segunda-feira, 7 de abril de 2014

Aula de História – Capítulo 06 (1984 a 1988): Era de Ouro – Parte II


Samuel David Wyche nasceu no dia 05 de Janeiro de 1945, na cidade de Atlanta, Georgia. Entre os anos de 1963 e 1965, estudou “História da Arte” na Furman University (em Greenville, Carolina do Sul); e em 1967, concluiu seu MBA (Masters of Business Administration) pela University of South Carolina. Aluno exemplar, Sam vislumbrou no esporte uma chance de alcançar bolsas de estudos nestas universidades – jogou como Quarterback na Furman’s Paladins; e trabalhou como Coordenador Ofensivo na USC Gamecocks (mostrando vocação para o cargo de Treinador desde a juventude)...

Em 1966, Sam assinou seu primeiro contrato como jogador profissional: duas temporadas comandando o ataque do Wheeling Ironmen (equipe que disputava a Continental Football League – liga profissional de futebol americano, fundada em 1965 e extinta em 1969; com times norte-americanos, canadenses e mexicanos; e que revelou alguns talentos para a NFL: como Bill Walsh, Ken Stabler e Otis Sistrunk).


Verdade seja dita: Wyche nunca foi um “Quarterback brilhante”; mas mostrou-se um atleta versátil, capaz de analisar e decifrar rapidamente as jogadas da defesa adversária; bem como surpreendendo seus oponentes correndo com a bola (algo raro na época)! Foi o suficiente para chamar a atenção do mestre Paul Brown – que o convidou para integrar o elenco de sua nova equipe, prestes a estrear na American Football League em 1968...


Em Cincinnati, Sam seria apenas o “Terceiro Quarterback” (reserva de John Stofa e Dewey Warren); mas seu empenho nos treinamentos e versatilidade em campo levou-o à titularidade dos Bengals em três partidas! E seus números foram bem razoáveis: acertou 35 dos 55 passes tentados (aproveitamento de 63,6%), conquistando 494 jardas aéreas e 02 passes para TD’s. Ele também correu 12 vezes com a bola e garantiu outras 74 jardas; e para coroar sua atuação “coringa”, ainda recebeu um passe de cinco jardas!

Com a chegada da “estrelaGreg Cook em 1969; John Stofa deixou a equipe (voltando para Miami) e Wyche passou a ser “oficialmente” o “Segundo QB” dos Bengals... E graças à lesão no ombro sofrida pelo “Garoto de Ouro de Ohio” no terceiro jogo da temporada (contra o Kansas City Chiefs); Sam participou de sete jogos (sendo titular em três) - completando 54 passes em 108 tentativas (aproveitamento de 50%); garantindo 838 jardas e 07 passes para TD (com 04 Interceptações). Wyche continuou correndo (12 tentativas para 109 jardas) e ainda anotou 01 TD com suas pernas!

Em 1970, sob o “reinado” de Virgil Carter, Sam participou de todos os 14 jogos de Cincinnati (sendo titular em três); mas seus números foram bem mais modestos: completou 26 de 57 passes tentados (aproveitamento de 45,6%); para 411 jardas e 03 passes para TD (com 02 INT). Se com os braços ele não foi tão bem, com as pernas ele melhorou ainda mais: correu 19 vezes e conquistou 118 jardas, anotando 02 TD’s!


Em 1971, com a escolha de Ken Anderson e a continuidade de Virgil Carter, ficou claro que Sam Wyche não teria espaço no ataque dos Bengals; e ele aceitou o convite do Washington Redskins (onde participou do Super Bowl VII, vencido pelos Dolphins por 14 x 07). Ele jogou por três anos na Capital Federal, antes de se transferir para o Detroit Lions (em 1974). E em 1976 encerrou sua carreira de jogador no St. Louis Cardinals...

Mas em nenhuma destas equipes chegou a ser titular...

Em 1979, Sam voltou ao futebol americano – desta vez como Assistente Técnico de seu Ex-Coordenador Ofensivo Bill Walsh (recém-contratado como Treinador Principal dos 49ers). Em San Francisco, esta dupla alcançou enorme sucesso ao retomar (e aprimorar) a “West Coast Offense” – com a valiosa ajuda de Joe Montana (Quarterback talentoso, recém-draftado da Universidade de Notre Dame). E o resultado deste trabalho, como vimos, foi a conquista do Super Bowl XVI, em cima dos Bengals, na pós-temporada de 1981...


Em 1983, a Universidade de Indiana convidou Wyche para o cargo de Treinador Principal; mas comandando os Hoosiers, Sam não obteve o sucesso esperado: 03 vitórias e 08 derrotas...


Ainda sim, Paul Brown resolveu convidá-lo para assumir o comando da equipe de Cincinnati, substituindo Forrest Gregg (bastante pressionado após quatro temporadas de muitas alegrias e algumas dolorosas decepções...).

Diferentemente de Bill Walsh (considerado um técnico racional e estrategista); Sam Wyche era um Treinador emotivo e impulsivo, com coragem para desafiar abertamente as decisões de Paul Brown para defender os interesses de seus atletas (que o viam como um “irmão mais velho”). Isto sem falar nas polêmicas declarações à imprensa, que fomentaram ainda mais a rivalidade com nossos adversários da AFC Central...


