quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Aula de História – Capítulo 04 (1976 a 1979): A Primeira Crise...

  
Ah, os anos de 1970!


Poucas vezes a humanidade viveu tamanha “efervescência”!


Na política, tivemos a recessão mundial causada pela Crise do Petróleo; a Guerra Fria entre EUA e URSS; o escândalo de “Watergate” e a queda do Presidente Norte-Americano Richard Nixon; a Revolução dos Cravos em Portugal; a Guerra do Vietnã; o Apartheid na África do Sul e as guerras civis espalhadas pelo Continente Africano; a Operação Condor na América do Sul e o endurecimento da Ditadura Militar no Brasil...


Na música, esta foi a “Década da Discoteca” (com Donna Summer, Bee Gees, ABBA, Village People e John Travolta nos “Embalos de Sábado a Noite”); mas também havia Rock (Black Sabbath, Rolling Stones, Dire Straits, Van Halen, Led Zeppelin, Kiss, Sex Pistols, The Clash, Ramones, Pink Floyd e The Doors); MPB (Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Jair Rodrigues etc.); Black Music (Tony Tornado, Earth, Wind & Fire, Jorge Ben Jor, Ike & Tina Turner, Wilson Simonal, Jackson Five, Tim Maia e Barry White); Rock Nacional (Raul Seixas, Rita Lee, Secos e Molhados, Roberto e Erasmo Carlos); sem falar nos inesquecíveis “Reis do Brega” (Sidney Magal, Gretchen, Odair José, As Frenéticas...).


Na televisão e no cinema, sucessos absolutos foram forjados nesta época! Só para citar alguns: Chaves & Chapolim, Saturday Night Live; Os Trapalhões; As Panteras; O Poderoso Chefão; O Exorcista; Laranja Mecânica; Tubarão; Alien – O Oitavo Passageiro; Rocky – Um Lutador; Grease – Nos Tempos da Brilhantina; Contatos Imediatos do Terceiro Grau; Jornadas nas Estrelas; Superman – O Filme...

E no futebol, o Brasil começou a década sendo Tricampeão Mundial no México; e um ano depois, assistiu ao início da disputa do Campeonato Brasileiro em 1971 (com o título do Atlético-MG); mas impossível esquecer a dinastia gaúcha do Internacional (dos craques Falcão e Figueroa); a “Academia” do Palmeiras (bi-campeão em 1972 e 1973); o São Paulo F.C. conquistando seu primeiro grande título nacional em 1977; e para delírio do meu pai (bugrino fanático), o título do Guarani F.C. de Campinas em 1978!


Enquanto isso, em Cincinnati, os Bengals viveram um período complicado após a aposentadoria de Paul Brown...

E boa parte destas tribulações podem ser creditadas à uma escolha de Brown!

William Levi Johnson nasceu em 14 de Setembro de 1926, na cidade de Tyler, Texas. Em 1948, após concluir seus estudos na Texas A&M University; recebeu uma proposta para jogar baseball pelo Cincinnati Reds – mas preferiu aceitar o convite do San Francisco 49ers como Center. E sua escolha não poderia ter sido mais acertada!


Durante seus nove anos como jogador profissional (todos eles com a camisa dos Niners), Johnson foi considerado peça fundamental no chamado “Ataque de Um Milhão de Dólares” (ao lado de atletas lendários como os Fullback’s John Henry Johnson e Joe Perry; o Halfback Hugh McElhenny e o Quarterback Y.A. Tittle). Tanto que fora convocado duas vezes para o Pro Bowl...

Logo em seu primeiro ano na Califórnia, seus colegas de time o “batizaram” de “Bill – The Tiger”. Isto porque quando era sacado da equipe titular, Johnson permanecia o tempo todo se aquecendo, gritando com seus companheiros e pressionando seus treinadores a mandá-lo de volta a campo! E tornou-se famosa sua declaração à imprensa:

- Eu fico nervoso porque mal vejo a hora de voltar para o gramado! E quando eu voltar, podem ter certeza que vou lutar por cada bola com a voracidade de um tigre!

Bill “Tiger” Johnson jogou pelo San Francisco 49ers entre os anos de 1948 e 1956. Infelizmente, as lesões (e a medicina esportiva rudimentar) fizeram com que sua carreira fosse breve – ainda que intensa!


Em 1967, Paul Brown o convidou para o cargo de Coordenador Ofensivo de sua nova equipe; e ao lado de Bill Walsh, criaram a chamada “West Coast Offense” (esquema tático que privilegia as jogadas aéreas sobre o jogo terrestre) – ainda hoje um dos mais utilizados na NFL. Em verdade, trata-se da evolução do antigo playbook desenvolvido por Brown (ainda nos tempos de Massillon Tigers); adaptando-o ao estilo de jogo “moderno”...

Virgil Carter foi o primeiro QB a implementar esta tática com sucesso; mas foi com Ken Anderson (principalmente após a temporada de 1975) que a NFL reconheceu a genialidade deste “trio” (Johnson-Walsh-Brown) – e outras equipes passaram a copiar o estilo de jogo dos Bengals...


Em 1976, após a aposentadoria de Paul Brown, todos imaginavam que Bill Walsh seria a escolha “óbvia” para sucedê-lo (até porque a “West Coast Offense” era creditada a ele); mas o polêmico Brown (que agora acumulava os cargos de General Manager e Vice-Presidente), contrariando as expectativas, optou por seu homem de confiança - Bill “Tiger” Johnson!


Walsh, claramente desapontado com Paul Brown, aceitou o convite para o cargo de assistente do Treinador Tommy Prothro e foi para o San Diego Chargers. Na temporada seguinte, foi contratado como Técnico Principal da Universidade de Stanford; e em 1979, assumiu o cargo de Treinador do San Francisco 49ers (onde contou com a ajuda de um tal de Joe Montana para retomar a “West Coast Offense” – e a dupla conquistou três Super Bowl’s; dois deles em cima dos Bengals)...

