Baltimore, fundada
em 30 de Julho de 1.729; é a maior
“cidade independente” dos Estados Unidos
(ou seja: não pertence a nenhum condado em particular) – com aproximadamente 2,7 milhões de habitantes. É o
principal centro urbano, financeiro e cultural do Estado de Maryland; e tornou-se um importante porto marítimo da Costa Leste (graças à sua relativa
proximidade com os mercados do Meio-Oeste
Americano).
Em 1.953, um
grupo de investidores (liderados por Carroll
Rosenbloom) ganhou os direitos para a criação de uma nova franquia da NFL. Nascia assim o Baltimore Colts (primeira equipe
profissional a ter cheerleaders e uma banda marcial)!
Apesar de sua torcida apaixonada, a equipe azul e branca não
conseguiu grande sucesso em seus primeiros anos de atividade – mas tudo mudou
em 1.956, com a chegada do Quarterback
Johnny Unitas (um dos maiores atletas de todos os tempos; coroado com a
conquista do Super Bowl V, em Miami, por 16 x 13, contra o Dallas
Cowboys).
Em 1.972, os Colts perderam Unitas e seu nível de desempenho desabou...
Isto sem falar nas péssimas decisões administrativas (como a
escolha do
QB John Elway na primeira rodada do
Draft de
1.983; e sua posterior troca com o
Denver Broncos – onde teve uma carreira
de enorme sucesso).
Mas nada se comparou a
1.984...
Após anos pressionando os políticos locais a investirem na
construção de um novo estádio (sem sucesso); o dono dos Colts Robert Irsay abriu negociações com outras cidades
interessadas em receber a franquia – dentre elas Phoenix, Jacksonville, Memphis e Indianapolis. Houve muita comoção por parte dos torcedores e da
imprensa (contrários à mudança), mas na madrugada do dia 29 de Março de 1984; uma frota de caminhões da empresa Mayflower Transit (empresa sediada em Indiana e patrocinadora da equipe)
promoveu a “mudança física” da infra-estrutura da equipe...
Baltimore
“dormiu” com uma equipe da NFL e
“acordou” sem nenhum time...
Em 1.993, a Liga começou a selecionar propostas
para uma futura expansão (que ocorreria dois anos depois). Baltimore era a cidade favorita para receber uma nova equipe (seria
o Baltimore Bombers); mas na votação
final, os vencedores foram dois mercados “novos”: Charlotte (Panthers) e Jacksonville (Jaguars).
Apesar de rejeitada na NFL,
o projeto de equipe e a captação de recursos foram suficientes para ingressarem
na CFL (Canadian Football League).
Ressurgia o Baltimore Colts – mas Robert Irsay os processa e o time muda
seu nome para Stallions. Em apenas
dois anos de existência, a equipe conquistou o título da competição (em 1995).
Em outubro de 1.995,
Baltimore provou que aprendeu a
lição de 1.984!
Arthur Bertram Modell
(ou simplesmente Art Modell),
proprietário do Cleveland Browns
desde 1.961 (e que em 1.963 demitiu Paul Brown da equipe que levava seu nome); repetiu os passos de Robert Irsay e negociou a mudança de
sua tradicional franquia para Baltimore
– causando revolta e indignação dos torcedores do norte de Ohio!
As autoridades de Cleveland
recorreram à Justiça para preservar sua equipe; mas Art Modell propôs um acordo: diferentemente do que ocorreu com os Colts (que levaram seus símbolos, seus
títulos e seus recordes para Indianapolis);
Modell só levaria seus atletas –
deixando para trás todo o legado e a história dos Browns...
Nascia o Baltimore
Ravens (homenagem ao escritor Edgar
Allan Poe; que viveu seus últimos anos nesta cidade e escreveu um poema
chamado “The Raven”).
Com isso, a AFC
Central passou a ser disputada por Cincinnati
Bengals, Pittsburgh Steelers, Jacksonville Jaguars, Houston Oilers e Baltimore Ravens.
Esta mudança marcou o fim da rivalidade entre Bengals e Browns...
E Cincinnati
tornou-se a única equipe de futebol americano profissional do Estado de Ohio!
Como vimos no Capítulo
anterior; os Bengals começaram mal o
ano de 1.996 (seis derrotas nos
primeiros sete jogos). E pela primeira
vez na história da equipe, a diretoria demitiu um treinador na metade da
temporada...
Quem assumiu o comando do time foi Bruce Coslet (nascido em 05
de Agosto de 1.946, em Oakdale,
California); que jogou como Tight End dos Bengals entre os anos de 1.969
e 1.976 (Camisa nº 88); e que desde
1.981 trabalhava como Auxiliar
Técnico da equipe de Cincinnati
(com exceção do período entre 1.990
e 1.993, quando foi Treinador
Principal do New York Jets –
levando a equipe alviverde aos playoffs em 1.991).