No dia 10 de Dezembro de 1989, por exemplo, os Bengals receberam o Seattle Seahawks no Riverfront Stadium. E os 54.744 torcedores presentes estavam furiosos com a arbitragem, que claramente estava prejudicando a equipe da casa. Em determinado momento da partida, alguns fanáticos arremessaram bolas de neve nos árbitros e nos atletas de Seattle (que estavam alinhados na marca de 04 jardas de seu próprio campo de defesa, e por isso tornaram-se “alvos fáceis”). Os jogadores do Seahawks exigiram a paralisação da partida enquanto não houvesse segurança suficiente. Obviamente, isto acirrou ainda mais os ânimos dos torcedores. Mas eis que Sam Wyche pediu um microfone, interligado com o sistema de som do estádio; e tratou de acalmar a todos:

- A próxima pessoa que arremessar qualquer coisa no gramado será expulsa do Riverfront! O que está acontecendo com vocês? Vocês não são de Cleveland! Vocês vivem em Cincinnati!


A verdade é que ele assumiu a equipe dos Bengals com 39 anos de idade, ou seja, era apenas alguns anos mais velho que seus comandados. Por isso os compreendia bem, sabia como motivá-los e o que exigir deles nos jogos e treinamentos. Seu carisma e “espírito de grupo” contagiavam a todos, formando uma “família” nos vestiários do Riverfront!

Mas não pensem que ele era apenas mais um “Felipão”...


Sua paixão pelo jogo ofensivo contribuiu decisivamente para a criação de outra inovação tática dos Bengals: o “Ataque No-Huddle” (seqüência de jogadas de ataque sem aquela “reunião” no meio de campo; o que “sufoca” e “confunde” a linha defensiva, além de impedir substituições de atletas rivais – levando-os à exaustão em poucos lances). Peyton Manning pode ser o “mestre” neste estilo de jogo, mas a “paternidade” é de Sam Wyche...


Para se ter uma idéia do “potencial destrutivo” do “No-Huddle”; mesmo durante a supremacia do Buffalo Bills, comandado por Marv Levy no final da década de 1980; Cincinnati derrotou os Bills três vezes na temporada de 1988 (na pré-temporada, na temporada regular e na pós-temporada)! Levy, desesperado, pediu a intervenção da NFL, alegando que este estilo de jogo deveria ser proibido (pois aumenta o risco de lesões); mas Sam Wyche continuou “sufocando” seus rivais – e em 1989, o próprio Levy passou a implementar o “No-Huddle” em Buffalo...


Sim, meus caros amigos! Cincinnati inventou três poderosas “armas” táticas, que revolucionaram o futebol americano: a “West Coast Offense”, a “Blitz” e o “No-Huddle”! Acho que é esta vocação para sempre “surpreender” e “inovar” que colabora para o surgimento de Jerome Simpson’s; Gio Bernard’s e A.J. Green’s...


Neste sentido, a aposta de Paul Brown no jovem Sam Wyche não poderia ter sido mais acertada! A imprensa o apelidou de “Always Innovative Sam Wyche” (“Sempre Inovador Sam Wyche”), por suas “chamadas” de jogadas inesperadas e arriscadas – conversões de 4ª descida; jogo corrido em 3ª descidas para mais de sete jardas; jogadas aéreas na linha de 01 jarda do campo de defesa... eram relativamente “comuns”!

Nem sempre funcionava, é verdade...

Mas ganhamos vários jogos “improváveis” durante este período!


Seu começo, contudo, não poderia ter sido pior: ainda na pré-temporada, o lendário Pete Johnson foi trocado pelo Running Back James Brooks (do San Diego Chargers). E o Sr. Brooks sequer foi o segundo melhor corredor de Cincinnati, com 103 corridas para apenas 396 jardas e 02 TD’s. Resultado? Cinco derrotas nos primeiros cinco jogos da temporada de 1984!

Em compensação, vencemos oito dos últimos onze jogos (sendo cinco vitórias contra rivais da AFC Central); e só não conquistamos o título da Divisão porque perdemos para o Pittsburgh Steelers no dia 01.10.1984...

1ª Rodada – 02.09.1984 – Broncos 20 x 17 Bengals;
2ª Rodada – 09.09.1984 – Bengals 22 x 27 Chiefs;
3ª Rodada – 16.09.1984 – Jets 43 x 23 Bengals;
4ª Rodada – 23.09.1984 – Bengals 14 x 24 Rams;
5ª Rodada – 01.10.1984 – Steelers 38 x 17 Bengals;
6ª Rodada – 07.10.1984 – Bengals 13 x 03 Oilers;
7ª Rodada – 14.10.1984 – Patriots 20 x 14 Bengals;
8ª Rodada – 21.10.1984 – Bengals 12 x 09 Browns;
9ª Rodada – 28.10.1984 – Oilers 13 x 31 Bengals;
10ª Rodada – 04.11.1984 – 49ers 23 x 17 Bengals;
11ª Rodada – 11.11.1984 – Bengals 22 x 20 Steelers;
12ª Rodada – 18.11.1984 – Bengals 06 x 26 Seahawks;
13ª Rodada – 25.11.1984 – Bengals 35 x 14 Falcons;
14ª Rodada – 02.12.1984 – Browns 17 x 20 Bengals (Prorrogação);
15ª Rodada – 09.12.1984 – Saints 21 x 24 Bengals;
16ª Rodada – 16.12.1984 – Bengals 52 x 21 Bills.

