Samuel David Wyche nasceu no dia 05 de Janeiro de 1945, na cidade de Atlanta, Georgia. Entre
os anos de 1963 e 1965, estudou “História da Arte” na Furman
University (em Greenville, Carolina
do Sul); e em 1967, concluiu seu
MBA (Masters of Business Administration)
pela University of South Carolina.
Aluno exemplar, Sam vislumbrou no
esporte uma chance de alcançar bolsas de estudos nestas universidades – jogou
como Quarterback
na Furman’s Paladins; e trabalhou
como Coordenador
Ofensivo na USC Gamecocks
(mostrando vocação para o cargo de Treinador
desde a juventude)...
Em 1966, Sam assinou seu
primeiro contrato como jogador profissional: duas temporadas comandando o
ataque do Wheeling Ironmen (equipe
que disputava a Continental Football
League – liga profissional de futebol americano, fundada em 1965 e extinta em 1969; com times norte-americanos, canadenses e mexicanos; e que revelou
alguns talentos para a NFL: como Bill Walsh, Ken Stabler e Otis Sistrunk).
Verdade seja dita: Wyche nunca foi um “Quarterback
brilhante”; mas mostrou-se um atleta versátil, capaz de analisar e
decifrar rapidamente as jogadas da defesa adversária; bem como surpreendendo
seus oponentes correndo com a bola (algo raro na época)! Foi o suficiente para
chamar a atenção do mestre Paul Brown
– que o convidou para integrar o elenco de sua nova equipe, prestes a estrear
na American
Football League em 1968...
Em Cincinnati, Sam seria
apenas o “Terceiro Quarterback” (reserva de John Stofa e Dewey Warren);
mas seu empenho nos treinamentos e versatilidade em campo levou-o à
titularidade dos Bengals em três
partidas! E seus números foram bem razoáveis: acertou 35
dos 55 passes tentados (aproveitamento de 63,6%),
conquistando 494 jardas aéreas e 02 passes para TD’s. Ele também
correu 12 vezes com a bola e garantiu outras 74 jardas; e para coroar
sua atuação “coringa”, ainda recebeu um passe de cinco
jardas!
Com a chegada da “estrela”
Greg Cook em 1969; John Stofa deixou
a equipe (voltando para Miami) e Wyche passou a ser “oficialmente” o “Segundo
QB” dos Bengals... E graças
à lesão no ombro sofrida pelo “Garoto de Ouro de Ohio” no terceiro
jogo da temporada (contra o Kansas City
Chiefs); Sam participou de sete
jogos (sendo titular em três) - completando 54
passes em 108 tentativas (aproveitamento de 50%); garantindo 838
jardas e 07 passes para TD (com 04 Interceptações). Wyche continuou correndo (12
tentativas para 109 jardas) e ainda anotou 01 TD
com suas pernas!
Em 1970, sob o “reinado” de Virgil Carter, Sam participou
de todos os 14 jogos de Cincinnati
(sendo titular em três); mas seus
números foram bem mais modestos: completou 26 de 57 passes tentados (aproveitamento
de 45,6%); para 411 jardas e
03
passes para TD (com 02 INT). Se com os braços ele não
foi tão bem, com as pernas ele melhorou ainda mais: correu 19 vezes e conquistou
118
jardas, anotando 02 TD’s!
Em 1971, com a escolha de Ken
Anderson e a continuidade de Virgil
Carter, ficou claro que Sam Wyche
não teria espaço no ataque dos Bengals;
e ele aceitou o convite do Washington
Redskins (onde participou do Super Bowl VII, vencido pelos Dolphins por 14 x 07). Ele jogou por três anos na Capital Federal, antes de se transferir para o Detroit Lions (em 1974).
E em 1976 encerrou sua carreira de
jogador no St. Louis Cardinals...
Mas em nenhuma destas equipes
chegou a ser titular...
Em 1979, Sam voltou ao
futebol americano – desta vez como Assistente Técnico de seu Ex-Coordenador
Ofensivo Bill Walsh
(recém-contratado como Treinador Principal dos 49ers). Em San Francisco, esta dupla alcançou enorme sucesso ao retomar (e aprimorar)
a “West
Coast Offense” – com a valiosa ajuda de Joe Montana (Quarterback talentoso,
recém-draftado da Universidade de Notre
Dame). E o resultado deste trabalho, como vimos, foi a conquista do Super Bowl XVI, em cima dos Bengals, na pós-temporada de 1981...
Em 1983, a Universidade de
Indiana convidou Wyche para o
cargo de Treinador Principal; mas comandando os Hoosiers, Sam não obteve
o sucesso esperado: 03 vitórias e 08
derrotas...
Ainda sim, Paul Brown resolveu convidá-lo para assumir o comando da equipe de Cincinnati, substituindo Forrest Gregg (bastante pressionado
após quatro temporadas de muitas alegrias e algumas dolorosas decepções...).
Diferentemente de Bill Walsh (considerado um técnico
racional e estrategista); Sam Wyche
era um Treinador emotivo e impulsivo, com coragem para desafiar
abertamente as decisões de Paul Brown
para defender os interesses de seus atletas (que o viam como um “irmão
mais velho”). Isto sem falar nas polêmicas declarações à imprensa, que
fomentaram ainda mais a rivalidade com nossos adversários da AFC
Central...
