terça-feira, 29 de outubro de 2013

Temporada 2013 – Jogo 08 – Bengals 49 x 09 Jets


Ah, os anos 80!

A chamada “década perdida” (em grande parte graças à estagnação econômica e inflação descontrolada) foi marcada por inúmeros acontecimentos políticos, econômicos, sociais e culturais! Pode não ter tido o charme dos anos de 1960 (com o requinte da MPB e da Bossa Nova, que fizeram a cabeça do chamado “Primeiro Mundo”) ou a intensidade dos anos de 1970 (com a revolução política, cultural e sexual que derrubou velhos tabus); mas sua importância histórica é incontestável!


Foi o fim da “Era Industrial” e o início da “Era da Informação” (com o embrião da internet e a popularização da televisão); marcou o final da “Guerra Fria” e o início da “Nova Ordem Mundial”; o Brasil deixou para trás décadas de atraso sob o rígido controle dos militares e rapidamente se integrou à nova Globalização; e a Seleção Brasileira de futebol apresentou seus últimos lampejos de encanto e genialidade (antes que os treinadores táticos arruinassem nosso talento nato em prol dos “resultados”!).


Musicalmente, foi a década da consolidação do Rock nacional (com grupos como Kid Abelha, Barão Vermelho, Paralamas dos Sucesso, Legião Urbana, Blitz e Titãs). Foi também a década de Madonna, Michael Jackson, Cindy Lauper e outros ícones do Pop. Na televisão, nascia a “rainha dos baixinhos” Xuxa; rivalizando com o seriado Chaves, o humorístico TV Pirata e o programa infantil Balão Mágico. As crianças (como eu, que nasci em 1983) e os adolescentes brincavam com Atari, Pogobol e Genius...


E como era bom acordar domingo de manhã para acompanhar as corridas de Fórmula 1, com os inesquecíveis embates entre Alain Prost, Nigel Mansel, Nelson Piquet e Ayrton Senna, né?


Isto sem falar na NFL, né?

Os anos de 1980 foram marcados pelas melhores campanhas da história dos Bengals... Ao longo da década, foram 81 vitórias e 71 derrotas; com dois títulos da Conferência Americana (pós-temporadas de 1981 e 1988); e verdadeiras lendas trajando nosso uniforme laranja (como Ken Anderson, Boomer Esiason, Ickey Woods e Dan Ross)!


Ok... nem tudo era tão bom na década de 1980... como vemos por essas Ben-Gal's da época...


Mas qual a razão de tanto saudosismo?

Oras... no último domingo, 27 de Outubro de 2013, assistimos ao 4º título consecutivo de Sebastian Vettel na Fórmula 1 (igualando o feito de Juan Manuel Fangio e de Michael Schumacher) e a incrível vitória dos Bengals, pelo placar de 49 x 09, em casa, sobre o New York Jets! Para os fãs destes esportes, sempre que vemos recordes sendo quebrados e a história sendo escrita, torna-se impossível não lembrar com carinho de áureos tempos de outrora! Especialmente da “década perdida”, onde comemoramos o auge de nossas equipes!


E assim como Vettel (piloto mais jovem a conquistar seu 4º título na principal categoria do automobilismo mundial, entrando para o seleto grupo de pilotos com quatro ou mais títulos mundiais – Michael Schumacher, com sete títulos; Juan Manuel Fangio, com cinco; e Alain Prost, com quatro); dois jovens: Andy Dalton (Quarterback em seu terceiro ano na NFL) e Marvin Jones (Wide Receiver com duas temporadas como profissional) estabeleceram novo recorde histórico da equipe: anotaram quatro touchdown’s (de 09, 06, 17 e 06 jardas) em um único jogo!


Marvin Jones, que terminou a partida com 08 recepções e um total de 122 jardas conquistadas, foi o primeiro jogador da NFL a conseguir quatro recepções para TD em um único jogo desde a temporada de 2007 (quando Randy Moss e Terrell Owens alcançaram esta marca). Sem dúvida, números impressionantes para um segundo-anista, que em sua temporada de estréia, anotou apenas 01 TD (e que sequer fora relacionado como titular em nenhum dos oito jogos da equipe em 2013)!

Desde a sua primeira partida no Paul Brown Stadium, Jones tem por tradição arremessar suas luvas para a torcida, no caminho para os vestiários... Segundo o atleta, é um modo de retribuir o apoio dos torcedores...