Infelizmente, nossa campanha de 08 vitórias e 08 derrotas, e a 2ª posição na AFC Central; não foram suficientes para garantir uma vaga na pós-temporada (pois tanto Seattle quanto os Los Angeles Raiders terminaram com mais de 10 vitórias; mas perderam o título da AFC West para o Denver Broncos)...

Nos playoffs, os Dolphins (equipe de melhor campanha na Conferência Americana) confirmaram seu favoritismo e venceram os Seahawks (31 x 10) e os Steelers (45 x 28); mas no Super Bowl XIX, não evitaram o bi-campeonato do San Francisco 49ers (38 x 16)...


Anthony Muñoz foi o nosso único jogador convocado para o Pro Bowl. Ken Anderson continuou sendo “irregular” (175 passes completos em 275 tentativas, garantindo 2.107 jardas e 10 passes para TD, com 12 Interceptações e Rating de 81.0). Cris Collinsworth voltou a ser o “principal alvo” de Anderson (64 recepções para 989 jardas e 06 TD’s); mas no jogo terrestre, o surpreendente Larry Kinnebrew (RB segundo-anista, escolha de 6ª rodada no Draft de 1983) liderou as estatísticas (154 corridas para 623 jardas e 09 TD’s)...


Em 1985, duas grandes mudanças no elenco principal: o Wide Receiver Isaac Curtis (titular da equipe nos últimos 12 anos) decidiu se aposentar antes do Trainning Camp; e o Quarterback Boomer Esiason (escolhido na segunda rodada do Draft de 1984) substituiu Ken Anderson...

Mas quem esperava um “total desastre” no ataque, após a partida destes dois ícones; se enganou completamente! Os Bengals anotaram expressivos 441 pontos na temporada regular (recorde da equipe até então)!

Boomer Esiason foi fantástico (251 passes completos em 431 tentativas, garantindo 3.443 jardas e 27 passes para TD, com 12 Interceptações e Rating de 93.2)! Cris Collinsworth dominou o jogo aéreo (65 recepções para 1.125 jardas e 05 TD’s); e até o “contestado” James Brooks finalmente “se encaixou” na equipe (192 corridas para 929 jardas e 07 TD’s)!


Pena que as vitórias não vieram em profusão...

1ª Rodada – 08.09.1985 – Bengals 24 x 28 Seahawks;
2ª Rodada – 15.09.1985 – Cardinals 41 x 27 Bengals;
3ª Rodada – 22.09.1985 – Bengals 41 x 44 Chargers;
4ª Rodada – 30.09.1985 – Steelers 24 x 37 Bengals;
5ª Rodada – 06.10.1985 – Bengals 20 x 29 Jets;
6ª Rodada – 13.10.1985 – Bengals 35 x 30 Giants;
7ª Rodada – 20.10.1985 – Oilers 44 x 27 Bengals;
8ª Rodada – 27.10.1985 – Bengals 26 x 21 Steelers;
9ª Rodada – 03.11.1985 – Bills 17 x 23 Bengals;
10ª Rodada – 10.11.1985 – Bengals 27 x 10 Browns;
11ª Rodada – 17.11.1985 – Raiders 13 x 06 Bengals;
12ª Rodada – 24.11.1985 – Browns 24 x 06 Bengals;
13ª Rodada – 01.12.1985 – Bengals 45 x 27 Oilers;
14ª Rodada – 08.12.1985 – Bengals 50 x 24 Cowboys;
15ª Rodada – 15.12.1985 – Redskins 27 x 24 Bengals;
16ª Rodada – 22.12.1985 – Patriots 34 x 23 Bengals.

E a equipe de Cincinnati terminou mais uma vez na 2ª posição da AFC Central e fora da pós-temporada...

Pela televisão ou pelas ondas do rádio, os torcedores dos Bengals acompanharam a surpreendente campanha do New England Patriots, classificado com a pior campanha entre os cinco classificados para a pós-temporada da AFC; chegando ao Super Bowl XX – derrotando fora de casa o N.Y. Jets (14 x 26 na Rodada de Wild Card); o Los Angeles Raiders (por 20 x 27); e na final da Conferência Americana, o Miami Dolphins (por 14 x 31)!

Não custa lembrar que, antes da chegada do talentoso e midiático Tom Brady; a equipe da região de Boston não figurava entre as maiores equipes da NFL... e mesmo com a “acachapante” derrota para o Chicago Bears (equipe com a melhor campanha da NFC e com uma das melhores defesas da NFL de todos os tempos) pelo placar de 46 x 10; seus torcedores comemoraram demais a campanha de 1985...


Só para variar, Anthony Muñoz foi o único jogador de Cincinnati convocado para o Pro Bowl...


Em 1986, o ataque dos Bengals melhorou ainda mais!