Olhando para trás, podemos pensar que Brown cometeu um grave erro – escolhendo Johnson ao invés de Walsh; mas a verdade é Bill “Tiger” não decepcionou em seu primeiro ano como Técnico Principal de Cincinnati! Vejamos:

1ª Rodada – 12.09.1976 – Bengals 17 x 07 Broncos;
2ª Rodada – 19.09.1976 – Colts 28 x 27 Bengals;
3ª Rodada – 26.09.1976 – Bengals 28 x 07 Packers;
4ª Rodada – 03.10.1976 – Browns 24 x 45 Bengals;
5ª Rodada – 10.10.1976 – Bengals 21 x 00 Buccaneers;
6ª Rodada – 17.10.1976 – Steelers 23 x 06 Bengals;
7ª Rodada – 24.10.1976 – Oilers 07 x 27 Bengals;
8ª Rodada – 31.10.1976 – Bengals 21 x 06 Browns;
9ª Rodada – 08.11.1976 – Bengals 20 x 12 Rams;
10ª Rodada – 14.11.1976 – Bengals 31 x 27 Oilers;
11ª Rodada – 21.11.1976 – Chiefs 24 x 27 Bengals;
12ª Rodada – 28.11.1976 – Bengals 03 x 07 Steelers;
13ª Rodada – 06.12.1976 – Raiders 35 x 20 Bengals;
14ª Rodada – 12.12.1976 – Jets 03 x 42 Bengals.

Com este retrospecto de 10 vitórias e 04 derrotas, Cincinnati terminou empatado com o Pittsburgh Steelers na primeira posição da AFC Central; mas desta vez, os critérios de desempate foram favoráveis à equipe auri-negra – que ficaram com o título da Divisão. E a vaga de “Wild Card” ficou com o New England Patriots (11 vitórias e 03 derrotas).


Este ano de 1976 marcou a estréia de duas novas equipes na NFLTampa Bay Buccaneers e Seattle Seahawks. Com isso, o acordo de fusão entre a AFL e a NFL cumpriu sua última cláusula (que previa um campeonato com 28 equipes). Mas contrariando toda a lógica (econômica, esportiva, política, histórica e principalmente geográfica), a equipe da Flórida ingressou na Divisão OESTE da Conferência Americana!

Agora a NFL era composta por duas Conferências (AFC e NFC), cada uma subdividida em três Divisões (East, Central e West); sendo que as DivisõesLeste” e “Oeste” contavam com cinco equipes (e as “Centrais” permaneciam com quatro times). Já os playoffs permaneciam iguais: os três campeões de cada Divisão e a melhor equipe “não-campeã” (“Wild Card”) se enfrentariam numa “semi-final”. Os vencedores disputariam o título da Conferência; e os campeões de cada lado se enfrentariam no Super Bowl...

Como era de se esperar, as duas equipes novatas terminaram nas últimas posições de suas Divisões (Tampa Bay perdeu todos os quatorze jogos que disputou e Seattle só conseguiu duas vitórias na temporada). E na pós-temporada, as duas equipes que terminaram com as melhores campanhas na temporada regular (Oakland Raiders na AFC e Minnesota Vikings na NFC) confirmaram seu favoritismo e chegaram ao Super Bowl XI – que terminou com a vitória dos Raiders por 32 x 14!


Apesar de ter ficado fora dos playoffs, Cincinnati levou um número recorde de atletas ao Pro Bowl! O QB Ken Anderson, DE Coy Bacon, S Tommy Casanova, WR Isaac Curtis, LB Jim LeClair e o CB Lemar Parrish foram convocados para o “jogo das estrelas”... Além deles, destaque para o HB Archie Griffin (calouro da Ohio State que conquistou duas vezes o Heisman Trophy) e para o CB Ken Riley (que liderou a AFC com nove interceptações)!


Se 1976 pode ser considerado um ano promissor, 1977 pode ser definido como “decepcionante” (mesmo com a equipe terminando com mais vitórias do que derrotas)...

O grande momento da temporada foi o passe de 94 jardas de Ken Anderson para o WR Billy Brooks anotar o TD (na derrota para os Vikings por 42 x 10)! E podemos destacar a ida de Lemar Parrish, Tommy Casanova e Coy Bacon ao Pro Bowl! No mais, as oito vitórias e seis derrotas nos deixaram na segunda colocação da AFC Central (e mais uma vez fora da pós-temporada). Veja como foi:


1ª Rodada – 18.09.1977 – Bengals 03 x 13 Browns;
2ª Rodada – 25.09.1977 – Bengals 42 x 20 Seahawks;
3ª Rodada – 02.10.1977 – Chargers 24 x 03 Bengals;
4ª Rodada – 09.10.1977 – Packers 07 x 17 Bengals;
5ª Rodada – 17.10.1977 – Steelers 20 x 14 Bengals;
6ª Rodada – 23.10.1977 – Bengals 13 x 24 Broncos;
7ª Rodada – 30.10.1977 – Bengals 13 x 10 Oilers (Prorrogação);
8ª Rodada – 06.11.1977 – Browns 07 x 10 Bengals;
9ª Rodada – 13.11.1977 – Vikings 42 x 10 Bengals;
10ª Rodada – 20.11.1977 – Bengals 23 x 17 Dolphins;
11ª Rodada – 27.11.1977 – Bengals 30 x 13 Giants;
12ª Rodada – 04.12.1977 – Chiefs 07 x 27 Bengals;
13ª Rodada – 10.12.1977 – Bengals 17 x 10 Steelers;
14ª Rodada – 18.12.1977 – Oilers 21 x 16 Bengals.

Como o Denver Broncos venceu a AFC West (com 12 vitórias e 02 derrotas, terminando com a melhor campanha entre os campeões da Conferência Americana) e o Oakland Raiders ficou com a vaga de Wild Card; os Steelers viajaram para o Colorado e perderam por 34 x 21. Na final da AFC, os Broncos também venceram os Raiders por 20 x 17; mas perderam o Super Bowl XII para o Dallas Cowboys (27 x 10)...


Parêntesis rápido: o Super Bowl XLVIII (nº 48), disputado em Nova York no último dia 02 de Fevereiro de 2014, entre Denver Broncos e Seattle Seahawks; jamais poderia ter sido disputado em 1977!


Isto porque o atual campeão da Conferência Nacional, em seu segundo ano na NFL, fora realocado na AFC West (mesma Divisão dos Broncos) – visando corrigir parcialmente o absurdo de 1976 (quando o Tampa Bay disputou a Divisão Oeste da AFC)!

Assim, o Buccaneers se transferiu para a Conferência Nacional (sendo realocado na Divisão Central – pois a Divisão Leste já contava com cinco times). Mas é claro que isto não resolveu o problema, já que a NFC East mantinha o St. Louis Cardinals (equipe do Estado do Missouri); e a Central estava com um time da Flórida!