No dia 10 de Dezembro de 1989, por exemplo, os Bengals receberam o Seattle
Seahawks no Riverfront Stadium.
E os 54.744 torcedores presentes
estavam furiosos com a arbitragem, que claramente estava prejudicando a equipe
da casa. Em determinado momento da partida, alguns fanáticos arremessaram bolas
de neve nos árbitros e nos atletas de Seattle
(que estavam alinhados na marca de 04 jardas de seu próprio campo de defesa, e
por isso tornaram-se “alvos fáceis”). Os jogadores do Seahawks exigiram a paralisação da partida enquanto não houvesse
segurança suficiente. Obviamente, isto acirrou ainda mais os ânimos dos
torcedores. Mas eis que Sam Wyche
pediu um microfone, interligado com o sistema de som do estádio; e tratou de
acalmar a todos:
- A próxima pessoa que arremessar
qualquer coisa no gramado será expulsa do Riverfront! O que está acontecendo
com vocês? Vocês não são de Cleveland! Vocês vivem em Cincinnati!
A verdade é que ele assumiu a
equipe dos Bengals com 39 anos de
idade, ou seja, era apenas alguns anos mais velho que seus comandados. Por isso
os compreendia bem, sabia como motivá-los e o que exigir deles nos jogos e
treinamentos. Seu carisma e “espírito de grupo” contagiavam a todos, formando
uma “família” nos vestiários do Riverfront!
Mas não pensem que ele era apenas
mais um “Felipão”...
Sua paixão pelo jogo ofensivo
contribuiu decisivamente para a criação de outra inovação tática dos Bengals: o “Ataque No-Huddle”
(seqüência de jogadas de ataque sem aquela “reunião” no meio de campo; o que
“sufoca” e “confunde” a linha defensiva, além de impedir substituições de
atletas rivais – levando-os à exaustão em poucos lances). Peyton Manning pode ser o “mestre” neste estilo de jogo, mas a
“paternidade” é de Sam Wyche...
Para se ter uma idéia do
“potencial destrutivo” do “No-Huddle”; mesmo durante a
supremacia do Buffalo Bills,
comandado por Marv Levy no final da
década de 1980; Cincinnati derrotou os Bills
três vezes na temporada de 1988 (na
pré-temporada, na temporada regular e na pós-temporada)! Levy, desesperado, pediu a intervenção da NFL, alegando que este estilo de jogo deveria ser proibido (pois
aumenta o risco de lesões); mas Sam
Wyche continuou “sufocando” seus rivais – e em 1989, o próprio Levy
passou a implementar o “No-Huddle” em Buffalo...
Sim, meus caros amigos! Cincinnati inventou três poderosas
“armas” táticas, que revolucionaram o futebol americano: a “West
Coast Offense”, a “Blitz” e o “No-Huddle”! Acho que é
esta vocação para sempre “surpreender” e “inovar” que colabora para o
surgimento de Jerome Simpson’s; Gio Bernard’s e A.J. Green’s...
Neste sentido, a aposta de Paul Brown no jovem Sam Wyche não poderia ter sido mais
acertada! A imprensa o apelidou de “Always Innovative Sam Wyche” (“Sempre
Inovador Sam Wyche”), por suas “chamadas” de jogadas inesperadas e
arriscadas – conversões de 4ª descida; jogo corrido em 3ª descidas para mais de
sete jardas; jogadas aéreas na linha de 01 jarda do campo de defesa... eram
relativamente “comuns”!
Nem sempre funcionava, é
verdade...
Mas ganhamos vários jogos
“improváveis” durante este período!
Seu começo, contudo, não poderia
ter sido pior: ainda na pré-temporada, o lendário Pete Johnson foi trocado pelo Running
Back James Brooks (do San Diego
Chargers). E o Sr. Brooks sequer
foi o segundo melhor corredor de Cincinnati,
com 103
corridas para apenas 396 jardas e 02 TD’s. Resultado? Cinco
derrotas nos primeiros cinco jogos da temporada
de 1984!
Em compensação, vencemos oito dos
últimos onze jogos (sendo cinco vitórias contra rivais da AFC Central); e só não
conquistamos o título da Divisão porque perdemos para o Pittsburgh Steelers no dia 01.10.1984...
1ª
Rodada – 02.09.1984 – Broncos 20 x 17 Bengals;
2ª
Rodada – 09.09.1984 – Bengals 22 x 27 Chiefs;
3ª
Rodada – 16.09.1984 – Jets 43 x 23 Bengals;
4ª
Rodada – 23.09.1984 – Bengals 14 x 24 Rams;
5ª
Rodada – 01.10.1984 – Steelers 38 x 17 Bengals;
6ª
Rodada – 07.10.1984 – Bengals 13 x 03 Oilers;
7ª
Rodada – 14.10.1984 – Patriots 20 x 14 Bengals;
8ª
Rodada – 21.10.1984 – Bengals 12 x 09 Browns;
9ª
Rodada – 28.10.1984 – Oilers 13 x 31 Bengals;
10ª
Rodada – 04.11.1984 – 49ers 23 x 17 Bengals;
11ª
Rodada – 11.11.1984 – Bengals 22 x 20 Steelers;
12ª
Rodada – 18.11.1984 – Bengals 06 x 26 Seahawks;
13ª
Rodada – 25.11.1984 – Bengals 35 x 14 Falcons;
14ª
Rodada – 02.12.1984 – Browns 17 x 20 Bengals (Prorrogação);
15ª
Rodada – 09.12.1984 – Saints 21 x 24 Bengals;
16ª Rodada – 16.12.1984 – Bengals 52 x
21 Bills.
Infelizmente, nossa campanha de 08
vitórias e 08 derrotas, e a 2ª posição na AFC Central; não foram
suficientes para garantir uma vaga na pós-temporada (pois tanto Seattle quanto os Los Angeles Raiders terminaram com mais de 10 vitórias; mas perderam
o título da AFC West para o Denver
Broncos)...