Boomer Esiason completou 273 dos 469 passes tentados; estabelecendo novo recorde de jardas (3.959); com 24 passes para TD’s e 17 INT’s (Rating de 87.7) – números que lhe renderam convite para seu primeiro Pro Bowl. James Brooks também melhorou sua performance (205 corridas para 1.087 jardas e 05 TD’s) e, por isso, também viajou para o Pro Bowl (acompanhados do Guard Max Montoya e do “onipresente” Anthony Muñoz)!

O ataque de Cincinnati era tão bom que conquistou 621 jardas em um único jogo! Foi na vitória por 52 x 21 sobre o N.Y. Jets! Este recorde só fora quebrado em 1990, quando os Redskins venceram os Lions por 41 x 38 e conquistaram 676 jardas – mas esta partida foi para a prorrogação; e Washington teve “mais tempo” em campo...


Outro exemplo do “poder de fogo” dos Bengals aconteceu na vitória sobre os Patriots, em New England; quando dois jogadores quebraram a marca de 100 jardas corridas! James Brooks correu 163 jardas e Stanley Wilson garantiu outras 120; na vitória por 31 x 07 sobre o atual campeão da Conferência Americana!

E desta vez... as vitórias aconteceram!

1ª Rodada – 07.09.1986 – Chiefs 24 x 14 Bengals;
2ª Rodada – 14.09.1986 – Bengals 36 x 33 Bills (Prorrogação);
3ª Rodada – 18.09.1986 – Browns 13 x 30 Bengals;
4ª Rodada – 28.09.1986 – Bengals 07 x 44 Bears;
5ª Rodada – 05.10.1986 – Packers 28 x 34 Bengals;
6ª Rodada – 13.10.1986 – Bengals 24 x 22 Steelers;
7ª Rodada – 19.10.1986 – Bengals 31 x 28 Oilers;
8ª Rodada – 26.10.1986 – Steelers 30 x 09 Bengals;
9ª Rodada – 02.11.1986 – Lions 17 x 24 Bengals;
10ª Rodada – 09.11.1986 – Oilers 32 x 28 Bengals;
11ª Rodada – 16.11.1986 – Bengals 34 x 07 Seahawks;
12ª Rodada – 23.11.1986 – Bengals 24 x 20 Vikings;
13ª Rodada – 30.11.1986 – Broncos 34 x 28 Bengals;
14ª Rodada – 07.12.1986 – Patriots 07 x 31 Bengals;
15ª Rodada – 14.12.1986 – Bengals 03 x 34 Browns;
16ª Rodada – 21.12.1986 – Bengals 52 x 21 Jets.

Terminamos a temporada regular com um retrospecto de 10 vitórias e 06 derrotas; mas infelizmente três delas foram para rivais da AFC Central (e cinco foram para adversários da Conferência Americana). Mas especialmente a derrota em casa, para os Browns (por 03 x 34), nos custou muito caro! Cleveland foi campeão da Divisão (com 12 vitórias e 04 derrotas); e embora os Jets e os Chiefs também tenham terminado com 10-6; eles conseguiram um retrospecto melhor enfrentando equipes de suas Divisões e da AFC; e classificaram-se para a Rodada de Wild Card...

Nos playoffs, os Browns (que terminaram a temporada regular com a melhor campanha da Conferência Americana) precisaram de DUAS PRORROGAÇÕES para vencer o N.Y. Jets (por 23 x 20); mas foram derrotados pelo Denver Broncos, na final da AFC, também por 23 x 20 (e também na prorrogação)! Haja fôlego, hein?

No Super Bowl XXI, vitória tranqüila do N.Y. Giants sobre os Broncos: 39 x 20!


Diz a sabedoria popular que “depois da tempestade vem a bonança”...

Bonança é um substantivo feminino que descreve o estado do mar que é favorável à navegação; mas também significa calma, sossego, tranqüilidade, ventura e felicidade! Logo, este ditado popular significa que na vida, depois de situações ou fases complicadas, vem um período de intensa felicidade! Esta frase é utilizada para encorajar as pessoas para se manterem firmes e com esperança, mesmo durante fases mais turbulentas...

Exatamente como ocorreu em 1987...


Cincinnati viveu um dos piores anos de sua história! Só conseguimos quatro vitórias (uma delas na prorrogação; e nenhuma por diferença maior do que uma posse de bola). Perdemos todos os jogos disputados contra nossos rivais da AFC Central. E Boomer Esiason terminou o ano com mais Interceptações do que Touchdown’s...

Uma senhora tormenta!

1ª Rodada – 13.09.1987 – Colts 21 x 23 Bengals;
2ª Rodada – 20.09.1987 – Bengals 26 x 27 49ers;
3ª Rodada – 27.09.1987 – Rams x Bengals (Jogo Cancelado em virtude da Greve);
4ª Rodada – 04.10.1987 – Bengals 09 x 10 Chargers;
5ª Rodada – 11.10.1987 – Seahawks 10 x 17 Bengals;
6ª Rodada – 18.10.1987 – Bengals 00 x 34 Browns;
7ª Rodada – 25.10.1987 – Steelers 23 x 20 Bengals;
8ª Rodada – 01.11.1987 – Bengals 29 x 31 Oilers;
9ª Rodada – 08.11.1987 – Bengals 14 x 20 Dolphins;
10ª Rodada – 15.11.1987 – Falcons 10 x 16 Bengals;
11ª Rodada – 22.11.1987 – Bengals 16 x 30 Steelers;
12ª Rodada – 29.11.1987 – Jets 27 x 20 Bengals;
13ª Rodada – 06.12.1987 – Bengals 30 x 27 Chiefs (Prorrogação);
14ª Rodada – 13.12.1987 – Browns 38 x 24 Bengals;
15ª Rodada – 20.12.1987 – Bengals 24 x 41 Saints;
16ª Rodada – 27.12.1987 – Oilers 21 x 17 Bengals.