E seu começo não poderia ter sido melhor!
8ª Rodada – 27.10.1996 – Bengals 28 x 21
Jaguars;
9ª Rodada – 03.11.1996 – Ravens 21 x 24
Bengals;
10ª Rodada – 10.11.1996 – Bengals 34 x 24
Steelers;
11ª Rodada – 17.11.1996 – Bills 31 x 17
Bengals;
12ª Rodada – 24.11.1996 – Bengals 41 x 31
Falcons;
13ª Rodada – 01.12.1996 – Jaguars 30 x 27
Bengals;
14ª Rodada – 08.12.1996 – Bengals 21 x 14
Ravens;
15ª Rodada – 15.12.1996 – Oilers 13 x 21
Bengals;
16ª Rodada – 22.12.1996 – Bengals 31 x 24
Colts.
Sete vitórias e duas derrotas nos últimos nove jogos da
temporada!
Não fosse aquela derrota em Jacksonville (em 01.12.1996);
terminaríamos na segunda posição da Divisão Central – e classificados
para a pós-temporada...
Mas não deu...
Nos playoffs, os Jaguars surpreenderam a todos vencendo o Buffalo Bills (pelo placar de 30
x 27) e o Denver Broncos (time
de melhor campanha na temporada regular) por 30 x 27; mas na final da Conferência Americana; foram batidos
pelo New England Patriots (equipe
com a segunda melhor campanha da AFC) por 20 x 06. Na Conferência Nacional, outra equipe
nascida em 1995 (Carolina Panthers) também chegou à
decisão – e também fora derrotada! Vitória dos Packers por 30 x 13...
No Super Bowl XXXI,
disputado em New Orleans (em 26.01.1997); vitória tranqüila de Green Bay: 35 x 21!
Jeff Blake fez
outra boa temporada (308 passes
completos em 549 tentativas;
garantindo 3.624 jardas; com 24 TD’s e 14 INT’s; Rating de 80,3); e o WR Carl Pickens chegou ao Pro
Bowl com 100 Recepções para 1.180 Jardas e 12 TD’s. Outro convocado para o “Jogo das Estrelas” foi o CB
Ashley Ambrose. Nas estatísticas do “jogo corrido”, o RB
Garrison Hearst estabeleceu recorde de 847
Jardas (em 225 tentativas); mas
não anotou nenhum Touchdown...
Como estes números promissores; a escolha de Corey Dillon no Draft; e a volta do
lendário Boomer Esiason (após três
anos nos Jets e uma temporada pelos Cardinals); o ano de 1.997 parecia ser o início de uma nova
era de vitórias e conquistas em Cincinnati!
Mas sete derrotas nos primeiros oito jogos foram mais do que
suficientes para arruinar nossas expectativas...
1ª Rodada – 31.08.1997 – Bengals 24 x 21
Cardinals;
2ª Rodada – 07.09.1997 – Ravens 23 x 10
Bengals;
3ª Rodada – 21.09.1997 – Broncos 38 x 20 Bengals;
4ª Rodada – 28.09.1997 – Bengals 14 x 31
Jets;
5ª Rodada – 05.10.1997 – Jaguars 21 x 13 Bengals;
6ª Rodada – 12.10.1997 – Oilers 30 x 07
Bengals;
7ª Rodada – 19.10.1997 – Bengals 10 x 26 Steelers;
8ª Rodada – 26.10.1997 – Giants 29 x 27
Bengals;
9ª Rodada – 02.11.1997 – Bengals 38 x 31 Chargers;
10ª Rodada – 09.11.1997 – Colts 13 x 28 Bengals;
11ª Rodada – 16.11.1997 – Steelers 20 x 03
Bengals;
12ª Rodada – 23.11.1997 – Bengals 31 x 26 Jaguars;
13ª Rodada – 30.11.1997 – Eagles 44 x 42 Bengals;
14ª Rodada – 04.12.1997 – Bengals 41 x 14 Oilers;
15ª Rodada – 14.12.1997 – Bengals 31 x 24
Cowboys;
16ª Rodada – 21.12.1997 – Bengals 16 x 14
Ravens.
Jeff Blake
certamente sentiu a pressão de ser titular (deixando no banco o ídolo da
torcida); e seus números foram muito piores que nas últimas temporadas (184 passes completos em 317 tentativas; garantindo 2.125 jardas; com 08 TD’s e 07 INT’s; Rating
de 77,6). Boomer Esiason, mesmo veterano e disputando os últimos jogos da
carreira; assumiu a titularidade da equipe nos últimos cinco jogos; e estabeleceu
ótimas marcas (118 passes completos
em 186 tentativas; garantindo 1.478 jardas; com 13 TD’s e 02 INT’s; Rating
de 106,9); reafirmando seu talento e
sua competência!