Mas desta vez, a multidão eufórica não ganhou o par de luvas:

- Decidi guardá-las... Vou colocá-las num quadro ou algo assim... Os fãs sabem que costumo jogá-las como lembrança, mas não as desse jogo! Foi a minha melhor atuação e quero guardá-las para sempre como recordação deste momento especial na minha vida...


Se Marvin Jones estava “nas nuvens”, o que dizer de Andy Dalton?

O Ruivo completou 19 de 30 passes, conquistando 325 jardas, com 05 passes para TD (recorde pessoal em sua carreira) e 01 interceptação. Dalton conseguiu romper a marca de 300 jardas pelo terceiro jogo consecutivo; e apresentou seu segundo melhor “passer rating” da temporada (125,7 – só atrás de sua impecável atuação contra o Detroit Lions: 135,9). O último QB que anotou 04 TD’s contra os Jets em um único jogo foi o lendário Dan Marino, em 1988, jogando pelo Miami Dolphins!

Aos 26 anos (completados hoje, dia 29 de Outubro), nosso QB vive o melhor momento de sua carreira – sendo elogiado pela imprensa e por seus colegas de equipe! E sem falsa modéstia, nosso ambicioso atleta deixou claro suas expectativas:

- Este é o padrão de jogo que quero manter! É assim que pretendo continuar jogando! Sei que é difícil alcançá-lo e depende de outros fatores externos... mas vou trabalhar duro para manter esses números elevados!


Os Bengals conquistaram sua quarta vitória consecutiva e se consolidaram na liderança da AFC North (com 2,5 jogos de vantagem para o segundo colocado – Baltimore Ravens); aproveitando-se da frágil e lenta defesa de NY, bem como da inexperiência de seu QB novato Geno Smith – em sua pior performance até agora: acertou 20 de 30 passes, conquistando apenas 159 jardas, sem nenhum TD e com 02 INT retornadas para TD!


Esta foi a maior goleada dos Bengals desde que Marvin Lewis assumiu o comando da equipe (o treinador está em sua 11ª temporada à frente de Cincinnati). Carlos Dunlap, Defensive End que novamente se destacou, resumiu bem a partida:

- Foi um jogo excelente! Esta foi a primeira partida em que os Bengals conseguiram se impor sobre o adversário, dominando-os do início ao fim, e não possibilitando chances de reação! Este jogo foi importante para a auto-afirmação de nosso talento!


Os Jets continuam seu calvário de vitórias e derrotas alternadas; mas esta foi a pior derrota sofrida pela equipe alvi-verde de Nova Iorque desde a goleada pelo placar de 45 x 03 para o New England Patriots, na temporada de 2010!

Geno Smith reconheceu a inconstância da equipe, mas acredita que “dias melhores virão” para sua torcida:

- Esta temporada vem sendo marcada por muitos altos e baixos... Às vezes jogamos bem... outras vezes não... Isso é parte do desenvolvimento da equipe...


Para se ter uma idéia do domínio dos Bengals nesta partida, a equipe de Cincinnati anotou seus dois primeiros TD’s nas duas primeiras campanhas ofensivas; enquanto o time nova-iorquino conseguiu apenas 01 jarda de avanço “líquido” (descontando as jardas perdidas em sack’s e tackle’s) no 1º Quarto – pior desempenho do ataque dos Jets, em um único período, desde a temporada de 2009!

O único jogador a pontuar pelos Jets foi o Kicker Nick Folk, que converteu três Field Goal’s (de 45, 47 e 50 jardas). Falando em Kicker, nosso herói Mike Nugent desta vez só entrou em campo para chutar Extra Point’s – e não decepcionou, convertendo todos os sete (ou seja: ele, sozinho, anotou mais pontos do que toda a linha ofensiva de NY, sem precisar chutar um único FG)!

E a defesa deles não foi melhor: tentaram a marcação “homem a homem”, focada nos deslocamentos de nossos Running Back’s e Tigh End’s, prejudicando nossos passes curtos e o nosso jogo corrido... acreditando na “lenda” de que o Ruivo não seria capaz de acertar passes longos!

Ledo engano!

Protegido pela linha ofensiva e com tempo de sobra para passes profundos, Dalton criou inúmeras jogadas aéreas para Marvin Jones (08 recepções e 122 jardas), A.J. Green (03 recepções e 115 jardas), Mohamed Sanu (01 recepção e 24 jardas), Tyler Eifert (02 recepções e 23 jardas), Jermaine Gresham (02 recepções, 14 jardas e 01 TD), Giovani Bernard (01 recepção e 09 jardas) e Dane Sanzenbacher (02 recepções e 18 jards).