Mas não “choveu” apenas em Cincinnati!


No dia 22 de Setembro de 1987, após a Segunda Rodada; o Sindicato dos Atletas voltou a entrar em greve (em decorrência do fim do acordo de cinco anos firmado em 1982) – mas desta vez a adesão dos jogadores foi muito menor: apenas 15% “cruzaram os braços”; ainda que atletas importantes, como o QB Joe Montana (San Francisco 49ers), DE Mark Gastineu (N.Y. Jets), DT Randy White (Dallas Cowboys), QB Doug Flutie (New England Patriots) e o WR Steve Largent (Seattle Seahawks) tenham aderido ao movimento...

Dada a baixa adesão dos jogadores, apenas a Terceira Rodada fora cancelada; e as equipes disputaram as Semanas 03, 04 e 05 desfalcadas dos grevistas (o que prejudicou demais alguns times, como o atual campeão N.Y. Giants – que contava com muitos atletas “engajados”; e por isso perdeu três jogos consecutivos; praticamente liquidando suas chances por uma vaga na pós-temporada).


Cleveland conquistou mais um título de Divisão (terminando a temporada regular com a segunda melhor campanha da AFC); e nos playoffs, derrotou o Indianapolis Colts por 38 x 21; mas voltou a perder a final da Conferência Americana para os Broncos, desta vez jogando em Denver, pelo placar de 38 x 33...

No Super Bowl XXII, a equipe do Colorado foi atropelada pelo Washington Redskins (equipe com a terceira melhor campanha da NFC); perdendo por 42 x 10...


Anthony Muñoz e o Noise Tackle Tim Krumrie foram os únicos jogadores dos Bengals convocados para o Pro Bowl. E não é para menos, pois além dos pífios resultados em campo, os líderes das estatísticas ofensivas também fizeram feio (pelo menos quando comparados com os números dos anos anteriores)...


Boomer Esiason acertou 240 dos 440 passes tentados, conquistando 3.321 jardas, com 16 passes para TD’s e 19 INT’s (Rating de 73.1). Larry Knnebrew voltou a ser nosso melhor corredor (154 corridas para 623 jardas e 09 TD’s); e Eddie Brown superou Cris Collinsworth e tornou-se o melhor recebedor (44 recepções para 608 jardas e 03 TD’s)...

A pressão sobre Sam Wyche tornou-se “insuportável”; e não vinha apenas das arquibancadas (após outra campanha decepcionante sem alcançar a pós-temporada) ou da imprensa esportiva de Cincinnati (cansada após tantas “inovações táticas mal-sucedidas”); mas dentro da própria Diretoria havia aqueles que desejavam “mandá-lo embora”!

Mas Paul Brown, “turrão” e “cabeça-dura” como sempre, ignorou solenemente as pressões e optou por mantê-lo no cargo...

E mais uma vez o Velho Mestre estava certo!

1ª Rodada – 04.09.1988 – Bengals 21 x 14 Cardinals;
2ª Rodada – 11.09.1988 – Eagles 24 x 28 Bengals;
3ª Rodada – 18.09.1988 – Steelers 12 x 17 Bengals;
4ª Rodada – 25.09.1988 – Bengals 24 x 17 Browns;
5ª Rodada – 02.10.1988 – Raiders 21 x 45 Bengals;
6ª Rodada – 09.10.1988 – Bengals 36 x 19 Jets;
7ª Rodada – 16.10.1988 – Patriots 27 x 21 Bengals;
8ª Rodada – 23.10.1988 – Bengals 44 x 21 Oilers;
9ª Rodada – 30.10.1988 – Browns 23 x 16 Bengals;
10ª Rodada – 06.11.1988 – Bengals 42 x 07 Steelers;
11ª Rodada – 13.11.1988 – Chiefs 31 x 28 Bengals;
12ª Rodada – 20.11.1988 – Cowboys 24 x 38 Bengals;
13ª Rodada – 27.11.1988 – Bengals 35 x 21 Bills;
14ª Rodada – 04.12.1988 – Bengals 27 x 10 Chargers;
15ª Rodada – 11.12.1988 – Oilers 41 x 06 Bengals;
16ª Rodada – 17.12.1988 – Bengals 20 x 17 Redskins (Prorrogação).

As 12 vitórias (sendo 08 delas em casa) e 04 derrotas foram mais do que suficientes para nos dar o 4º título da AFC Central (e nos levar à pós-temporada pela sexta vez)! Terminamos a temporada regular com a melhor campanha da Conferência Americana; e nossa Divisão ainda classificou duas equipes para a rodada de Wild Card: Cleveland e Houston!