Já o novato RB Corey Dillon mostrou que seria um
dos destaques da equipe (233 Corridas
para 1.129 Jardas e 10 TD’s); enquanto o WR
Darnay Scott liderou as estatísticas do “jogo aéreo” (54 Recepções para 797 Jardas
e 05 TD’s); superando Carl Pickens.
Apesar do ótimo final de temporada, nenhum jogador dos
Bengals fora chamado ao Pro Bowl desde ano.
Observação:
em 1.997, o Houston Oilers deixou o Estado
do Texas e mudou-se para o Tennessee
(inicialmente para Memphis e em
seguida para Nashville). A equipe
manteve o nome “Oilers” (e seu
símbolo: uma torre de petróleo) por duas temporadas; mas a partir de 1.999, assumiu seu nome atual: Tennessee Titans...
Na pós-temporada, o Denver
Broncos (liderados por John Elway);
que terminou a temporada regular com apenas a 4ª melhor campanha da Conferência
Americana; atropelou o Jacksonville
Jaguars (42 x 17); o Kansas City Chiefs (14 x 10); e o Pittsburgh Steelers (24 x 21);
garantindo o título da AFC e a vaga
no Super Bowl XXXII – onde
enfrentaria o atual campeão Green Bay.
Os Packers eram favoritos ao
bi-campeonato; mas os Broncos conseguiram
equilibrar o duelo e, ao final, levantaram o Troféu Vince Lombardi
pela primeira vez na história (vencendo a partida por 31 x 24).
Existem períodos em que tudo dá errado, não é mesmo?
Bem... 1.998 foi
(sem dúvida alguma) o pior ano da minha vida!
Eu estava na Oitava
Série (época que definitivamente encerra a fase de transição entre a
infância e a adolescência – e é naturalmente conturbada); minha família se
mudou de Poços de Caldas (cidade
mineira, montanhosa, de clima frio, que amo até hoje) para Uberlândia (cidade mineira situada no cerrado, com clima desértico,
que detesto até hoje); tive minhas primeiras desilusões amorosas; dividimos o
mesmo teto com a minha avó (que convenhamos: não é uma pessoa fácil de se
lidar); sofri bullying por estar chorando quando as luzes do cinema se
acenderam no final de Titanic (ok...
isso eu mereci!); fui a um show de Sandy
& Júnior, na esperança de encontrar a garota mais linda da minha
sala... e não a encontrei; o Vasco da
Gama foi campeão da Libertadores
(e vocês não imaginam a quantidade de torcedores vascaínos que existem em Uberlândia); o Palmeiras conquistou a Copa
do Brasil e a Mercosul; o Corinthians venceu o Campeonato Brasileiro; e a França bateu a Seleção Brasileira por 3 x 0
na final da Copa do Mundo!
Ufa... desgraça pouca é bobagem!
E olha que nesta época eu ainda não conhecia Futebol
Americano...
Os Bengals
terminaram o ano com apenas 03 (três) vitórias – só uma delas em casa; e obviamente na última posição da AFC
Central...
1ª Rodada – 06.09.1998 – Bengals 14 x 23 Oilers;
2ª Rodada – 13.09.1998 – Lions 28 x 34
Bengals (prorrogação);
3ª Rodada – 20.09.1998 – Bengals 06 x 13
Packers;
4ª Rodada – 27.09.1998 – Ravens 31 x 24 Bengals;
5ª Rodada – 11.10.1998 – Bengals 25 x 20
Steelers;
6ª Rodada – 18.10.1998 – Oilers 44 x 14
Bengals;
7ª Rodada – 25.10.1998 – Raiders 27 x 10 Bengals;
8ª Rodada – 01.11.1998 – Bengals 26 x 33
Broncos;
9ª Rodada – 08.11.1998 – Jaguars 24 x 11 Bengals;
10ª Rodada – 15.11.1998 – Vikings 24 x 03 Bengals;
11ª Rodada – 22.11.1998 – Bengals 13 x 20
Ravens;
12ª Rodada – 29.11.1998 – Bengals 17 x 34 Jaguars;
13ª Rodada – 06.12.1998 – Bengals 20 x 33
Bills;
14ª Rodada – 13.12.1998 – Colts 39 x 26 Bengals;
15ª Rodada – 20.12.1998 – Steelers 24 x 25 Bengals;
16ª Rodada – 27.12.1998 – Bengals 00 x 35
Buccaneers.
A única boa notícia foi o desempenho de Corey Dillon (primeiro corredor da história dos Bengals a passar de 1.000 Jardas em duas temporadas
consecutivas; lembrando que este foi apenas o seu segundo ano como jogador
profissional). Ele atingiu 1.130 Jardas
em 262 corridas; e anotou 04 TD’s. Mas nem ele (e nem ninguém de Cincinnati) fora convocado ao Pro Bowl...
