo Philadelphia Eagles). Ainda sim, os Niners conquistaram o título da AFC West com uma campanha de 11 vitórias e 05 derrotas; atropelaram em casa os Bears (44 x 15) e os Cowboys (38 x 28); e foram para a Flórida – onde conquistaram o Super Bowl XXIX com um placar arrasador: 49 x 26 contra o San Diego Chargers!


Quem sabe não era isso que os Bengals precisavam para sair da fila?
 

"Aí, tio Mike! Contrata meus amigos para jogarem com a gente em Cincinnati, vai!" - A.J. Green (ao lado de DeSean Jackson [Eagles]; Dez Bryant [Cowboys], Cam Newton [Panthers] e Antonio Brown [Steelers]).

Um comentário:

  1. Eu gostei do Pro-Bowl esse ano.
    Claro que não é a mesma intensidade de um jogo que "vale de verdade". Até as regras são diferentes para deixar o ritmo mais leve e evitar lesões.
    Mas acho que as mudanças de regras e, principalmente, o recrutamento de Rice e Sanders pra "colocar fogo" nos jogadores, fizeram diferença.

    O jogo foi divertido. Foi mais tipo assistir um jogo entre amigos na rua que uma disputa de NFL, mas acho que foi mais que "tô aqui só por obrigação", como víamos em anos anteriores.

    Quanto ao Bengals, acho a troca de técnico no lado ofensivo pouco preocupante, afinal colocamos um ex-OC e ex-HC no lugar. Sem falar que o Hue com certeza é um cara mais casca dura com os jogadores que o Gruden.

    Já no lado defensivo, O Guenther parece ser bom, tem bom resultados. Mas como sempre esteve fora dos olhos da mídia, vai ser um incógnita para nós. Especialmente substituindo o Zimmer, que muitos consideravam ser o melhor DC da liga.

    O próximo passo é a Free Agency. Depois o Draft.

    O Bengals tem tudo pra ser ainda melhor em 2014. WHO DEY

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