Nos playoffs, os Dolphins (equipe de melhor campanha na Conferência
Americana) confirmaram seu favoritismo e venceram os Seahawks (31 x 10) e os Steelers (45 x 28); mas no Super Bowl XIX, não
evitaram o bi-campeonato do San
Francisco 49ers (38 x 16)...
Anthony Muñoz foi o nosso único jogador convocado para o Pro
Bowl. Ken Anderson continuou
sendo “irregular” (175 passes completos em 275 tentativas, garantindo 2.107
jardas e 10 passes para TD, com 12 Interceptações e Rating
de 81.0). Cris Collinsworth voltou a ser o “principal alvo” de Anderson (64 recepções para 989
jardas e 06 TD’s); mas no jogo terrestre, o surpreendente Larry Kinnebrew (RB segundo-anista, escolha
de 6ª
rodada no Draft de 1983) liderou
as estatísticas (154 corridas para 623 jardas e 09 TD’s)...
Em 1985, duas grandes mudanças no elenco principal: o Wide
Receiver Isaac Curtis (titular da equipe nos últimos 12 anos) decidiu
se aposentar antes do Trainning Camp; e o Quarterback
Boomer Esiason (escolhido na segunda rodada do Draft
de 1984) substituiu Ken Anderson...
Mas quem esperava um “total
desastre” no ataque, após a partida destes dois ícones; se enganou
completamente! Os Bengals anotaram
expressivos 441 pontos na temporada regular (recorde da equipe
até então)!
Boomer Esiason foi fantástico (251 passes completos em 431
tentativas, garantindo 3.443 jardas e 27 passes para TD, com 12 Interceptações
e Rating
de 93.2)! Cris Collinsworth dominou o jogo aéreo (65 recepções para 1.125
jardas e 05 TD’s); e até o “contestado” James Brooks finalmente “se encaixou” na equipe (192
corridas para 929 jardas e 07 TD’s)!
Pena que as vitórias não vieram
em profusão...
1ª
Rodada – 08.09.1985 – Bengals 24 x 28 Seahawks;
2ª
Rodada – 15.09.1985 – Cardinals 41 x 27 Bengals;
3ª
Rodada – 22.09.1985 – Bengals 41 x 44 Chargers;
4ª
Rodada – 30.09.1985 – Steelers 24 x 37 Bengals;
5ª
Rodada – 06.10.1985 – Bengals 20 x 29 Jets;
6ª
Rodada – 13.10.1985 – Bengals 35 x 30 Giants;
7ª
Rodada – 20.10.1985 – Oilers 44 x 27 Bengals;
8ª
Rodada – 27.10.1985 – Bengals 26 x 21 Steelers;
9ª
Rodada – 03.11.1985 – Bills 17 x 23 Bengals;
10ª
Rodada – 10.11.1985 – Bengals 27 x 10 Browns;
11ª
Rodada – 17.11.1985 – Raiders 13 x 06 Bengals;
12ª
Rodada – 24.11.1985 – Browns 24 x 06 Bengals;
13ª
Rodada – 01.12.1985 – Bengals 45 x 27 Oilers;
14ª
Rodada – 08.12.1985 – Bengals 50 x 24 Cowboys;
15ª
Rodada – 15.12.1985 – Redskins 27 x 24 Bengals;
16ª Rodada – 22.12.1985 – Patriots 34 x
23 Bengals.
E a equipe de Cincinnati terminou mais uma vez na 2ª posição da AFC
Central e fora da pós-temporada...
Pela televisão ou pelas ondas do rádio,
os torcedores dos Bengals
acompanharam a surpreendente campanha do New
England Patriots, classificado com a pior campanha entre os cinco
classificados para a pós-temporada da AFC; chegando ao Super Bowl XX – derrotando fora de casa
o N.Y. Jets (14 x 26 na Rodada de Wild Card); o Los Angeles Raiders (por 20
x 27); e na final da Conferência Americana, o Miami Dolphins (por 14 x 31)!
Não custa lembrar que, antes da chegada
do talentoso e midiático Tom Brady;
a equipe da região de Boston não
figurava entre as maiores equipes da NFL...
e mesmo com a “acachapante” derrota para o Chicago
Bears (equipe com a melhor campanha da NFC e com uma das melhores defesas
da NFL de todos os tempos) pelo
placar de 46 x 10; seus torcedores
comemoraram demais a campanha de 1985...
Só para variar, Anthony Muñoz foi o único jogador de Cincinnati convocado para o Pro Bowl...
Em 1986, o ataque dos Bengals
melhorou ainda mais!