Neil O’Donnell,
experiente Quarterback draftado pelos Steelers
em 1.990 (equipe que defendeu por
cinco temporadas; antes de se transferir para os Jets em 1.996); convocado
para o Pro Bowl em 1.992 e
campeão da AFC em 1.995; fora contratado para o lugar do
aposentado Boomer Esiason – e foi
relativamente bem: 212 passes completos
em 343 tentativas; garantindo 2.216 jardas; com 15 TD’s e 04 INT’s; Rating
de 90,2. Mas ao final da temporada não
teve seu contrato renovado; e o atleta se transferiu para o Tennessee Titans (onde encerrou sua
carreira em 2.003).
Nos playoffs, o Denver Broncos (atual campeão e equipe de melhor campanha na
temporada regular) confirmou seu favoritismo e garantiu o bi-campeonato da Conferência
Americana; derrotando os Dolphins
(38 x 03) e os Jets (23 x 10). E no Super
Bowl XXXIII não deu chances ao surpreendente Atlanta Falcons – vencendo-os por 34 x 19...
1.999 foi nossa
última temporada no Riverfront Stadium/Cinergy Field...
Estádio que recebeu Paul
McCartney (1.993); Rolling Stones (1.989 e 1.994); New Kids on the Block e N’Sync (o quê? vocês não conhecem estas
duas ‘boys band’s’? Acho que estou ficando velho...); onde vencemos o
épico Freezer Bowl (1.982); garantimos nosso segundo título
da Conferência
Americana (1.989); e Corey Dillon quebrou o recorde de jardas
corridas por um novato num único jogo (246
Jardas em 04.12.1997).
Muitas
alegrias e algumas decepções ocorreram em seu mítico gramado...
Isto sem falar em sua importância para o baseball
com os Reds...
Felizmente, a equipe dos Bengals conseguiu honrar a história do estádio – e suas últimas
partidas terminaram com vitória sobre dois rivais emblemáticos: 44 x 30 sobre o San Francisco 49ers (equipe que nos tirou dois Super Bowl’s); e 44 x 28 sobre o Cleveland Browns (nosso maior rival, “renascido” sob o comando da
família Lerner), perante quase 60.000 fanáticos torcedores (que vieram
se despedir da “velha casa”) – que vibraram com uma atuação impecável de nossa
defesa (que cedeu apenas 11 Jardas Terrestres aos
visitantes)! Domínio absoluto e incontestável!
Mas isto não significa que a campanha fora digna...
Muito pelo contrário...
1ª Rodada – 12.09.1999 – Titans 36 x 35
Bengals;
2ª Rodada – 19.09.1999 – Bengals 07 x 34
Chargers;
3ª Rodada – 26.09.1999 – Panthers 27 x 03
Bengals;
4ª Rodada – 03.10.1999 – Bengals 10 x 38
Rams;
5ª Rodada – 10.10.1999 – Browns 17 x 18 Bengals;
6ª Rodada – 17.10.1999 – Bengals 03 x 17
Steelers;
7ª Rodada – 24.10.1999 – Colts 31 x 10 Bengals;
8ª Rodada – 31.10.1999 – Bengals 10 x 41
Jaguars;
9ª Rodada – 07.11.1999 – Seahawks 37 x 20
Bengals;
10ª Rodada – 14.11.1999 – Bengals 14 x 24
Titans;
11ª Rodada – 21.11.1999 – Bengals 31 x 34
Ravens;
12ª Rodada – 28.11.1999 – Steelers 20 x 27 Bengals;
13ª Rodada – 05.12.1999 – Bengals 44 x 30 49ers;
14ª Rodada – 12.12.1999 – Bengals 44 x 28
Browns;
15ª Rodada – 26.12.1999 – Ravens 22 x 00
Bengals;
16ª Rodada – 02.01.2000 – Jaguars 24 x 07 Bengals.
Com 04 vitórias e 12 derrotas e a última
posição da AFC Central; a torcida de Cincinnati
só comemorou a despedida do Estádio e a merecida convocação de Corey Dillon ao Pro Bowl (com 1.200 Jardas em 263 corridas; e 05 TD’s);
sendo acompanhado no “Jogo das Estrelas” pelo Kickoff
Returner Tremain Mack (que obteve uma impressionante média de 27,3
Jardas por Retorno).
Jeff Blake voltou
a ser o QB titular (em seu último ano em Cincinnati), com 215 passes
completos em 389 tentativas;
garantindo 2.670 jardas; com 16 TD’s e 12 INT’s; Rating de 77,6; assim como Darnay
Scott (novamente líder das estatísticas do “jogo aéreo”; com 68 recepções para 1.022 Jardas e 07 TD’s).