Absurdos geográficos à parte, com a aposentadoria de Paul Brown, a polêmica saída de Bill Walsh e as sucessivas campanhas decepcionantes, o público de Cincinnati foi, aos poucos, se afastando da equipe. A partida contra o N.Y. Giants, por exemplo, contou com apenas 32.705 espectadores presentes ao Riverfront Stadium...

Mas a “gota d’água” foi a temporada de 1978!


É bem verdade que Ken Anderson não participou dos quatro primeiros jogos da temporada (graças à lesão na mão direita); mas a torcida não engoliu cinco derrotas nos primeiros cinco jogos; e Bill “Tiger” Johnson foi demitido antes da sexta rodada...


Para o seu lugar, Paul Brown contratou Homer Rice (nascido em 1926, em Bellevue, Kentucky); que assim como Brown, fez boa parte de sua carreira como treinador de futebol americano universitário (e cujo “estilo de jogo”, baseado nos passes longos, lhe rendeu o título de “Mestre do Jogo Aéreo”). A relação profissional dos dois começou em 1967, quando Rice comandava a equipe da Universidade de Cincinnati; e concordou em dividir o Nippert Stadium e o Centro de Treinamento dos Bearcats com os Bengals!

Apesar de seu estilo “motivador” e “carismático”, todos (torcedores, atletas, jornalistas, analistas e dirigentes) perceberam que ele não tinha experiência suficiente para assumir um desafio tão grande! E mesmo com a volta de nosso Quarterback titular, Cincinnati perdeu sete dos oito primeiros jogos do novo Treinador...

1ª Rodada – 03.09.1978 – Bengals 23 x 24 Chiefs;
2ª Rodada – 10.09.1978 – Browns 13 x 10 Bengals (Prorrogação);
3ª Rodada – 17.09.1978 – Bengals 03 x 28 Steelers;
4ª Rodada – 24.09.1978 – Bengals 18 x 20 Saints;
5ª Rodada – 01.10.1978 – 49ers 28 x 12 Bengals;
6ª Rodada – 09.10.1978 – Dolphins 21 x 00 Bengals;
7ª Rodada – 15.10.1978 – Bengals 03 x 10 Patriots;
8ª Rodada – 22.10.1978 – Bills 05 x 00 Bengals;
9ª Rodada – 29.10.1978 – Bengals 28 x 13 Oilers;
10ª Rodada – 05.11.1978 – Chargers 22 x 13 Bengals;
11ª Rodada – 13.11.1978 – Bengals 21 x 34 Raiders;
12ª Rodada – 19.11.1978 – Steelers 07 x 06 Bengals;
13ª Rodada – 26.11.1978 – Oilers 17 x 10 Bengals;
14ª Rodada – 03.12.1978 – Bengals 37 x 07 Falcons;
15ª Rodada – 11.12.1978 – Rams 19 x 20 Bengals;
16ª Rodada – 17.12.1978 – Bengals 48 x 16 Browns.

A situação só não ficou pior porque a equipe reagiu no final da temporada, e aplicou duas goleadas no Riverfront Stadium (37 x 07 no Atlanta Falcons e 48 x 16 no Cleveland Browns); o que aplacou um pouco a fúria da torcida; e fez com que todos dessem “um voto de confiança” ao Homer (que renovou seu contrato para 1979)...

Mas a tensão era evidente, pois pela primeira vez na história, nenhum jogador dos Bengals fora chamado para o Pro Bowl; e mesmo Anderson, ídolo da torcida, terminou a temporada com números ruins (173 passes completados em 319 tentativas, conquistando 2.219 jardas, com 10 passes para TD’s e 22 INT’s – Rating de 58.0).


Com esta campanha de 04 vitórias e 12 derrotas, os Bengals terminaram na última colocação da AFC Central – muito abaixo do Pittsburgh Steelers (campeão da Divisão com 14 vitórias e 02 derrotas) e seus rivais. E mais uma vez os torcedores de Cincinnati acompanharam pela televisão (ou pelo rádio) a pós-temporada...

Falando nos playoffs, esta foi a primeira vez que cinco equipes foram classificadas para a pós-temporada em cada Conferência (os três campeões de Divisão e as duas melhores equipes – independentemente de qual Divisão pertencessem). Segundo este novo sistema de disputa, as duas equipes “não-campeãs” jogariam entre si e apenas a vencedora assumiria a vaga de “Wild Card” (mantendo-se a mesma regra vigente nos anos anteriores para as fases seguintes).

Na AFC, Miami Dolphins (4ª melhor campanha) enfrentou em casa o Houston Oilers (5ª melhor campanha), mas acabou derrotado por 17 x 09. Na rodada seguinte, os Oilers venceram os Patriots (campeão da AFC East), em New England, por 31 x 14. Mas a zebra texana parou no Three Rivers Stadium, em Pittsburgh – sendo derrotados por 34 x 05. Os Steelers conquistariam o Super Bowl XIII em cima dos Cowboys por 35 x 31...


Em 1979, as coisas “pareciam” estar voltando aos eixos...

Ken Anderson terminaria a temporada com 189 passes completados em 339 tentativas, conquistando 2.340 jardas, com 16 passes para TD’s e 10 INT’s (Rating de 80.7); e o Fullback Pete Johnson melhorou significativamente nosso jogo corrido (243 corridas para 865 jardas e 14 TD’s) – equilibrando um pouco o nosso ataque...

Mas as vitórias não vieram...

1ª Rodada – 02.09.1979 – Broncos 10 x 00 Bengals;
2ª Rodada – 09.09.1979 – Bills 51 x 24 Bengals;
3ª Rodada – 16.09.1979 – Bengals 14 x 20 Patriots;
4ª Rodada – 23.09.1979 – Bengals 27 x 30 Oilers (Prorrogação);
5ª Rodada – 30.09.1979 – Cowboys 38 x 13 Bengals;
6ª Rodada – 07.10.1979 – Bengals 07 x 10 Chiefs;
7ª Rodada – 14.10.1979 – Bengals 34 x 10 Steelers;
8ª Rodada – 21.10.1979 – Browns 28 x 27 Bengals;
9ª Rodada – 28.10.1979 – Bengals 37 x 13 Eagles;
10ª Rodada – 04.11.1979 – Colts 38 x 28 Bengals;
11ª Rodada – 11.11.1979 – Bengals 24 x 26 Chargers;
12ª Rodada – 18.11.1979 – Oilers 42 x 21 Bengals;
13ª Rodada – 25.11.1979 – Bengals 34 x 28 Cardinals;
14ª Rodada – 02.12.1979 – Steelers 37 x 17 Bengals;
15ª Rodada – 09.12.1979 – Redskins 28 x 14 Bengals;
16ª Rodada – 16.12.1979 – Bengals 16 x 12 Browns.