Boomer Esiason completou 273 dos 469 passes tentados;
estabelecendo novo recorde de jardas (3.959); com 24 passes para TD’s e 17
INT’s (Rating de 87.7) – números que lhe renderam convite para seu
primeiro Pro Bowl. James Brooks
também melhorou sua performance (205 corridas para 1.087
jardas e 05 TD’s) e, por isso, também viajou para o Pro Bowl (acompanhados do
Guard
Max Montoya e do “onipresente” Anthony
Muñoz)!
O ataque de Cincinnati era tão bom que conquistou 621 jardas em um único jogo!
Foi na vitória por 52 x 21 sobre o N.Y. Jets! Este recorde só fora quebrado
em 1990, quando os Redskins venceram os Lions por 41 x 38 e conquistaram 676 jardas – mas esta partida foi
para a prorrogação; e Washington teve “mais tempo” em
campo...
Outro exemplo do “poder de fogo”
dos Bengals aconteceu na vitória
sobre os Patriots, em New England; quando dois jogadores
quebraram a marca de 100 jardas corridas! James Brooks correu 163
jardas e Stanley Wilson
garantiu outras 120; na vitória por 31 x 07 sobre o atual campeão da Conferência
Americana!
E desta vez... as vitórias
aconteceram!
1ª
Rodada – 07.09.1986 – Chiefs 24 x 14 Bengals;
2ª
Rodada – 14.09.1986 – Bengals 36 x 33 Bills (Prorrogação);
3ª
Rodada – 18.09.1986 – Browns 13 x 30 Bengals;
4ª
Rodada – 28.09.1986 – Bengals 07 x 44 Bears;
5ª
Rodada – 05.10.1986 – Packers 28 x 34 Bengals;
6ª
Rodada – 13.10.1986 – Bengals 24 x 22 Steelers;
7ª
Rodada – 19.10.1986 – Bengals 31 x 28 Oilers;
8ª
Rodada – 26.10.1986 – Steelers 30 x 09 Bengals;
9ª
Rodada – 02.11.1986 – Lions 17 x 24 Bengals;
10ª
Rodada – 09.11.1986 – Oilers 32 x 28 Bengals;
11ª
Rodada – 16.11.1986 – Bengals 34 x 07 Seahawks;
12ª
Rodada – 23.11.1986 – Bengals 24 x 20 Vikings;
13ª
Rodada – 30.11.1986 – Broncos 34 x 28 Bengals;
14ª
Rodada – 07.12.1986 – Patriots 07 x 31 Bengals;
15ª
Rodada – 14.12.1986 – Bengals 03 x 34 Browns;
16ª Rodada – 21.12.1986 – Bengals 52 x
21 Jets.
Terminamos a temporada regular com um
retrospecto de 10 vitórias e 06 derrotas; mas infelizmente três
delas foram para rivais da AFC Central (e cinco foram para
adversários da Conferência Americana). Mas especialmente a derrota em casa,
para os Browns (por 03 x 34), nos custou muito caro! Cleveland foi campeão da Divisão
(com 12
vitórias e 04 derrotas); e embora os Jets e os Chiefs também
tenham terminado com 10-6; eles conseguiram um retrospecto
melhor enfrentando equipes de suas Divisões e da AFC; e classificaram-se
para a Rodada de Wild Card...
Nos playoffs, os Browns (que terminaram a temporada
regular com a melhor campanha da Conferência Americana) precisaram de
DUAS PRORROGAÇÕES para vencer
o N.Y. Jets (por 23 x 20); mas foram derrotados pelo Denver Broncos, na final da AFC,
também por 23 x 20 (e também na
prorrogação)! Haja fôlego, hein?
No Super
Bowl XXI, vitória tranqüila do N.Y.
Giants sobre os Broncos: 39 x 20!
Diz a sabedoria popular que “depois
da tempestade vem a bonança”...
Bonança é um substantivo feminino que descreve o estado do mar que
é favorável à navegação; mas também significa calma, sossego, tranqüilidade,
ventura e felicidade! Logo, este ditado popular significa que na vida, depois
de situações ou fases complicadas, vem um período de intensa felicidade! Esta
frase é utilizada para encorajar as pessoas para se manterem firmes e com
esperança, mesmo durante fases mais turbulentas...
Exatamente como ocorreu em 1987...
Cincinnati viveu um dos piores anos de sua história! Só conseguimos
quatro vitórias (uma delas na prorrogação; e nenhuma por diferença maior do que
uma posse de bola). Perdemos todos os jogos disputados contra nossos rivais da AFC
Central. E Boomer Esiason
terminou o ano com mais Interceptações do que Touchdown’s...
Uma senhora tormenta!
1ª
Rodada – 13.09.1987 – Colts 21 x 23 Bengals;
2ª
Rodada – 20.09.1987 – Bengals 26 x 27 49ers;
3ª
Rodada – 27.09.1987 – Rams x Bengals (Jogo Cancelado em virtude da Greve);
4ª
Rodada – 04.10.1987 – Bengals 09 x 10 Chargers;
5ª
Rodada – 11.10.1987 – Seahawks 10 x 17 Bengals;
6ª
Rodada – 18.10.1987 – Bengals 00 x 34 Browns;
7ª
Rodada – 25.10.1987 – Steelers 23 x 20 Bengals;
8ª
Rodada – 01.11.1987 – Bengals 29 x 31 Oilers;
9ª
Rodada – 08.11.1987 – Bengals 14 x 20 Dolphins;
10ª
Rodada – 15.11.1987 – Falcons 10 x 16 Bengals;
11ª
Rodada – 22.11.1987 – Bengals 16 x 30 Steelers;
12ª
Rodada – 29.11.1987 – Jets 27 x 20 Bengals;
13ª
Rodada – 06.12.1987 – Bengals 30 x 27 Chiefs (Prorrogação);
14ª
Rodada – 13.12.1987 – Browns 38 x 24 Bengals;
15ª
Rodada – 20.12.1987 – Bengals 24 x 41 Saints;
16ª Rodada – 27.12.1987 – Oilers 21 x
17 Bengals.
Mas não “choveu” apenas em Cincinnati!