Pelo visto, a troca de sede e de nome deu sorte ao Tennessee Titans!
A equipe de Nashville
(capital da música country) terminou a temporada com a 4ª melhor campanha da Conferência
Americana; mas chegou ao título da AFC, após derrotar os Bills (22 x 16); os Colts (19 x 16) e os Jaguars (33 x 14). Mas a
zebra azul e branca parou no Georgia
Dome, em 30.01.2000; quando
perdeu o Super Bowl XXXIV para o St.
Louis Rams (equipe de melhor campanha na Conferência Nacional),
por 23 x 16...
Ah, o ano 2000!
O mundo não acabou; o Brasil comemora
os 500 anos de seu Descobrimento; os paulistanos lamentam
a eleição de Celso Pitta (após as
denúncias de sua ex-mulher); os americanos comemoram e o mundo lamenta a
eleição de George W. Bush como
presidente dos EUA; os nerds
comemoram o lançamento do Playstation 2
e do Windows ME; os russos lamentam
o naufrágio do submarino Kursk; os
australianos comemoram o sucesso dos Jogos
Olímpicos de Sydney; os cariocas lamentam o seqüestro do ônibus 174; os corinthianos (e apenas
eles) comemoram o título mundial interclubes (deixe aqui sua risada); os
brasileiros lamentam a ausência do Campeonato
Brasileiro (e a sua substituição pela Copa
João Havelange) e comemoram o bi-campeonato de Gustavo Kuerten em Roland
Garros...
Sem dúvida... um ano de muitas emoções conflitantes!
Esta constatação também se aplica à torcida dos Bengals...
A primeira partida disputada no Paul Brown Stadium (nosso querido PBS) ocorreu em 19.08.2000;
durante a pré-temporada; e terminou com vitória de Cincinnati por 24 x 20
sobre o Chicago Bears. O WR
Peter Warrick anotou os primeiros pontos dos Bengals em sua nova casa, ao receber um passe de 14
Jardas para Touchdown (ainda no 1º Quarto)! Mas a estréia oficial da
equipe terminou com uma humilhante derrota para o Cleveland Browns (por 07 x
24); na primeira rodada da temporada regular...
1ª Rodada – 10.09.2000 – Bengals 07 x 24
Browns;
2ª Rodada – 17.09.2000 – Jaguars 13 x 00
Bengals;
3ª Rodada – 24.09.2000 – Ravens 37 x 00
Bengals;
4ª Rodada – 01.10.2000 – Bengals 16 x 31
Dolphins;
5ª Rodada – 08.10.2000 – Bengals 14 x 23
Titans;
6ª Rodada – 15.10.2000 – Steelers 15 x 00 Bengals;
7ª Rodada – 22.10.2000 – Bengals 31 x 21
Broncos;
8ª Rodada – 29.10.2000 – Browns 03 x 12 Bengals;
9ª Rodada – 05.11.2000 – Bengals 07 x 27
Ravens;
10ª Rodada – 12.11.2000 – Cowboys 23 x 06 Bengals;
11ª Rodada – 19.11.2000 – Patriots 16 x 13 Bengals;
12ª Rodada – 26.11.2000 – Bengals 28 x 48 Steelers;
13ª Rodada – 03.12.2000 – Bengals 24 x 13 Cardinals;
14ª Rodada – 10.12.2000 – Titans 35 x 03 Bengals;
15ª Rodada – 17.12.2000 – Bengals 17 x 14
Jaguars;
16ª Rodada – 24.12.2000 – Eagles 16 x 07 Bengals.
Em 25.09.2000,
após um início de três derrotas em três jogos, Bruce Coslet tornou-se o segundo Treinador Principal dos Bengals a cair no meio de uma temporada
regular! Como vimos, o primeiro foi justamente seu antecessor (Dave Shula)! Logo, Coslet fez história em Cincinnati
– encerrando seu ciclo exatamente como começou...
Quem assumiu o cargo foi o então Coordenador Defensivo Dick
LeBeau.
Charles Richard
LeBeau nasceu em 09.09.1937, em London, Ohio. Formou-se pela Ohio
State e fora draftado na 5ª rodada
de 1959 pelo Cleveland Browns (ainda comandado por Paul Brown); mas nem sequer chegou a estrear, pois foi cortado
ainda no Training Camp. Alguns meses depois, assinou contrato com o Detroit Lions – equipe que defendeu por
14
temporadas (de 1959 a 1972).