Com um retrospecto de 08 vitórias e 19 derrotas, ninguém sobrevive muito tempo como Treinador Principal na NFL... e ao final da temporada, Homer Rice foi demitido!


Na pós-temporada, pelo segundo ano consecutivo, os Steelers foram campeões da AFC Central e o Houston classificou-se para o duelo de Wild Card! E exatamente como aconteceu no ano anterior, os Oilers chegaram à final da AFC (vencendo o Denver Broncos por 13 x 07 e o San Diego Chargers por 17 x 14); mas novamente perderam para Pittsburgh (27 x 13), que na semi-final havia vencido os Dolphins por 34 x 14. No Super Bowl XIV, nova vitória dos Steelers (31 x 19 sobre o Los Angeles Rams).


Uma última curiosidade sobre a temporada de 1979: Em 23 de Setembro, na derrota em casa (na prorrogação) para o Houston Oilers, dois Kickers diferentes de Cincinnati acertaram chutes de mais de 50 jardas! Doug Pelfrey acertou um Field Goal de 52 jardas; e Chris Bahr acertou outro de 55! Este chute de Bahr permanece como o mais longo da história dos Bengals...

Com isso encerramos a recapitulação histórica da década de 1970!


Desde sua estréia (em 1968) até o último jogo da temporada de 1979; os uniformes de Cincinnati permaneceram praticamente iguais: capacete laranja com grades cinzas e o nome da equipe “BENGALS” escrito em maiúsculo dos dois lados da cabeça; camisa preta (com os números e o nome dos atletas na cor branca; e nas mangas, duas faixas brancas envolvendo uma faixa laranja horizontal) e calça branca (com duas faixas horizontais pretas ladeando uma faixa laranja no centro). Já o uniforme nº 02 mantinha a mesma calça; mas a camisa também era branca (com nomes, números e faixas horizontais nas mangas na cor preta). As meias acompanhavam as cores da camisa (pretas no Uniforme nº 01 e brancas no Uniforme nº 02), com faixas horizontais semelhantes às das mangas na parte superior (próximas ao joelho dos jogadores).


Sobre as chuteiras, não havia regra acerca da padronização. Entre 1968 e 1973, a maioria dos atletas optou por chuteiras pretas. A partir de 1974, os jogadores preferiram usar chuteiras brancas. Mas só em 1990 é que a NFL passou a “padronizar” os calçados como “parte do uniforme” (claro que visando atender acordos comerciais com empresas fornecedoras de materiais esportivos). Por tradição, Cincinnati optou por continuar usando chuteiras brancas na década de 1990; mas a pedido dos jogadores, em 2004, a equipe mudou para a cor preta outra vez...

Por doze anos... nenhuma mudança significativa no “manto sagrado”!

Mas neste período (anos de 1970), a popularidade do futebol americano aumentou exponencialmente por todo o país – graças às transmissões pela televisão! Anunciantes, jornalistas especializados e donos de equipes vislumbraram uma verdadeira “mina de ouro”; e o esporte rapidamente ultrapassou o baseball na preferência do público norte-americano. Mas para torná-lo ainda mais atrativo, muitas mudanças nas regras foram promovidas – principalmente coibindo a violência desmedida (aumentando-se os itens de proteção dos atletas, por exemplo) e visando facilitar a identificação dos jogadores em campo...

Por isso, antes da temporada de 1980, os Bengals anunciaram três mudanças sutis em seus uniformes:


No capacete, as grades de proteção mudaram de cinza para preto; e na parte de trás da cabeça, foram adicionados os números dos atletas (com a finalidade de identificar rapidamente quem seria o jogador envolvido nos tradicionais “montinhos”). Nas camisas, os números dos atletas (que já estavam na frente e atrás) também foram acrescido às mangas (um pouco acima das três listras); com o mesmo objetivo dos números inseridos nos capacetes. E nas calças, a espessura da faixa laranja dobrou (mantendo-se “fininhas” as duas faixas pretas que ladeavam a laranja). Esta última mudança fora meramente estética...

Em 1981, os Bengals finalmente apresentaram um novo uniforme!


A começar por seu capacete, que perdeu as sete letras e ganhou seis listras pretas, estendendo-se de um lado a outro, lembrando o pêlo de um tigre-de-bengala! Sem dúvida um visual agressivo e inovador, com excelente potencial de marketing a ser explorado...

A camisa preta do uniforme nº 01 continuou com números (no peito, nas costas e nos ombros) e nomes na cor branca; mas perdeu sua faixa na manga – substituída por uma faixa laranja com listras tigradas pretas, que circundavam os ombros e as axilas dos atletas. A camisa nº 02 permaneceu branca (invertendo-se as cores com relação à camisa nº 01). As calças permaneciam brancas (substituindo as três faixas por uma única faixa “tigrada” vertical); e as meias eram brancas, com a parte superior laranja; combinando com as chuteiras brancas. Apenas em 1991 é que a equipe passou a adotar os distintivos da NFL em seus capacetes, camisas, calças e chuteiras...


Paul Brown, em entrevista para a Sports Illustrated, revelou que pretendia fortalecer a marca da equipe – criando um símbolo que pudesse ser identificado instantaneamente por qualquer fã do esporte (como a “ferradura” do Baltimore Colts ou os “relâmpagos” dos Chargers):

- Infelizmente, não é possível identificar a palavra “BENGALS” escrita em nosso capacete a uma certa distância... E assim, nossos garotos podem ser confundidos com atletas de Cleveland, o que é inadmissível! Toda equipe precisa ser única!

Concordo totalmente com o mestre!


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Aula de História – Capítulo 03 (1970 a 1975): Aurora & Crepúsculo!


Acalmem-se! Não vou falar sobre vampiros metrossexuais e lobisomens adolescentes sem camisa!