No dia 22 de Setembro de 1987, após a Segunda Rodada; o Sindicato dos Atletas voltou a entrar
em greve (em decorrência do fim do acordo de cinco anos firmado em 1982) – mas desta vez a adesão dos
jogadores foi muito menor: apenas 15%
“cruzaram os braços”; ainda que atletas importantes, como o QB
Joe Montana (San Francisco 49ers),
DE
Mark Gastineu (N.Y. Jets), DT
Randy White (Dallas Cowboys), QB
Doug Flutie (New England Patriots)
e o WR
Steve Largent (Seattle Seahawks)
tenham aderido ao movimento...
Dada a baixa adesão dos
jogadores, apenas a Terceira Rodada fora cancelada; e as equipes disputaram as Semanas
03, 04 e 05 desfalcadas dos grevistas (o que prejudicou demais alguns
times, como o atual campeão N.Y. Giants
– que contava com muitos atletas “engajados”; e por isso perdeu três
jogos consecutivos; praticamente liquidando suas chances por uma vaga
na pós-temporada).
Cleveland conquistou mais um título de Divisão (terminando a
temporada regular com a segunda melhor campanha da AFC); e nos playoffs,
derrotou o Indianapolis Colts por 38 x 21; mas voltou a perder a final da
Conferência
Americana para os Broncos,
desta vez jogando em Denver, pelo
placar de 38 x 33...
No Super Bowl XXII, a equipe
do Colorado foi atropelada pelo Washington Redskins (equipe com a
terceira melhor campanha da NFC); perdendo por 42 x 10...
Anthony Muñoz e o Noise Tackle Tim Krumrie foram os
únicos jogadores dos Bengals convocados para o Pro Bowl. E não é para
menos, pois além dos pífios resultados em campo, os líderes das estatísticas
ofensivas também fizeram feio (pelo menos quando comparados com os números dos
anos anteriores)...
Boomer Esiason acertou 240 dos 440 passes tentados,
conquistando 3.321 jardas, com 16 passes para TD’s e 19
INT’s (Rating de 73.1). Larry
Knnebrew voltou a ser nosso melhor corredor (154 corridas para 623
jardas e 09 TD’s); e Eddie Brown
superou Cris Collinsworth e
tornou-se o melhor recebedor (44 recepções para 608
jardas e 03 TD’s)...
A pressão sobre Sam Wyche tornou-se “insuportável”;
e não vinha apenas das arquibancadas (após outra campanha decepcionante sem
alcançar a pós-temporada) ou da imprensa esportiva de Cincinnati (cansada após tantas “inovações táticas mal-sucedidas”);
mas dentro da própria Diretoria
havia aqueles que desejavam “mandá-lo embora”!
Mas Paul Brown, “turrão” e “cabeça-dura” como sempre,
ignorou solenemente as pressões e optou por mantê-lo no cargo...
E mais uma vez o Velho Mestre estava certo!
1ª
Rodada – 04.09.1988 – Bengals 21 x 14 Cardinals;
2ª
Rodada – 11.09.1988 – Eagles 24 x 28 Bengals;
3ª
Rodada – 18.09.1988 – Steelers 12 x 17 Bengals;
4ª
Rodada – 25.09.1988 – Bengals 24 x 17 Browns;
5ª
Rodada – 02.10.1988 – Raiders 21 x 45 Bengals;
6ª
Rodada – 09.10.1988 – Bengals 36 x 19 Jets;
7ª
Rodada – 16.10.1988 – Patriots 27 x 21 Bengals;
8ª
Rodada – 23.10.1988 – Bengals 44 x 21 Oilers;
9ª
Rodada – 30.10.1988 – Browns 23 x 16 Bengals;
10ª
Rodada – 06.11.1988 – Bengals 42 x 07 Steelers;
11ª
Rodada – 13.11.1988 – Chiefs 31 x 28 Bengals;
12ª
Rodada – 20.11.1988 – Cowboys 24 x 38 Bengals;
13ª
Rodada – 27.11.1988 – Bengals 35 x 21 Bills;
14ª
Rodada – 04.12.1988 – Bengals 27 x 10 Chargers;
15ª
Rodada – 11.12.1988 – Oilers 41 x 06 Bengals;
16ª Rodada – 17.12.1988 – Bengals 20 x
17 Redskins (Prorrogação).
As 12 vitórias (sendo 08
delas em casa) e 04 derrotas foram mais do que suficientes para nos dar o 4º
título da AFC Central (e nos levar à pós-temporada pela sexta
vez)! Terminamos a temporada regular com a melhor campanha da Conferência
Americana; e nossa Divisão ainda classificou duas
equipes para a rodada de Wild Card: Cleveland e Houston!