Jogando como Cornerback ou como Safety,
disputou 171 partidas consecutivas (com 62 Interceptações
retornadas para 762 Jardas e 03 TD’s); integrando a lendária
linha secundária dos Lions da década
de 1960 (que também possuía os
futuros membros do Hall da Fama: Lem Barney, Yale Lary e Dick “Night Train” Lane). Johnny Unitas
sempre mostrou respeito por ele:
- Dick é um bom CB... E fico feliz que o “Night Train” Lane tenha ido
embora...
Tão logo se aposentou , LeBeau
começou a trabalhar como Treinador de Special Team’s no Philadelphia Eagles – permanecendo na Pennsylvania
por três anos; antes de aceitar o convite para treinar a linha secundária dos Packers (cargo que exerceu até 1979). De 1980 a 1991, trabalhou como Coordenador Defensivo dos Bengals (sendo creditado a ele a invenção
da chamada “blitz zone”; bem como o sucesso de atletas como Tim Krumrie, David Fulcher e Anthony
Muñoz).
Seu profundo conhecimento técnico e tático chamou a atenção
dos nossos rivais de
Pittsburgh; e
Dick assumiu o comando defensivo dos
Steelers entre
1992 e
1996; antes de
retornar para
Cincinnati (em
1997); alternando-se nos cargos de
Coordenador
Defensivo e
Assistente do Treinador Principal.
Mas faltava-lhe o cargo de Treinador Principal no currículo...
Como vimos, seu começo não foi nada promissor (04
vitórias e 09 derrotas); mas as vitórias sobre os Cardinals e Jaguars;
aliado a sua larga experiência profissional; foram suficientes para que a
diretoria apostasse no seu trabalho (por pelo menos mais um ano)...
Peter Warrick não
foi apenas o primeiro jogador a anotar pontos no PBS; mas também foi o melhor recebedor da equipe nesta temporada (51
passes recebidos para 592 Jardas e 04 TD’s). E sem Jeff Blake (negociado com o New Orleans Saints); Akili Smith e Scott Mitchell duelaram pela titularidade na posição de QB.
Melhor para Smith – com 118
passes completos em 267 tentativas; garantindo 1.253
jardas; com 03 TD’s e 06 INT’s; Rating de 52,8.
Mas nenhum atleta superou o desempenho de Corey
Dillon (315 corridas para 1.435 Jardas e 07 TD’s); que o levou a
ser o único jogador dos Bengals no Pro
Bowl.
Enquanto amargávamos outra temporada ruim... tivemos de
assistir à rápida ascensão do Baltimore
Ravens (equipe fundada a apenas cinco anos); que terminou a temporada
regular com a 4ª melhor campanha da Conferência Americana; e chegou ao título
da AFC
após derrotar os Broncos (21 x 03); os Titans (24 x 10) e os Raiders (16 x 03).
Na verdade, a história dos Ravens de 2000 é muito
semelhante à do Tennessee Titans de 1999 (classificação aos playoffs com a
4ª campanha da AFC; três vitórias surpreendentes – duas delas fora de casa; e
no Super
Bowl enfrentariam equipes campeãs da Conferência Nacional que fizeram a melhor campanha da temporada
regular).
Seria ótimo se o N.Y.
Giants (campeão da NFC em 2000) também tivesse repetido os passos do St. Louis Rams (campeão da NFC em 1999) e conquistasse o título no Super Bowl XXXV... Mas a incrível
defesa de Baltimore, capitaneada por
Ray Lewis (eleito MVP da partida) não deu qualquer chance
ao ataque nova-iorquino; e os “Corvos Púrpuras” conquistaram seu
primeiro troféu Vince Lombardi após
uma vitória tranqüila por 34 x 07...
Em 2001, o
desempenho dos Bengals melhorou...
Um pouco...
Bem pouco na verdade...
Mas melhorou...
O RB Corey Dillon continuou dando show
(340
corridas para 1.315 Jardas e 10 TD’s; além de anotar
outros três recebendo passes) e indo sozinho ao Pro Bowl...
Jon Kitna
ultrapassou Akili Smith e Scott Mitchell; e assumiu a
titularidade na posição de QB de Cincinnati (com 313 passes completos em 581
tentativas; garantindo 3.216 jardas; com 12
TD’s e 22 INT’s; Rating de 61,1)...
Peter Warrick
continuou dominando o “jogo aéreo” no PBS (70 passes recebidos para 667 Jardas e 01 TD)...
E Cincinnati fez
sua melhor campanha desde 1997!