Graças a esta música, a Disney soube, como poucos, retratar o “Círculo da Vida” – segundo o qual tudo se renova na natureza! As gerações se sucedem... A noite sucede o dia... O dia sucede a noite... Numa interminável sequencia que formam os anos... décadas... séculos... milênios... E segundo esta lógica irrefutável, o pensamento também se renova! Velhos mitos cedem espaço para que novos ídolos possam surgir... e a primeira metade da década de 1970 é especialmente “simbólica”; pois marca o nascimento da chamada “Era Moderna” da NFL e a aposentadoria de muitos ícones do esporte...


Como vimos no Capítulo anterior, a partir de 1970, as equipes da American Football League (AFL) seriam integradas à National Football League (NFL). E a principal liga de futebol americano passaria a ter 26 equipes – divididas em 02 Conferências (AFC – American Football Conference e NFC – National Football Conference); cada uma composta por 03 Divisões (Leste, Central e Oeste). As duas Divisões Leste (tanto na AFC quanto na NFC) eram compostas por cinco equipes; e as demais Divisões contavam com quatro times cada...

Os Bengals foram alocados na AFC Central – ao lado de Houston Oilers (velho rival dos tempos da AFL) e de duas equipes tradicionais da NFL: Pittsburgh Steelers e Cleveland Browns! Não por acaso, estas são as três maiores rivalidades de Cincinnati até hoje (ainda que a mudança dos Oilers para Nashville tenha arrefecido um pouco esta rivalidade – e aos poucos, o Tennessee Titans vêm perdendo espaço para o Baltimore Ravens).


Em 30 de Junho de 1970, o belíssimo Riverfront Stadium (contruído às margens do Rio Ohio), com capacidade para 60.000 pessoas, finalmente fora inaugurado – e a equipe dos Bengals se despediu de sua primeira casa (Nippert Stadium, na Universidade de Cincinnati).


Outra mudança importante ocorreu durante os treinamentos de pré-temporada, quando a “estrela local” Greg Cook voltou a sentir dores em seu ombro; e fora substituído pelo Quarterback Virgil Carter. Ele terminaria a temporada regular completando 143 de 278 passes tentados (aproveitamento de 51,4%), conquistando 1.647 jardas áreas, com 09 Touchdowns e 09 Interceptações (garantindo um Rating de 66,9).


Mesmo após duas temporadas ruins, as expectativas da torcida eram as mais altas possíveis! Primeiro porque aquela equipe de garotos (novatos em 1968) estaria mais madura e experiente (em sua terceira temporada). Além disso, os Bengals iniciariam a disputa de um novo campeonato, com novos adversários (alguns deles com um retrospecto ruim nos últimos anos). E pela primeira vez, jogariam em casa com um apoio maciço de 60.000 fanáticos! Isto sem falar nos dois confrontos entre Paul Brown e sua ex-equipe...

Em 20 de Setembro de 1970, com 56.616 torcedores presentes, Cincinnati encarou em casa o Oakland Raiders, em duelo válido pela primeira rodada da temporada regular; e o resultado final não poderia ser melhor: vitória por 31 x 21!


Mas os próximos seis jogos foram decepcionantes...

2ª Rodada – 27.09.1970 – Lions 38 x 03 Bengals;
3ª Rodada – 04.10.1970 – Bengals 13 x 20 Oilers;
4ª Rodada – 11.10.1970 – Browns 30 x 27 Bengals;
5ª Rodada – 18.10.1970 – Bengals 19 x 27 Chiefs;
6ª Rodada – 25.10.1970 – Redskins 20 x 00 Bengals;
7ª Rodada – 02.11.1970 – Steelers 21 x 10 Bengals.

Exatamente como ocorreu em 1968 (07 derrotas consecutivas) e em 1969 (duas sequencias desastrosas: 04 derrotas seguidas e, ao final, outras 05 derrotas consecutivas); os Bengals perderam seis do primeiros sete jogos (sendo tres deles para seus rivais de Divisão). Além disso, Paul Brown fora hostilizado pelos 83.520 torcedores de Cleveland (para deleite de Art Modell – homem que o expulsou da equipe que levava seu nome) e ainda saiu derrotado...


Parecia ser o fim da linha...

Mas os Bengals, como acontece até hoje, conseguiu surpreender a todos!

Na 8ª Rodada (disputada em 08 de Novembro de 1970), Cincinnati viajou para Buffalo e encarou os Bills no War Memorial. As duas equipes vindas da AFL estavam fazendo uma péssima campanha; mas ninguém imaginava que os Special Team’s dos Bengals anotaria 31 dos 43 pontos dos visitantes! O Cornerback Lemar Parrish anotou dois TD’s (um retorno de Kickoff de 95 jardas e um retorno de 83 jardas após um Field Goal bloqueado); e o alemão Horst Muhlmann acertou cinco FG’s e anotou outros quatro pontos em conversões de Ponto Extra! Até hoje esta partida é lembrada como a melhor atuação de um Special Team na história da NFL! Ao final, os Bengals venceram por 43 x 14...


Após a goleada fora de casa, o próximo adversário seria os Browns...

Em 15 de Novembro de 1970, 60.000 torcedores ocuparam todos os assentos no Riverfront Stadium; para apoiar o lendário treinador Paul Brown contra sua ex-equipe... Foi uma partida duríssima, com predomínio das defesas, e os Bengals só conseguiram a virada no último Quarto – vencendo o jogo por 14 x 10!

Na entrevista pós-jogo, Paul Brown desabafou:

- Esta foi a minha maior vitória na carreira! Estávamos tendo uma temporada frustrante, mas estamos conseguindo mudar o nosso destino! E hoje vencemos uma tremanda batalha! Nós sabíamos que este segundo Touchdown seria a diferença entre a vida e a morte na temporada! E tenho certeza que daremos muitas alegrias a este torcedor de Cincinnati!

Ele nem imaginava o quanto sua previsão estava correta:

10ª Rodada – 22.11.1970 – Bengals 34 x 07 Steelers;
11ª Rodada – 29.11.1970 – Bengals 26 x 06 Saints;
12ª Rodada – 06.12.1970 – Chargers 14 x 17 Bengals;
13ª Rodada – 13.12.1970 – Oilers 20 x 30 Bengals;
14ª Rodada – 20.12.1970 – Bengals 45 x 07 Patriots.

Esta improvável sequencia de sete vitórias consecutivas nos garantiu nosso primeiro título de Divisão (com 08 vitórias e 06 derrotas); superando justamente o Cleveland Browns de Art Modell (que terminou na segunda colocação, com 07 vitórias e 07 derrotas); e consequentemente, nossa primeira participação na pós-temporada!