Boomer Esiason voltou à sua “velha forma”, lançando 223 passes corretos em 388 tentativas, conquistando 3.572 jardas, com 28 passes para TD’s e 14 INT’s (Rating de 97.4). Seu “alvo favorito” continuou sendo Eddie Brown (53 recepções para 1.273 jardas e 09 TD’s); mas ninguém brilhou mais do que um novato chamado “Ickey” Woods...


Elbert L. Woods nasceu no dia 28 de Fevereiro de 1966, na cidade de Fresno, California. Estudou na University of Nevada – Las Vegas (UNLV), antes de ser Draftado pelos Bengals na segunda rodada (31ª escolha “geral”) em 1988. O Running Back camisa nº 30 não apenas liderou o jogo corrido de Cincinnati (203 corridas para 1.066 jardas); como passou a marca de 100 jardas em cinco jogos na temporada regular; e também estabeleceu o recorde de jardas terrestres dos Bengals numa partida da pós-temporada (126 jardas contra o Seattle)!


Mas a torcida de Cincinnati gostava mesmo era de sua ridícula “dancinha” (“The Ickey Shuffle”) na End Zone dos adversários, após cada um de seus 15 Touchdowns!


Apesar do sucesso esportivo e midiático, o calouro não foi convocado para o Pro Bowl de 1988; mas outros nove atletas de Cincinnati foram: QB Boomer Esiason (também eleito MVP), WR Eddie Brown, RB James Brooks, S David Fulcher, TE Rodney Holman, NT Tim Krummrie, G Max Montoya, CB Eric Thomas... e adivinhem o nono? Pois é... lá estava Anthony Muñoz de novo!


No dia 24.12.1985, os Oilers (quinta melhor campanha da AFC) derrotaram os Browns, em Cleveland, por 23 x 24. Com isso, enfrentaria os Bengals no dia 31.12.1985; mas como ambos integravam a AFC Central, a NFL “inverteu” os confrontos – e Houston viajaria para Buffalo (equipe campeã da AFC East); enquanto Cincinnati encararia os Seahawks (campeões da AFC West)...

Este regulamento pode soar “injusto” à primeira vista; mas para os Bengals, mostrou-se extremamente vantajoso! Primeiro porque “escapamos” de um rival de Divisão (e como todo “clássico”, não existem favoritos). Em segundo lugar, as equipes se conhecem melhor (pois se enfrentam duas vezes por temporada). E no caso específico de 1988, Seattle foi campeão da Divisão Oeste com 09 vitórias e 07 derrotas; retrospecto pior do que os Oilers (10 vitórias e 06 derrotas na temporada regular – incluindo uma goleada por 41 x 06 sobre Cincinnati na penúltima rodada)!


No último dia do ano, 58.560 torcedores foram ao Riverfront Stadium e acompanharam a defesa dos Seahawks anulando o jogo aéreo dos Bengals (Boomer Esiason completou 07 dos 19 passes tentados e conquistou apenas 109 jardas); mas felizmente não conseguiram deter nosso jogo terrestre (que garantiu 254 jardas e 03 TD’s na primeira etapa – dois de Stanley Wilson e um de Ickey Woods). O ataque de Seattle também produziu pouco (nenhum ponto nos primeiros três primeiros Quartos); e mesmo esboçando uma reação no final do jogo (dois TD’s de Dave Krieg), os visitantes perderam o jogo por 21 x 13!

Na outra semi-final, disputada em 01.01.1989, no Rich Stadium, em Buffalo; os Bills confirmaram o favoritismo e eliminaram o Houston Oilers por 17 x 10...

Com isso, as duas melhores equipes da Conferência Americana se enfrentariam no dia 08 de Janeiro de 1989!

Curiosamente, na Conferência Nacional, as duas melhores equipes da Temporada Regular também venceram seus jogos: Os Bears passaram pelo Philadelphia Eagles com o placar de 20 x 12; e por terem a melhor campanha, decidiriam o título no Soldier Field, em Chicago; enfrentando o San Francisco 49ers (que na semi-final bateu em casa o Minnesota Vikings por 34 x 09)...


Cerca de 59.747 torcedores assistiram ao vivo a partida entre Bengals e Bills...

E apesar da força ofensiva da equipe, desta vez foi a nossa defesa quem brilhou! Cincinnati forçou três Interceptações e cedeu apenas 45 jardas terrestres (e outras 136 jardas aéreas); mantendo a posse de bola por 39:29 minutos! O RB titular de Buffalo (Thurman Thomas) só conseguiu 06 jardas em 04 corridas; e o QB Jim Kelly acertou 14 dos 30 passes tentados para 161 jardas, com 01 passe para TD e 03 INT’s! Ao todo, os Bills só conseguiram 10 “primeiras descidas”; e não converteram nenhuma das 3ª descidas!

Verdade seja dita: nosso ataque também não foi “espetacular”, com Boomer Esiason completando 11 de 20 passes, conquistando 94 jardas aéreas e 01 passe para TD (com 02 INT’s); mas o jogo terrestre “salvou o dia” mais uma vez: 175 jardas e 03 TD’s (sendo 102 de Ickey Woods, que ainda anotou dois dos três TD’s)!

Cincinnati venceu com tranqüilidade: 21 x 10!