1ª Rodada – 09.09.2001 – Bengals 23 x 17
Patriots;
(*) 3ª Rodada – 23.09.2001 – Bengals 21 x 10
Ravens;
4ª Rodada – 30.09.2001 – Chargers 28 x 14
Bengals;
5ª Rodada – 07.10.2001 – Steelers 16 x 07 Bengals;
6ª Rodada – 14.10.2001 – Bengals 24 x 14
Browns;
7ª Rodada – 21.10.2001 – Bengals 00 x 24
Bears;
8ª Rodada – 28.10.2001 – Lions 27 x 31
Bengals;
9ª Rodada – 11.11.2001 – Jaguars 30 x 13 Bengals;
10ª Rodada – 18.11.2001 – Bengals 07 x 20
Titans;
11ª Rodada – 25.11.2001 – Browns 18 x 00
Bengals;
12ª Rodada – 02.12.2001 – Bengals 13 x 16
Buccaneers (prorrogação);
13ª Rodada – 09.12.2001 – Bengals 10 x 14 Jaguars;
14ª Rodada – 16.12.2001 – Jets 15 x 14 Bengals;
15ª Rodada – 23.12.2001 – Ravens 16 x 00 Bengals;
16ª Rodada – 30.12.2001 – Bengals 26 x 23
Steelers (prorrogação);
(*) 2ª Rodada – 06.01.2002 – Titans 21 x 23 Bengals.
(*) Este último jogo, no Adelphia Coliseum, deveria ter ocorrido no dia 16.09.2001; mas graças ao ataque terrorista de 11 de Setembro (que derrubou as Torres Gêmeas em N.Y. e
destruiu parcialmente o edifício do Pentágono
em Washington D.C.); a “segunda
rodada” foi re-designada para a primeira semana de janeiro de 2002. Isto desencadeou um aumento
significativo nos procedimentos de segurança em todas as partidas da NFL – embora todos os oito jogos
disputados no Paul Brown Stadium
tenham ocorrido sem incidentes...
Evidentemente, estas 06 vitórias conquistadas não foram
suficientes para nos levar à pós-temporada; e mais uma vez terminamos na última
posição da AFC Central...
Nos playoffs, um garoto de San Mateo (Califórnia), draftado apenas na sexta
rodada de 2000 (199ª
escolha geral); usando uma camisa nº 12; começou a escrever seu
nome na história do New England Patriots...
A equipe de Massachusetts,
fundada em 1959 e bi-campeã da Conferência
Americana (títulos conquistados em 1985
e 1996); conquistou seu terceiro
título da AFC após bater o Oakland
Raiders por 16 x 13 (na
prorrogação); e o Pittsburgh Steelers
(time com a melhor campanha de 2001)
por 24 x 17...
Em 03 de Fevereiro de
2002, no Louisiana Superdome; os
Patriots enfrentariam o St. Louis Rams (equipe campeã e com a
melhor campanha da Conferência Nacional). Curiosamente, este seria o terceiro Super
Bowl da história de New England;
e todos os três jogos foram disputados neste mesmo estádio (em New Orleans).
Apesar do favoritismo dos Rams (as bolsas de apostas pagavam 14 por 01); Thomas Edward Patrick Brady Jr. tratou
de tornar o “grande jogo” ainda mais emocionante – e no final, sua equipe
sagrou-se campeã por 20 x 17...
A 83ª Temporada Regular da NFL marcou o início de uma nova era!
Houston (a maior cidade
do Estado do Texas e a quarta maior
dos EUA) venceu a disputa com Los Angeles e recebeu a 32ª
franquia de futebol americano profissional – estimada inicialmente em US$
700 milhões. Nasciam os Texans!
Com isso, o antigo modelo de três Divisões (West,
Central
e East)
tornou-se inviável; e a Liga propôs um re-alinhamento das equipes em quatro
“grupos” (adotando um critério geográfico mais “lógico”; sem desconsiderar as
rivalidades históricas).
Vejamos as principais mudanças:
·
Seattle
Seahawks foi a única equipe que mudou de Conferência – deixando a AFC
West para ingressar a NFC West;
·
Arizona
Cardinals deixou a NFC East e ingressou na NFC
West;
·
Indianapolis
Colts, Jacksonville Jaguars, Tennessee Titans e Houston Texans formariam a nova AFC South;
·
Atlanta Falcons,
Carolina Panthers, New Orleans Saints e Tampa Bay Buccaneers formariam a nova NFC
South;
·
As duas Divisões Centrais (tanto da AFC
quanto da NFC) passariam a ser chamadas de North Division – mantendo
as mesmas equipes (exceto os Titans,
Jaguars e Buccaneers);
·
Poucas alterações ocorreram nas Divisões
do Leste (East) – apenas a saída dos Colts
e Cardinals.
As mudanças também afetaram os playoffs: os quatro
campeões de Divisão e as duas melhores equipes “sem título” se
classificariam em cada Conferência. A rodada de “Wild
Card” passaria a ser disputada entre as duas equipes “sem
título” e os dois piores “campeões”. O melhor classificado
nesta fase encara o “campeão” com a segunda melhor
campanha da Conferência; e o pior classificado na rodada de “Wild
Card” enfrenta o “campeão” com a melhor campanha na
temporada regular. Como sempre, o “mando de campo” pertence ao “campeão” melhor
classificado – sendo que a única possibilidade de uma equipe não-campeã jogar
em seus domínios é enfrentar na final a outra não-campeã!