Em 26 de Dezembro de 1970, enfrentamos o Baltimore Colts no Memorial Stadium (pois os campeões da AFC East terminaram a temporada regular com uma campanha de 11 vitórias, 01 empate e 02 derrotas). E infelizmente fomos derrotados por 17 x 00...

Os poderosos Colts, comandados pelo QB Johnny Unitas; venceram o Oakland Raiders na final da Conferência Americana por 27 x 17; e também o quinto Super Bowl (batendo o Dallas Cowboys por 16 x 13).


Bob Trumpy, nosso Tight End, foi convocado para seu terceiro Pro Bowl consecutivo (com 29 recepções para 480 jardas e 02 TD’s); mas diferentemente do que aconteceu nos últimos dois anos, desta vez não fora acompanhado do Running Back Paul Robinson (que terminou a temporada com 163 corridas para 648 jardas e 04 TD’s). Em seu lugar, com toda justiça, fora convocado o CB Lemar Parrish...


A temporada de 1971 começou com a escolha de Ken Anderson na terceira rodada do Draft. O Quarterback jogaria pelos Bengals por 16 temporadas e estabeleceria inúmeros recordes; mas não chegou como titular – já que Cincinnati continuaria com Virgil Carter (que terminaria o ano com 138 passes completados em 222 tentativas, garantindo 1.624 jardas, 10 passes para TD e 07 InterceptaçõesRating de 86,2).


Dentro de campo, a primeira metade da temporada foi muito parecida com a temporada de 1970 – vitória na estréia e sete derrotas consecutivas. E assim como ocorreu no ano anterior, as três vitórias consecutivas (contra os Broncos, Oilers e Chargers) reacenderam a esperança do torcedor em outro “milagre” de Paul Brown; mas as derrotas para os Browns, Steelers e Jets, nos últimos três jogos, sepultaram nossas chances de bi-campeonato da AFC Central...

1ª Rodada – 19.09.1971 – Bengals 37 x 14 Eagles;
2ª Rodada – 26.09.1971 – Steelers 21 x 10 Bengals;
3ª Rodada – 03.10.1971 – Packers 20 x 17 Bengals;
4ª Rodada – 10.10.1971 – Bengals 13 x 23 Dolphins;
5ª Rodada – 17.10.1971 – Bengals 24 x 27 Browns;
6ª Rodada – 24.10.1971 – Raiders 31 x 27 Bengals;
7ª Rodada – 31.10.1971 – Oilers 10 x 06 Bengals;
8ª Rodada – 07.11.1971 – Bengals 06 x 09 Falcons;
9ª Rodada – 14.11.1971 – Broncos 10 x 24 Bengals;
10ª Rodada – 21.11.1971 – Bengals 28 x 13 Oilers;
11ª Rodada – 28.11.1971 – Bengals 31 x 00 Chargers;
12ª Rodada – 05.12.1971 – Browns 31 x 27 Bengals;
13ª Rodada – 12.12.1971 – Bengals 13 x 21 Steelers;
14ª Rodada – 19.12.1971 – Jets 35 x 21 Bengals.

Com uma campanha de 04 vitórias e 10 derrotas, Cincinnati terminou na última posição da AFC Central – vencida pelos Browns (09 vitórias e 05 derrotas). Mas Cleveland também foi derrotado pelo Baltimore Colts na primeira rodada dos playoffs (perdeu em casa por 03 x 20).

Imaginava-se uma “revanche” entre Dallas Cowboys e Baltimore Colts no Super Bowl VI – e o “American Team” fez seu papel (derrotando na final da NFC o San Francisco 49ers por 14 x 03); mas o surpreendente Miami Dolphins derrotou a equipe azul-celeste por 21 x 00. Porém, no sexto “Grande Jogo”, a zebra da Flórida foi atropelada pelos Cowboys por 24 x 03...


O TE Bob Trumpy foi nosso melhor recebedor (40 recepções para 531 jardas e 03 TD’s); mas não conseguiu emplacar sua quarta convocação para o Pro Bowl. O único jogador de Cincinnati convocado para o “jogo das estrelas” foi o CB Lemar Parrish (primeiro atleta dos Bengals a conseguir uma Interceptação retornada por 65 jardas para TD). Nosso Cornerback foi o primeiro a conseguir sete Interceptações numa mesma temporada!


Em 1972, Ken Anderson substituiu Virgil Carter como QB titular de Cincinnati; e o estilo de jogo da equipe mudou radicalmente. Pela primeira vez, dois atletas conseguiram quebrar a barreira de 100 jardas corridas no mesmo jogo (Doug Dressler e Essex Johnson, respectivamente com 110 e 103 jardas, na vitória em casa por 30 x 07 sobre os Oilers). E se o ataque não “encantou”, pelo menos conseguiu uma impressionante goleada por 61 x 17, fora de casa, contra o mesmo Houston no Astrodome!

Vejamos como foi a campanha:

1ª Rodada – 17.09.1972 – Patriots 07 x 31 Bengals;
2ª Rodada – 24.09.1972 – Bengals 15 x 10 Steelers;
3ª Rodada – 01.10.1972 – Browns 27 x 06 Bengals;
4ª Rodada – 08.10.1972 – Bengals 21 x 10 Broncos;
5ª Rodada – 15.10.1972 – Chiefs 16 x 23 Bengals;
6ª Rodada – 22.10.1972 – Rams 15 x 12 Bengals;
7ª Rodada – 29.10.1972 – Bengals 30 x 07 Oilers;
8ª Rodada – 05.11.1972 – Steelers 40 x 17 Bengals;
9ª Rodada – 12.11.1972 – Bengals 14 x 20 Raiders;
10ª Rodada – 19.11.1972 – Bengals 19 x 20 Colts;
11ª Rodada – 26.11.1972 – Bears 03 x 13 Bengals;
12ª Rodada – 03.12.1972 – Bengals 13 x 10 Giants;
13ª Rodada – 09.12.1972 – Bengals 24 x 27 Browns;
14ª Rodada – 17.12.1972 – Oilers 17 x 61 Bengals.

Apesar das 08 vitórias e 06 derrotas na temporada, Cincinnati terminou na 3ª colocação da AFC Central (atrás de Pittsburgh e Cleveland). Ambos conseguiram classificação para a pós-temporada; mas os Browns foram derrotados na primeira rodada para os Dolphins (20 x 14) e Miami venceu os Steelers na final da AFC por 21 x 17; antes de chegar ao Super Bowl VII e derrotar o Washington Redskins por 14 x 07!