Boomer Esiason voltou à sua “velha forma”, lançando 223
passes corretos em 388 tentativas, conquistando 3.572
jardas, com 28 passes para TD’s e 14 INT’s (Rating de 97.4). Seu
“alvo favorito” continuou sendo Eddie
Brown (53 recepções para 1.273 jardas e 09 TD’s); mas ninguém
brilhou mais do que um novato chamado “Ickey”
Woods...
Elbert L. Woods nasceu no dia 28
de Fevereiro de 1966, na cidade de Fresno,
California. Estudou na University of Nevada – Las Vegas (UNLV), antes de ser Draftado
pelos Bengals na segunda
rodada (31ª escolha “geral”) em 1988.
O Running
Back camisa nº 30 não apenas liderou o jogo corrido de Cincinnati (203 corridas para 1.066
jardas); como passou a marca de 100 jardas em cinco jogos na temporada regular; e também estabeleceu o
recorde de jardas terrestres dos Bengals
numa partida da pós-temporada (126 jardas contra o Seattle)!
Mas a torcida de Cincinnati gostava mesmo era de sua
ridícula “dancinha” (“The Ickey Shuffle”) na End
Zone dos adversários, após cada um de seus 15 Touchdowns!
Apesar do sucesso esportivo e
midiático, o calouro não foi convocado para o Pro Bowl de 1988; mas
outros nove atletas de Cincinnati
foram: QB Boomer Esiason (também eleito MVP), WR
Eddie Brown, RB James Brooks, S David Fulcher, TE
Rodney Holman, NT Tim Krummrie, G Max Montoya, CB Eric Thomas... e
adivinhem o nono? Pois é... lá estava Anthony
Muñoz de novo!
No dia 24.12.1985, os Oilers
(quinta melhor campanha da AFC) derrotaram os Browns, em Cleveland, por 23 x 24.
Com isso, enfrentaria os Bengals no
dia 31.12.1985; mas como ambos
integravam a AFC Central, a NFL
“inverteu” os confrontos – e Houston
viajaria para Buffalo (equipe campeã
da AFC
East); enquanto Cincinnati
encararia os Seahawks (campeões da AFC
West)...
Este regulamento pode soar
“injusto” à primeira vista; mas para os Bengals,
mostrou-se extremamente vantajoso! Primeiro porque “escapamos” de um rival de Divisão
(e como todo “clássico”, não existem favoritos). Em segundo lugar, as equipes
se conhecem melhor (pois se enfrentam duas vezes por temporada). E no caso
específico de 1988, Seattle foi campeão da Divisão
Oeste com 09 vitórias e 07 derrotas; retrospecto pior do que os Oilers (10 vitórias e 06 derrotas
na temporada
regular – incluindo uma goleada por 41 x 06 sobre Cincinnati
na penúltima rodada)!
No último dia do ano, 58.560
torcedores foram ao Riverfront
Stadium e acompanharam a defesa dos Seahawks
anulando o jogo aéreo dos Bengals (Boomer Esiason completou 07
dos 19 passes tentados e conquistou apenas 109 jardas); mas
felizmente não conseguiram deter nosso jogo terrestre (que garantiu 254
jardas e 03 TD’s na primeira etapa – dois de Stanley Wilson e um de Ickey
Woods). O ataque de Seattle
também produziu pouco (nenhum ponto nos primeiros três primeiros Quartos);
e mesmo esboçando uma reação no final do jogo (dois TD’s de Dave Krieg), os visitantes perderam o
jogo por 21 x 13!
Na outra semi-final, disputada em 01.01.1989, no Rich Stadium, em Buffalo;
os Bills confirmaram o favoritismo e
eliminaram o Houston Oilers por 17 x 10...
Com isso, as duas melhores equipes
da Conferência
Americana se enfrentariam no dia 08
de Janeiro de 1989!
Curiosamente, na Conferência
Nacional, as duas melhores equipes da Temporada Regular também
venceram seus jogos: Os Bears
passaram pelo Philadelphia Eagles
com o placar de 20 x 12; e por terem
a melhor campanha, decidiriam o título no Soldier
Field, em Chicago; enfrentando o
San Francisco 49ers (que na semi-final
bateu em casa o Minnesota Vikings
por 34 x 09)...
Cerca de 59.747 torcedores
assistiram ao vivo a partida entre Bengals
e Bills...
E apesar da força ofensiva da
equipe, desta vez foi a nossa defesa quem brilhou! Cincinnati forçou três Interceptações e cedeu apenas 45
jardas terrestres (e outras 136 jardas aéreas); mantendo a posse
de bola por 39:29 minutos! O RB
titular de Buffalo (Thurman Thomas) só conseguiu 06
jardas em 04 corridas; e o QB Jim Kelly acertou 14
dos 30 passes tentados para 161 jardas, com 01 passe para TD e 03
INT’s! Ao todo, os Bills só
conseguiram 10 “primeiras descidas”; e não converteram nenhuma das 3ª
descidas!
Verdade seja dita: nosso ataque
também não foi “espetacular”, com Boomer
Esiason completando 11 de 20 passes, conquistando 94 jardas
aéreas e 01 passe para TD (com 02 INT’s); mas o jogo terrestre
“salvou o dia” mais uma vez: 175 jardas
e 03
TD’s (sendo 102 de Ickey Woods, que ainda anotou dois
dos três
TD’s)!
Cincinnati venceu com tranqüilidade: 21 x 10!