Em suma: esta é a NFL
que conhecemos hoje!
Apesar de todas estas mudanças, em Cincinnati pouca coisa mudou...
1ª Rodada – 08.09.2002 – Bengals 06 x 34
Chargers;
2ª Rodada – 15.09.2002 – Browns 20 x 07
Bengals;
3ª Rodada – 22.09.2002 – Falcons 30 x 03 Bengals;
4ª Rodada – 29.09.2002 – Bengals 35 x 07
Buccaneers;
5ª Rodada – 06.10.2002 – Colts 28 x 21 Bengals;
6ª Rodada – 13.10.2002 – Bengals 07 x 34 Steelers;
7ª Rodada – 27.10.2002 – Bengals 24 x 30
Titans;
8ª Rodada – 03.11.2002 – Texans 03 x 38 Bengals;
9ª Rodada – 10.11.2002 – Ravens 38 x 27 Bengals;
10ª Rodada – 17.11.2002 – Bengals 27 x 20
Browns;
11ª Rodada – 24.11.2002 – Steelers 29 x 21 Bengals;
12ª Rodada – 01.12.2002 – Bengals 23 x 27 Ravens;
13ª Rodada – 08.12.2002 – Panthers 52 x 31 Bengals;
14ª Rodada – 15.12.2002 – Jaguars 29 x 15 Bengals;
15ª Rodada – 22.12.2002 – Bengals 20 x 13
Saints;
16ª Rodada – 29.12.2002 – Bills 27 x 09 Bengals.
Duas vitórias e quatorze derrotas...
Sete derrotas nos primeiros sete jogos...
Uma mísera vitória em casa...
Justiça seja feita: a diretoria bem que tentou! Contratou o QB
Gus Frerotte (Free Agent) para comandar o ataque dos Bengals; mas seu desempenho foi tão ruim (mas tão ruim), que Jon Kitna voltou a ser titular. Ele
terminou o ano com 294 passes completos em 473 tentativas; garantindo 3.178
jardas; com 16 TD’s e 16 INT’s; Rating de 79,1...
Corey Dillon foi
(novamente) a principal estrela do ataque (314 corridas para 1.311
Jardas e 07 TD’s); mas desta vez dividiu os holofotes com o
segundo-anista Chad Javon Johnson
(guarde este nome, pois falaremos muito sobre ele no próximo Capítulo); que terminou a temporada com
69
passes recebidos para 1.166 Jardas e 05 TD’s...
Desde 1989, esta
foi a primeira vez que a linha ofensiva contou com um QB capaz de lançar mais
de 3.000
Jardas; um RB capaz de correr mais de 1.000 Jardas; e um WR
capaz de receber passes por mais de 1.000 Jardas... Também foi elogiável
a atuação do Fullback Lorenzo Neal (único atleta convocado para o Pro
Bowl)!
Mas como manter um Técnico Principal com resultados tão
ruins?
Em 30 de Dezembro de
2002, Dick LeBeau deixou o
cargo...
Mas diferentemente de Dave
Shula (que abandonou o esporte); Dick
foi convidado para assumir o cargo de Assistente do Treinador Gregg Williams
no Buffalo Bills; e desde 2004, trabalha como Coordenador
Defensivo do Pittsburgh Steelers
(sendo um dos principais responsáveis pela chamada “Cortina de Aço”). E mesmo
aos 76 anos de idade (sendo os últimos 55 dedicados ao futebol americano); LeBeau não demonstra a menor vontade de
parar...
Embora dificilmente volte a ser Treinador Principal de
alguma equipe!
Nos playoffs da Conferência Americana, nenhuma "zebra": as duas equipes com as melhores campanhas da temporada regular (respectivamente Oakland Raiders e Tennessee Titans) chegaram à final; e os californianos (com a melhor campanha) venceram com facilidade: 41 x 24. Porém, no Super Bowl XXXVII, disputado em San Diego (estádio de seus rivais); os Raiders foram massacrados pelo surpreendente Tampa Bay Buccaneers (48 x 21)!
Já em Cincinnati... a crise não parecia ter fim!
Era consenso que estávamos no fundo do poço...
E a escolha para suceder
Dick LeBeau não poderia ter sido mais arriscada: um
Coordenador Defensivo vindo do
Washington Redskins; com passagens pelo
Baltimore Ravens e
Pittsburgh Steelers; sem qualquer experiência como
Treinador Principal (nem mesmo no futebol universitário)...
Seu nome?
Marvin Ronald Lewis