Ken Anderson terminou a sua primeira temporada como titular completando 171 passes em 301 tentativas; garantindo 1.918 jardas, com 07 passes para TD e 07 INT’s (Rating de 74.0). Essex Johnson foi nosso melhor corredor (212 corridas para 825 jardas e 04 TD’s); mas quem realmente se destacou foi Chip Myers (57 recepções para 792 jardas e 03 TD’s). Com isso, desbancou o lendário Bob Trumpy e conseguiu sua convocação para o Pro Bowl. O outro atleta convocado foi o Defensive Tackle Mike Reid.

Ainda sobre a temporada de 1972, uma curiosidade: os Bengals só conseguiram vencer sem anotar um TD em três oportunidades – a primeira delas foi contra os Steelers, na segunda rodada, quando Horst Muhlmann chutou cinco FG’s e Cincinnati venceu por 15 x 10!


O ano de 1973 marcou nosso bi-campeonato da AFC Central (campanha de 10 vitórias e 04 derrotas); vencendo os Steelers pelos critérios de desempate. Os Bengals terminaram invictos no Riverfront Stadium (sete vitórias em sete jogos); mas exatamente como ocorreu em 1970, fomos derrotados na primeira rodada dos playoffs (no dia 23.12.1973, perdemos para o Miami Dolphins no Orange Bowl por 34 x 16). A equipe da Flórida, por sinal, conquistou o bi-campeonato da AFC (derrotou o Oakland Raiders por 27 x 10) e ainda levou o Super Bowl VIII (vencendo o Minnesota Vikings por 24 x 07).


Veja o retrospecto do ano:

1ª Rodada – 16.09.1973 – Broncos 28 x 10 Bengals;
2ª Rodada – 23.09.1973 – Bengals 24 x 10 Oilers;
3ª Rodada – 30.09.1973 – Chargers 13 x 20 Bengals;
4ª Rodada – 07.10.1973 – Browns 17 x 10 Bengals;
5ª Rodada – 14.10.1973 – Bengals 19 x 07 Steelers;
6ª Rodada – 21.10.1973 – Bengals 14 x 06 Chiefs;
7ª Rodada – 28.10.1973 – Steelers 20 x 13 Bengals;
8ª Rodada – 04.11.1973 – Cowboys 38 x 10 Bengals;
9ª Rodada – 11.11.1973 – Bills 13 x 16 Bengals;
10ª Rodada – 18.11.1973 – Bengals 20 x 14 Jets;
11ª Rodada – 25.11.1973 – Bengals 42 x 24 Cardinals;
12ª Rodada – 02.12.1973 – Bengals 27 x 00 Vikings;
13ª Rodada – 09.12.1973 – Bengals 34 x 17 Browns;
14ª Rodada – 16.12.1973 – Oilers 24 x 27 Bengals.

O sucesso dos Bengals neste ano passou pelas atuações de dois novatos: Boobie Clark (eleito o Calouro do Ano, graças às suas 988 jardas correndo e 45 recepções) e Isaac Curtis (nosso melhor recebedor: 45 recepções para 843 jardas e 09 TD’s; que lhe rendeu uma convocação para o Pro Bowl).


Mas os “veteranos” também melhoraram seus números: Ken Anderson completou 179 passes em 329 tentativas, conquistando 2.428 jardas, com 18 TD’s, 12 INT’s e Rating de 81.2. Bob Trumpy voltou ao Pro Bowl com 29 recepções para 435 jardas e 05 TD’s. Mike Reid foi chamado para seu segundo Pro Bowl consecutivo. E Essex Johnson foi o primeiro atleta de Cincinnati a conseguir ultrapassar a marca de 100 jardas terrestres e aéreas no mesmo jogo. Terminou a partida com 121 jardas em 21 corridas e ainda recebeu dois passes (que lhes rendeu outras 116 jardas), na vitória sobre os Chargers por 20 x 13!


Antes do início da temporada de 1974, a Diretoria de Cincinnati trocou Bill Bergey (Linebacker eleito Jogador Defensivo Novato do Ano de 1969 na AFL) com o Philadelphia Eagles (recebendo em contrapartida duas escolhas de primeira rodada nos próximos Draft’s – 1975 e 1976; e uma escolha de terceira rodada no Draft de 1977). Esta negociação polêmica foi muito criticada pela torcida e pela imprensa, pois Bergey era um excelente jogador (tanto que foi eleito MVP dos Eagles em três oportunidades e estabeleceu o recorde de interceptações por um Linebacker da NFL). Para o seu lugar nos Bengals, Paul Brown escolheu Jim LeClair.


Em campo, a temporada de Cincinnati foi apenas “regular” (07 vitórias e 07 derrotas, terminando na 3ª posição da AFC Central e fora dos playoffs). Com exceção dos destaques individuais (principalmente Lemar Parrish, Isaac Curtis e Tommy Casanova – o trio convocado para o Pro Bowl) e do excelente desempenho de Ken Anderson (aproveitamento de 64,9% dos passes); houve muito pouco a ser comemorado.


1ª Rodada – 15.09.1974 – Bengals 33 x 07 Browns;
2ª Rodada – 22.09.1974 – Bengals 17 x 20 Chargers;
3ª Rodada – 29.09.1974 – 49ers 03 x 21 Bengals;
4ª Rodada – 06.10.1974 – Bengals 28 x 17 Redskins;
5ª Rodada – 13.10.1974 – Browns 24 x 34 Bengals;
6ª Rodada – 20.10.1974 – Raiders 30 x 27 Bengals;
7ª Rodada – 27.10.1974 – Bengals 21 x 34 Oilers;
8ª Rodada – 03.11.1974 – Colts 14 x 24 Bengals;
9ª Rodada – 10.11.1974 – Bengals 17 x 10 Steelers;
10ª Rodada – 17.11.1974 – Oilers 20 x 03 Bengals;
11ª Rodada – 24.11.1974 – Bengals 33 x 06 Chiefs;
12ª Rodada – 02.12.1974 – Dolphins 24 x 03 Bengals;
13ª Rodada – 08.12.1974 – Bengals 19 x 23 Lions;
14ª Rodada – 14.12.1974 – Steelers 27 x 03 Bengals.