E os Bengals conquistaram o BI-CAMPEONATO
DA CONFERÊNCIA AMERICANA!!!
Além da vaga no Super Bowl XXIII...
Onde finalmente teríamos nossa “revanche”
contra o San Francisco 49ers (que
massacraram os Bears, em Chicago, por vergonhosos 03 x 28 no Soldier Field)!
Cincinnati chegava mais forte desta vez: Boomer Esiason era bem melhor do que Ken Anderson; Ickey Woods
e James Brooks dominavam o jogo
terrestre (formando uma dupla mais perigosa que Charles Alexander e Pete
Johnson); tínhamos um dos melhores Offensive Tackles da história (Anthony Muñoz); e Cris Collinsworth (presente nas duas escalações) agora tinha a
companhia de outros “alvos” (como o TE Rodney Holman, o WR
Eddie Brown e até do HB James Brooks)! Isto sem falar no
“Always
Innovative Sam Wyche” no banco de reservas (bem diferente do
conservador e às vezes previsível Forrest
Gregg)!
O problema é que os Niners (agora bi-campeões do Super
Bowl) também melhoraram...
Além de Bill Walsh e Joe Montana,
outros três jogadores entrariam para o Hall
da Fama: Ronnie Lott, Steve Young e Jerry Rice... Isto sem falar no RB Roger Craig (eleito o Jogador
Ofensivo do Ano da NFL); no FB Tom Rathman (que correu
por 427
jardas e ainda recebeu 42 passes para mais 387
jardas); e no WR John Taylor (líder da NFL em jardas de Kickoff e Punt’s
retornados).
A defesa de San Francisco também era
fantástica: Eric Wright, Jeff Fuller, Tim McKyer e Charles Haley,
só para citar alguns nomes...
Se os EUA resolvessem montar uma “Seleção Nacional” em 1988, certamente a base seria essa
equipe dos 49ers...
Céu claro; temperatura na casa de
24º
Celsius; e o Joe Robbie Stadium
(atual Sun Life Stadium) em Miami, na Flórida, completamente lotado: 75.597 espectadores (fora os quase 82
milhões de norte-americanos que acompanhavam a transmissão pela NBC)!
Cincinnati foi a campo com a seguinte formação titular:
Quarterback: Boomer
Esiason;
Wide Receiver’s: Eddie
Brown e Tim McGee;
Fullback: Ickey Woods;
Running Back: James
Brooks;
Tight End: Rodney Holman;
Center: Bruce Kozerski;
Left Tackle: Anthony Muñoz;
Left Guard: Bruce
Reimers;
Right Guard: Max Montoya;
Right Tackle: Brian
Blados;
Noise Tackle: Tim
Krumrie;
Defensive End’s: Jim Skow
e Jason Buck;
Linebacker’s: Leon White,
Carl Zander, Joe Kelly e Reggie Williams;
Cornerback’s: Lewis
Billups e Eric Thomas;
Safety’s: David Fulcher e
Somolon Wilcots.
Após a cerimônia de abertura (em
homenagem a NASA) e do hino nacional
(cantado por Billy Joel); os
capitães das duas equipes se encontraram no centro do gramado e disputaram o “cara
ou coroa”. Os Niners venceram e
escolheram começar com a bola...
Lee Johnson, nosso Punter camisa nº 11, chutou a bola
até a marca de 16 jardas do campo de defesa; mas San Francisco conseguiu retornar por 11 jardas – e a primeira
campanha ofensiva dos 49ers começou
na linha de 27 de seu campo de defesa...
Na terceira jogada da campanha
(3ª para 05 jardas), Montana completou
um passe de 10 jardas para Roger Craig
– garantindo a primeira descida; mas Steve
Wallace (tackle) deixou o campo com seu tornozelo quebrado... Pouco depois,
Tim Krumrie também sofreu uma grave
lesão no tornozelo; arrebentando dois ossos de sua perna esquerda!
No placar: 00 x 00...
No
departamento médico: 01 x 01!
San Francisco só conseguiu chegar à linha de 40 do seu campo
defensivo; e foi obrigado a entregar a posse de bola para Cincinnati – que começou sua primeira campanha na marca de 26; e
logo de cara, Boomer Esiason acertou
um lindo passe de 17 jardas para Eddie
Brown!
Em oito jogadas, os Bengals chegaram à linha de 39 do campo
de ataque; mas decidiram não arriscar um Field Goal longo – preferindo devolver
a bola para os Niners; que foram
obrigados a iniciar sua segunda campanha ofensiva com “as costas na parede” (na
marca de 03 jardas do campo de defesa). E mesmo assim, após 12 jogadas e pouco
mais de cinco minutos; a equipe californiana abriu o placar – com Mike Cofer acertando um chute de 41
jardas para FG...
San Francisco 03 x 00 Cincinnati...
Os Bengals ainda tiveram mais uma posse de bola antes do final do 1º
Quarto; mas só conseguiram uma primeira descida...
Aliás, esta foi a tônica do 2º
Quarto – onde as equipes alternavam as posses de bola, após uma ou duas
primeiras descidas; com grande predomínio das defesas sobre os ataques... Mas
faltando pouco mais de dois minutos para o intervalo, os Bengals chegaram ao empate – com Jim Breech chutando um FG de 34 jardas!