Estes números mostram o equívoco do Treinador Rex Ryan, que ordenou uma marcação dupla (por vezes tripla) sobre nossos maiores talentos (como A.J. Green, BenJarvus Green-Ellis e Jermaine Gresham); mas que deixou espaço suficiente para os outros “alvos” de Andy Dalton “fazerem a festa”! Sobre o colapso de sua defesa, o treinador desabafou:

- Confesso que estou absolutamente surpreso com o que vi em campo! Nossa cobertura simplesmente não funcionou... e sofremos cinco TD’s “aéreos”! Não sei quantas vezes isso aconteceu na minha carreira... mas tenho certeza que foram poucas vezes!


Além destes cinco TD’s “aéreos”, Geno Smith mostrou que ainda tem muito a aprender com os profissionais! No segundo tempo, o QB novato cometeu pelo menos dois erros graves, que resultaram em outros dois TD’s dos Bengals!

Logo na primeira jogada após o intervalo, Geno tentou um passe curto para Jeremy Kerley... mas Chris Crocker interceptou a bola e retornou para TD, correndo por 32 jardas! E na primeira campanha do último período, Smith tentou novo passe curto, desta vez para David Nelson... mas lá estava Adam “Pac Man” Jones, que recuperou a bola e correu por 60 jardas, para anotar nosso último TD da partida!


Foi a primeira vez que os Bengals retornaram duas INT’s para TD, numa mesma partida, desde 16 de Dezembro de 1984 (contra o Buffalo Bills)!

“Prá não dizer que não falei das flores”, nossa preocupação para o resto da temporada fica por conta de nosso Departamento Médico, que este final de semana, ganhou mais um nome de peso: Rey Maualuga! O gigante deixou o gramado ainda no primeiro tempo da partida, sentindo dores no joelho esquerdo e (aparentemente) tendo sofrido uma concussão, ao tentar fazer um Tackle...


Maualuga se une a Andrew Whitworth (joelho); Devon Still (cotovelo); Mohamed Sanu (ombro); Taylor Mays (ombro); Leon Hall (tendão de Aquiles); Wallace Gilberry (virilha); Rex Burkhead (tendão) e Michael Boley (tendão); atletas que não treinaram nesta segunda-feira e são dúvidas para a próxima partida (com exceção de Still, Mays e Hall – cujas ausências estão confirmadas e nem viajam com o resto da equipe).

Confesso que nos anos de 1980 não conhecia futebol americano... Mas desde o final da década de 1990, acompanho os resultados dos Bengals; e posso dizer que nunca vi uma equipe tão talentosa e promissora quanto esta! São jogadores jovens, mas forjados pelas batalhas travadas nas últimas duas temporadas, com grande potencial de se tornarem uma das principais forças da NFL nos próximos anos!

E que ninguém se espante se, ao final desta temporada, os Bengals conquistem não apenas o título da Conferência Norte da AFC... mas busquem vôos mais altos! Afinal, a cada vitória, o sonho do primeiro Troféu Vince Lombardi parece se tornar mais concreto!

Claro que ainda é um sonho distante...

Claro que existem outras equipes bem à nossa frente...

Claro que existem muitos problemas que devem ser corrigidos...

Mas... sonhar não custa nada, não é mesmo?

Esta semana, o Kansas City Chiefs derrotou o Cleveland Browns por 23 x 17; e o Pittsburgh Steelers perdeu para o fraco Oakland Raiders por 21 x 18! Como o Baltimore Ravens descansou... a vantagem dos Bengals cresceu para 2,5 jogos!


No próximo domingo, dia 03 de Novembro, às 19:30 (horário de Brasília), mais um “clássico” entre Cleveland Browns e Baltimore Ravens (com provável vitória dos Ravens, mesmo fora de casa). Neste mesmo dia e horário, os Steelers viajam para enfrentar o New England Patriots (e devem voltar para casa com sua sexta derrota).

Já os Bengals não terão muito tempo para comemorar esta vitória histórica sobre os Jets; pois entram em campo nesta quinta-feira, 31 de Outubro de 2013, às 22:30 (horário de Brasília) no Sun Life Stadium, para enfrentar o Miami Dolphins!


