quinta-feira, 4 de julho de 2013

Offseason 2013 - O que é Melhor: Talento ou Confiança?



Se você acompanha a NFL, certamente já está sabendo que o Tight End Aaron Hernandez, do New England Patriots, foi preso na manhã do dia 26 de Junho de 2013, acusado de envolvimento na morte de Odin Lloyd (namorado da irmã de Hernandez). Com a prisão, o jogador teve seu contrato de US$ 40 milhões rescindido...

Até o final do ano passado, muitos acreditavam que o New England Patriots havia “tirado a sorte grande” no Draft de 2010, quando escolheram Aaron Hernandez na quarta rodada – sendo que a imprensa especializada dava como certa sua escolha na primeira (ou mais tardar na segunda) rodada daquele ano.

Mas muitas equipes evitaram o talentoso Tight End, depois que o atleta não passou no teste antidoping; e ouviram rumores de que ele andava com “a turma errada”!

Em entrevista para a Fox Sports Ohio, Mike Brown (proprietário dos Bengals) reconheceu que a equipe de Cincinnati foi um desses times...


Não é segredo que os Bengals procuravam um TE talentoso naquela época e, mesmo assim, evitamos sua escolha. Não se trata de questionar sua capacidade atlética, mas optamos por (Jermaine) Gresham”.


Mike Brown também revelou que o nome de Rob Gronkowski (outro TE draftado pelos Patriots em 2010) também foi riscado do projeto “porque ele tinha um problema nas costas”, ainda nos tempos da Universidade do Arizona. Não custa lembrar que Gronk passou recentemente por uma cirurgia complicada e deve perder boa parte da temporada 2013...


Mas talvez o mais interessante nesta entrevista foi o fato de que as equipes da NFL começam a “evitar problemas”; ainda que tenham que dispensar talentos neste processo!

Na época do lendário Paul Brown (cuja única “mácula” na carreira fora a fundação do Cleveland Browns), os Bengals adotavam esta “política de bons moços”; contratando apenas jogadores responsáveis em detrimento de grandes atletas “bad boys”.


Mas quando Mike assumiu o lugar do pai, decidiu fazer “do seu jeito” – e encheu o elenco de jogadores talentosos mas problemáticos, com extensas fichas criminais (como Chris Henry, Cedric Benson e Tank Johnson). Só para se ter uma idéia, num período de 17 meses (entre dezembro de 2005 e junho de 2007), 10 jogadores dos Bengals totalizaram 17 prisões!

Curiosamente, quando o nome de Aaron Hernandez passou a ser ventilado pelos corredores do Paul Brown Stadium; Mike Brown estava decidido a voltar à “velha fórmula” de trazer “bons meninos”. Essa mudança de estratégia coincidiu com a recente ascensão das “redes sociais” e do “marketing esportivo” – que não combinam com páginas policiais...

O lado ruim desta medida é que nem sempre o julgamento mostra-se correto!


Cris Carter, o recebedor eleito para o Hall da Fama este ano, declarou em entrevista à ESPN que Mike Brown decidiu não draftá-lo porque estava preocupado com possíveis problemas extra campo.

Ao sair da faculdade de Ohio State, meu nome estava na seleção dos melhores do país. Alguns anos depois, Mike Brown me disse que se arrependeu de não ter me escolhido, pois eu era um talento local, e ele me dispensou com base nos boatos da época do colégio”.

Carter foi um grande jogador universitário na Ohio State, mas seu envolvimento com drogas impediu que fosse contratado antes da última temporada universitária possível. Os Eagles draftaram-no na quarta rodada do Draft de 1987 (uma posição muito ruim, considerando seu talento; mas de grande risco, se considerarmos os seus problemas extra campo). Ele permaneceu na Filadélfia por três temporadas e, apesar dos bons resultados, sua personalidade complicada foram decisivas para sua dispensa.

No fim das contas, Carter livrou-se das drogas e dos problemas de relacionamento, e tornou-se um dos melhores recebedores da história da NFL, vestindo a camisa do Minnesota Vikings. Mas isso só aconteceu depois de ser dispensado pela primeira equipe que abriu as portas da liga profissional.

No fim das contas, a decisão de Mike Brown mostrou-se acertada... tanto no caso da dupla de TE dos Patriots, quanto na dispensa do WR talentoso de Ohio...


Não é de hoje que as equipes da NFL estão descobrindo que uma publicidade negativa não compensa o desempenho em campo... mas é uma pena, pois o que seria do esporte, se não fossem atletas como Chad Ochocinco e tantos outros “bad boys”?



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