E os Bengals conquistaram o BI-CAMPEONATO DA CONFERÊNCIA AMERICANA!!!


Além da vaga no Super Bowl XXIII...


Onde finalmente teríamos nossa “revanche” contra o San Francisco 49ers (que massacraram os Bears, em Chicago, por vergonhosos 03 x 28 no Soldier Field)!


Cincinnati chegava mais forte desta vez: Boomer Esiason era bem melhor do que Ken Anderson; Ickey Woods e James Brooks dominavam o jogo terrestre (formando uma dupla mais perigosa que Charles Alexander e Pete Johnson); tínhamos um dos melhores Offensive Tackles da história (Anthony Muñoz); e Cris Collinsworth (presente nas duas escalações) agora tinha a companhia de outros “alvos” (como o TE Rodney Holman, o WR Eddie Brown e até do HB James Brooks)! Isto sem falar no “Always Innovative Sam Wyche” no banco de reservas (bem diferente do conservador e às vezes previsível Forrest Gregg)!


O problema é que os Niners (agora bi-campeões do Super Bowl) também melhoraram...

Além de Bill Walsh e Joe Montana, outros três jogadores entrariam para o Hall da Fama: Ronnie Lott, Steve Young e Jerry Rice... Isto sem falar no RB Roger Craig (eleito o Jogador Ofensivo do Ano da NFL); no FB Tom Rathman (que correu por 427 jardas e ainda recebeu 42 passes para mais 387 jardas); e no WR John Taylor (líder da NFL em jardas de Kickoff e Punt’s retornados). A defesa de San Francisco também era fantástica: Eric Wright, Jeff Fuller, Tim McKyer e Charles Haley, só para citar alguns nomes...

Se os EUA resolvessem montar uma “Seleção Nacional” em 1988, certamente a base seria essa equipe dos 49ers...


Céu claro; temperatura na casa de 24º Celsius; e o Joe Robbie Stadium (atual Sun Life Stadium) em Miami, na Flórida, completamente lotado: 75.597 espectadores (fora os quase 82 milhões de norte-americanos que acompanhavam a transmissão pela NBC)!

Cincinnati foi a campo com a seguinte formação titular:

Quarterback: Boomer Esiason;
Wide Receiver’s: Eddie Brown e Tim McGee;
Fullback: Ickey Woods;
Running Back: James Brooks;
Tight End: Rodney Holman;
Center: Bruce Kozerski;
Left Tackle: Anthony Muñoz;
Left Guard: Bruce Reimers;
Right Guard: Max Montoya;
Right Tackle: Brian Blados;
Noise Tackle: Tim Krumrie;
Defensive End’s: Jim Skow e Jason Buck;
Linebacker’s: Leon White, Carl Zander, Joe Kelly e Reggie Williams;
Cornerback’s: Lewis Billups e Eric Thomas;
Safety’s: David Fulcher e Somolon Wilcots.


Após a cerimônia de abertura (em homenagem a NASA) e do hino nacional (cantado por Billy Joel); os capitães das duas equipes se encontraram no centro do gramado e disputaram o “cara ou coroa”. Os Niners venceram e escolheram começar com a bola...

Lee Johnson, nosso Punter camisa nº 11, chutou a bola até a marca de 16 jardas do campo de defesa; mas San Francisco conseguiu retornar por 11 jardas – e a primeira campanha ofensiva dos 49ers começou na linha de 27 de seu campo de defesa...

Na terceira jogada da campanha (3ª para 05 jardas), Montana completou um passe de 10 jardas para Roger Craig – garantindo a primeira descida; mas Steve Wallace (tackle) deixou o campo com seu tornozelo quebrado... Pouco depois, Tim Krumrie também sofreu uma grave lesão no tornozelo; arrebentando dois ossos de sua perna esquerda!


No placar: 00 x 00...

No departamento médico: 01 x 01!

San Francisco só conseguiu chegar à linha de 40 do seu campo defensivo; e foi obrigado a entregar a posse de bola para Cincinnati – que começou sua primeira campanha na marca de 26; e logo de cara, Boomer Esiason acertou um lindo passe de 17 jardas para Eddie Brown!

Em oito jogadas, os Bengals chegaram à linha de 39 do campo de ataque; mas decidiram não arriscar um Field Goal longo – preferindo devolver a bola para os Niners; que foram obrigados a iniciar sua segunda campanha ofensiva com “as costas na parede” (na marca de 03 jardas do campo de defesa). E mesmo assim, após 12 jogadas e pouco mais de cinco minutos; a equipe californiana abriu o placar – com Mike Cofer acertando um chute de 41 jardas para FG...

San Francisco 03 x 00 Cincinnati...


Os Bengals ainda tiveram mais uma posse de bola antes do final do 1º Quarto; mas só conseguiram uma primeira descida...

Aliás, esta foi a tônica do 2º Quarto – onde as equipes alternavam as posses de bola, após uma ou duas primeiras descidas; com grande predomínio das defesas sobre os ataques... Mas faltando pouco mais de dois minutos para o intervalo, os Bengals chegaram ao empate – com Jim Breech chutando um FG de 34 jardas!