Com o potencial (e provável) enfraquecimento dos Patriots em 2013; os Dolphins foram apontados como favoritos para a conquista do título da AFC East (ao lado do NY Jets) – e nas três primeiras semanas, conquistaram três excelentes vitórias (23 x 10 contra os Browns, em Cleveland; 24 x 20 nos Colts, em Indianapolis; e 27 x 23 nos Falcons, em casa); o que parecia confirmar o favoritismo...

Mas o rendimento da equipe caiu vertiginosamente e a equipe da Flórida perdeu quatro partidas consecutivas (38 x 17 para os Saints, em New Orleans; 26 x 23 para os Ravens, em casa; 23 x 21 para os Bills, em Miami; e 27 x 17 para os Patriots, fora). E mesmo o descanso na sexta semana não resolveu os problemas do time...


Analisando os números desta temporada, os Bengals levam vantagem em quase todos os índices analisados (total de jardas por jogo, jardas aéreas por jogo, jardas terrestres por jogo, pontos por jogo, conversões em terceira descida, tempo de posse de bola, total de jardas sofridas por jogo, jardas aéreas sofridas por jogo, jardas corridas sofridas por jogo, e pontos sofridos por jogo); e mesmo o fato de jogar fora de Cincinnati não nos parece preocupante – já que a torcida do Miami é famosa justamente por pressionar pouco os adversários... e jogando em casa, os Dolphins conseguiram apenas 01 vitória em 03 jogos!

Mas que ninguém se engane, pensando que será outra “goleada”!


Ryan Tannehill é um bom QB, em sua segunda temporada na NFL, completando 155 de 261 passes, conquistando 1.769 jardas e 11 passes para TD. O problema é a falta de proteção de sua linha ofensiva (pois foi sackado 32 vezes nesta temporada) e o alto número de interceptações (09 até agora); o que pode ser bem explorado por nossa defesa!

O jogo terrestre de Miami é forte, com Lamar Miller (77 corridas, 343 jardas e 02 TD’s) e Daniel Thomas (48 corridas para 178 jardas e 02 TD’s); mas é no jogo aéreo que a equipe se destaca, com Brian Hartline (35 recepções, 438 jardas e 02 TD’s); Mike Wallace (30 recepções, 398 jardas e 01 TD); Charles Clay (29 recepções, 341 jardas e 03 TD’s) e Brandon Gibson (30 recepções, 326 jardas e 03 TD’s). Podem não ser números expressivos individualmente, mas demonstram a grande variedade de jogadas do ataque dos Dolphins...

Além disso, as equipes jogarão numa quinta-feira... com pouco tempo para treinarem e se recuperarem das partidas disputadas no último domingo! Por sorte, os Bengals puderam jogar com os reservas praticamente todo o último Quarto – diferentemente dos Dolphins, que lutaram até o fim na derrota para os Patriots...

Lembremo-nos também que, na série histórica, somos tradicionais fregueses da equipe “laranja, verde e branca”!

São 14 vitórias dos Dolphins e apenas 05 vitórias dos Bengals. E no único encontro na pós-temporada, nova derrota de Cincinnati, por 34 x 16, em Miami...

Por último... o jogo será disputado na noite do Halloween!


Uma das muitas lendas celtas garante que os espíritos de todos aqueles que morreram ao longo do último ano voltariam a vagar nesta noite, à procura de corpos vivos que pudessem ocupar e utilizar pelo próximo ano... Como os vivos não queriam ser possuídos, na noite de 31 de Outubro, apagavam as tochas e fogueiras de suas casas, para que elas se tornassem frias e desagradáveis; e usavam fantasias assustadoras, afim de assustar as almas que procuravam corpos...

Tomara que os “espíritos” guerreiros do “Undefeated Team”, responsáveis pela temporada perfeita de 1972 (Os Dolphins foram a única equipe campeã invicta da NFL), não estejam passeando pelos arredores do Sun Life Stadium... e muito menos decidam ocupar os corpos dos atletas da equipe da Flórida!


O jeito é torcer para o Boston Red Sox vencer o sexto jogo da World Series 2013 (nesta quarta-feira), encerrando a disputa do “emocionante” baseball em 04 x 02 sobre o St. Louis Cardinals (ou a ESPN irá transmitir o jogo nº 07 no lugar do Thursday Night Football); colocar fantasias de monstros; decorar a casa com algumas abóboras; e assistir ao grande jogo entre Cincinnati Bengals e Miami Dolphins!


WHO DEY???


"Doce ou Travessura?"


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