Desta vez, Cincinnati foi para os vestiários com a partida empatada em 03 x 03 – muito diferente do Super Bowl XVI (quando San Francisco nos atropelou na primeira
etapa, vencendo por 20 x 00; e só
precisou administrar a vantagem para conquistar seu primeiro título)!
No show do intervalo, “Elvis
Presto” (cover do Rei do Rock), acompanhado da Vera Verão (não, espera... acho que não era "ela"...); comandou um espetáculo com centenas de bailarinas da Flórida; e muitas inovações em três dimensões (a Coca-Cola, uma das patrocinadoras do
evento, distribuiu óculos 3-D para todos os presentes no estádio). Ok, os
resultados podem não ter sido “impressionantes” para a nossa geração... mas
lembre-se que estamos falando de uma partida disputada no início de 1989!
O 3º Quarto começou com a bola
nas mãos de Cincinnati...
E apesar das quatro faltas
cometidas pelos Bengals, conseguimos virar o placar! Jim Breech acertou um chute de 43 jardas, e assumimos a ponta pela
primeira vez na partida!
Cincinnati 06 x 03 San Francisco!
Na primeira campanha da segunda
etapa, os 49ers conseguiram três
primeiras descidas e chegaram à linha de 41 do campo de ataque; mas nossa
defesa anulou as jogadas de Montana;
e os californianos foram obrigados a devolver a bola para os Bengals!
Faltando dois minutos e meio para
acabar o 3º Quarto; a torcida preta e laranja estava eufórica! Nossa
defesa estava brilhando; e o ataque, embora com poucas jogadas “explosivas”,
estava conseguindo anotar pontos...
Tudo parecia bem...
Quando Boomer Esiason tentou um passe curto para Tim McGee... mas no meio do caminho estava Bill Romanowski (Linebacker camisa nº 53); que
interceptou a bola e posicionou sua equipe já na marca de 23 jardas do campo de
ataque...
Um erro como este poderia ter nos
custado a vitória...
Mas por sorte, nossa defesa estava
mesmo num dia inspirado – e Joe Montana
sequer conseguiu uma primeira descida (sendo obrigado a se contentar com outro FG
para empatar o jogo): Cofer acertou
um chute de 32 jardas...
San Francisco 06 x 06 Cincinnati...
Eis que o milagre aconteceu!
O próprio Mike Cofer chutou a bola para os Bengals; mas ninguém esperava que Stanford Jennings (Running Back camisa nº 36; escolhido
na terceira rodada do Draft de 1984)
pudesse retornar por 93 jardas e
anotar o primeiro Touchdown da partida!
Final do 3º Quarto: Cincinnati 13 x 06 San Francisco!
Parecia um sonho!
Paul Brown estava a menos de 15 minutos para conquistar seu
primeiro Super Bowl!
Seria a coroação perfeita de uma
vida dedicada ao esporte!
Mas do outro lado havia um Quarterback
chamado Joe Montana...
No último lance do 3º
Quarto; Montana acertou um
passe de 31 jardas para o lendário Jerry
Rice (levando a equipe californiana da linha de 15 jardas do campo de
defesa para o meio-de-campo). E no primeiro lance do último Quarto;
Montana acertou um passe ainda
melhor: 40 jardas para Roger Craig
(que só parou na marca de 14 do campo de ataque)...
Dois passes... avanço de 71
jardas!
Lewis Billups, nosso Cornerback camisa nº 24, QUASE interceptou um passe de Joe Montana para John Taylor (lance que certamente contribuiria decisivamente para a
nossa vitória); mas a bola caiu no chão e os juízes anotaram “passe incompleto”...
No lance seguinte... Montana encontrou Rice em nossa End Zone...
San Francisco 13 x 13 Cincinnati...
A próxima campanha dos Bengals não rendeu nada...
Assim como a campanha seguinte
dos Niners...
E Cincinnati recuperou a bola, na marca de 32 do seu campo de defesa,
faltando 08:47 para terminar o tempo regulamentar...
Os Bengals aprenderam a valorizar a posse da bola; e contentando-se
com avanços pequenos, conseguiram segurá-la por cinco minutos e meio; chegando
à linha de 22 jardas do campo de ataque; possibilitando um Field Goal de 40 jardas
(faltando 03:20 para o fim do jogo)...
Jim Breech foi para a bola...
Chutou...
E marcou!
Cincinnati novamente em vantagem: 16 x 13!
O primeiro título da nossa
história nunca esteve tão perto!
San Francisco jogaria contra a nossa defesa... e contra o relógio!
Bill Walsh teria que tirar vários coelhos da cartola se quisesse
conquistar o terceiro título...
Os 49ers começaram na linha de 08 jardas do seu campo de defesa...
Poucos acreditaram que seria
possível uma nova virada...
Mas como doeu ver cada passe perfeito
de Joe Montana para Jerry Rice...
Como doeu ver cada corrida de Roger Craig...
E como doeu ver John Taylor recebendo um passe de 10
jardas e entrando em nossa End Zone; faltando 34 segundos para
o fim da partida...
San Francisco 20 x 16 Cincinnati...
Boomer Esiason ainda tentou quatro passes longos para Cris Collinsworth...
Mas a derrota estava sacramentada...
San Francisco 49ers – três vezes campeões do Super Bowl...
Infelizmente, este também foi o último capítulo da chamada “Era de Ouro”
dos Bengals...
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