Desta vez, Cincinnati foi para os vestiários com a partida empatada em 03 x 03 – muito diferente do Super Bowl XVI (quando San Francisco nos atropelou na primeira etapa, vencendo por 20 x 00; e só precisou administrar a vantagem para conquistar seu primeiro título)!


No show do intervalo, “Elvis Presto” (cover do Rei do Rock), acompanhado da Vera Verão (não, espera... acho que não era "ela"...); comandou um espetáculo com centenas de bailarinas da Flórida; e muitas inovações em três dimensões (a Coca-Cola, uma das patrocinadoras do evento, distribuiu óculos 3-D para todos os presentes no estádio). Ok, os resultados podem não ter sido “impressionantes” para a nossa geração... mas lembre-se que estamos falando de uma partida disputada no início de 1989!

O 3º Quarto começou com a bola nas mãos de Cincinnati...

E apesar das quatro faltas cometidas pelos Bengals, conseguimos virar o placar! Jim Breech acertou um chute de 43 jardas, e assumimos a ponta pela primeira vez na partida!

Cincinnati 06 x 03 San Francisco!


Na primeira campanha da segunda etapa, os 49ers conseguiram três primeiras descidas e chegaram à linha de 41 do campo de ataque; mas nossa defesa anulou as jogadas de Montana; e os californianos foram obrigados a devolver a bola para os Bengals!

Faltando dois minutos e meio para acabar o 3º Quarto; a torcida preta e laranja estava eufórica! Nossa defesa estava brilhando; e o ataque, embora com poucas jogadas “explosivas”, estava conseguindo anotar pontos...

Tudo parecia bem...

Quando Boomer Esiason tentou um passe curto para Tim McGee... mas no meio do caminho estava Bill Romanowski (Linebacker camisa nº 53); que interceptou a bola e posicionou sua equipe já na marca de 23 jardas do campo de ataque...


Um erro como este poderia ter nos custado a vitória...

Mas por sorte, nossa defesa estava mesmo num dia inspirado – e Joe Montana sequer conseguiu uma primeira descida (sendo obrigado a se contentar com outro FG para empatar o jogo): Cofer acertou um chute de 32 jardas...

San Francisco 06 x 06 Cincinnati...

Eis que o milagre aconteceu!


O próprio Mike Cofer chutou a bola para os Bengals; mas ninguém esperava que Stanford Jennings (Running Back camisa nº 36; escolhido na terceira rodada do Draft de 1984) pudesse retornar por 93 jardas e anotar o primeiro Touchdown da partida!

Final do 3º Quarto: Cincinnati 13 x 06 San Francisco!

Parecia um sonho!

Paul Brown estava a menos de 15 minutos para conquistar seu primeiro Super Bowl!

Seria a coroação perfeita de uma vida dedicada ao esporte!


Mas do outro lado havia um Quarterback chamado Joe Montana...


No último lance do 3º Quarto; Montana acertou um passe de 31 jardas para o lendário Jerry Rice (levando a equipe californiana da linha de 15 jardas do campo de defesa para o meio-de-campo). E no primeiro lance do último Quarto; Montana acertou um passe ainda melhor: 40 jardas para Roger Craig (que só parou na marca de 14 do campo de ataque)...


Dois passes... avanço de 71 jardas!

Lewis Billups, nosso Cornerback camisa nº 24, QUASE interceptou um passe de Joe Montana para John Taylor (lance que certamente contribuiria decisivamente para a nossa vitória); mas a bola caiu no chão e os juízes anotaram “passe incompleto”...

No lance seguinte... Montana encontrou Rice em nossa End Zone...

San Francisco 13 x 13 Cincinnati...


A próxima campanha dos Bengals não rendeu nada...

Assim como a campanha seguinte dos Niners...

E Cincinnati recuperou a bola, na marca de 32 do seu campo de defesa, faltando 08:47 para terminar o tempo regulamentar...

Os Bengals aprenderam a valorizar a posse da bola; e contentando-se com avanços pequenos, conseguiram segurá-la por cinco minutos e meio; chegando à linha de 22 jardas do campo de ataque; possibilitando um Field Goal de 40 jardas (faltando 03:20 para o fim do jogo)...

Jim Breech foi para a bola...

Chutou...


E marcou!

Cincinnati novamente em vantagem: 16 x 13!

O primeiro título da nossa história nunca esteve tão perto!

San Francisco jogaria contra a nossa defesa... e contra o relógio!

Bill Walsh teria que tirar vários coelhos da cartola se quisesse conquistar o terceiro título...

Os 49ers começaram na linha de 08 jardas do seu campo de defesa...

Poucos acreditaram que seria possível uma nova virada...

Mas como doeu ver cada passe perfeito de Joe Montana para Jerry Rice...

Como doeu ver cada corrida de Roger Craig...


E como doeu ver John Taylor recebendo um passe de 10 jardas e entrando em nossa End Zone; faltando 34 segundos para o fim da partida...


San Francisco 20 x 16 Cincinnati...

Boomer Esiason ainda tentou quatro passes longos para Cris Collinsworth...

Mas a derrota estava sacramentada...


San Francisco 49ers – três vezes campeões do Super Bowl...


Infelizmente, este também foi o último capítulo da chamada “Era de Ouro” dos Bengals...



Nenhum comentário:

Postar um comentário