Ken Anderson terminou o ano completando 213 passes em 328 tentativas; garantindo 2.667 jardas, com 18 passes para TD e 10 INT’s (Rating de 95.7). Charlie Davis foi nosso melhor corredor (72 corridas para 375 jardas e nenhum TD); mas por sorte nosso jogo aéreo foi melhor que o terrestre – graças a Isaac Curtis (30 recepções para 633 jardas e 10 TD’s). E Lemar Parrish continuou se destacando nos Special Team’s – retornando um Punt por 90 jardas para TD (na partida contra Washington em 06.10.1974)!


Na pós-temporada de 1974, os Steelers (campeões da AFC Central com 10 vitórias, 03 derrotas e 01 empate) venceram os Bills (32 x 14); os Raiders (24 x 13); e no Super Bowl IX, bateram os Vikings por 16 x 06...


Em 1975, Paul Brown decidiu se aposentar...

A lenda estava com 67 anos de vida, sendo 45 deles como Treinador de Futebol Americano (período em que ajudou a forjar métodos de treinamento, inovações táticas e conquista de muitos títulos); e mesmo não estando à beira do gramado do Riverfront Stadium; ele não abandonaria os Bengals! Ele prosseguiria como General Manager e coordenando os rumos da equipe como “Presidente” (na verdade “Dono” da franquia)...

Mas faltava sua última temporada como treinador!


E sua estréia não podia ser mais feliz!

1ª Rodada – 21.09.1975 – Bengals 24 x 17 Browns;
2ª Rodada – 28.09.1975 – Saints 00 x 21 Bengals;
3ª Rodada – 05.10.1975 – Oilers 19 x 21 Bengals;
4ª Rodada – 12.10.1975 – Bengals 27 x 10 Patriots;
5ª Rodada – 19.10.1975 – Bengals 14 x 10 Raiders;
6ª Rodada – 26.10.1975 – Falcons 14 x 21 Bengals.

Seis vitórias em seis jogos! E de quebra, vencemos dois oponentes de divisão (incluindo os “arqui-rivais” de Cleveland)!  Mas uma segunda metade da temporada irregular, alternando vitórias e derrotas, impediu a conquista do terceiro título de Divisão...

7ª Rodada – 02.11.1975 – Bengals 24 x 30 Steelers;
8ª Rodada – 09.11.1975 – Broncos 16 x 17 Bengals;
9ª Rodada – 17.11.1975 – Bengals 33 x 24 Bills;
10ª Rodada – 23.11.1975 – Browns 35 x 23 Bengals;
11ª Rodada – 30.11.1975 – Bengals 23 x 19 Oilers;
12ª Rodada – 07.12.1975 – Eagles 00 x 31 Bengals;
13ª Rodada – 13.12.1975 – Steelers 35 x 14 Bengals;
14ª Rodada – 21.12.1975 – Bengals 47 x 17 Chargers.

Infelizmente, as duas derrotas para Pittsburgh nos custaram o título da AFC Central. Os Steelers fizeram a melhor campanha (12 vitórias e 02 derrotas); enquanto os Bengals terminaram a temporada regular com 11 vitórias e 03 derrotas...


Mesmo assim, conseguimos nossa classificação para a pós-temporada!

Como a Conferência Americana era composta por três Divisões (Oeste, Central e Leste); quatro equipes se classificavam para a pós-temporada – os três campeões e a equipe que fez a melhor campanha, sem alcançar o título, independentemente de qual divisão pertençam... Em circunstâncias “normais”, o campeão que fez a melhor campanha enfrenta a equipe classificada como “Wild Card”; mas em 1975, os Steelers foram a equipe com a melhor campanha – e Cincinnati classificou-se como “Wild Card”! Nestas condições (duas equipes da mesma Divisão); os Bengals jogariam contra o campeão com a segunda melhor campanha (Oakland Raiders).

Em 28 de Dezembro de 1975, no Oakland Coliseum, Paul Brown comandou a equipe de Cincinnati pela última vez – pois os Bengals foram derrotados por 31 x 28...


Mas o Treinador não foi o único a “pendurar as chuteiras” após este jogo! Mike Reid, Defensive Tackle convocado para dois Pro Bowl’s consecutivos (nos seus primeiros dois anos de carreira profissional); também optou pela “aposentadoria” precoce – para seguir sua carreira de músico profissional (cantor de música country)!


Lemar Parrish e Isaac Curtis foram para outro Pro Bowl, desta vez acompanhados de Ken Anderson (primeiro Quarterback dos Bengals convocado para o “jogo das estrelas”). Curtis terminou a temporada com 44 recepções para 934 jardas e 07 TD’s. Já Anderson completou 228 dos 377 passes tentados, garantindo 3.169 jardas, com 21 passes para TD’s, 11 INT’s e Rating de 93.9.

Os Steelers confirmaram seu favoritismo e venceram em casa os Colts (28 x 10) e os Raiders (16 x 10); antes de derrotarem os Cowboys por 21 x 17 no Super Bowl X...


Bill Walsh, um dos três assistentes contratados por Paul Brown para ajudá-lo nas primeiras temporadas dos Bengals (ao lado de Bill Johnson e Rick Forzano); era o mais cotado para assumir o comando da equipe após a aposentadoria do velho mestre – mas Paul preferiu ceder seu posto ao Bill “Tiger” Johnson.


Assim só restou a Walsh procurar outro emprego... E quis o destino que a “vingança” de Walsh fosse doce... vencendo dois Super Bowl’s em cima dos Bengals na década de 1980!


Se profissionalmente sua trajetória foi marcada por mais vitórias do que derrotas; em sua vida privada, Paul Brown enfrentou diversos dramas. Em 1969, Katie (sua primeira esposa) foi vítima de um ataque cardíaco fulminante; e em 1978, seu filho Robin morreu de câncer. Paul faleceu em 05 de Agosto de 1991 em decorrência de uma pneumonia...

Mas sua aposentadoria, ao final de 1975, marcou o fim de uma era!


Em 1967, durante a cerimônia que marcou a “imortalidade” de Paul Brown no Hall da Fama da NFL (em Canton, OH); Otto Graham sintetizou bem a relação de “amor e ódio” que os atletas mantinham com o rabugento e exigente treinador:


- Eu penso que ele é o maior treinador de futebol americano da história! Eu costumava xingá-lo e reclamar de seu jeito, mas hoje posso dizer que sinto um orgulho imenso de ter sido treinador por ele! Obrigado, mestre!