Enfim, o 78º Draft
da história do futebol americano acabou!
Como todos sabemos, um bom Draft não significa,
necessariamente, um grande time na temporada seguinte... É preciso ter
paciência! Afinal, eles são garotos, vindos de uma forte liga universitária, mas
ainda sim são amadores, buscando a primeira experiência profissional da
carreira! Logo, eles precisam de um tempo para amadurecer...
Também não é segredo que a AFC North é uma das divisões mais
competitivas da NFL! Principalmente nos últimos dois anos, quando Baltimore Ravens, Pittsburg Steelers e Cincinnati
Bengals apresentaram equipes muito fortes e equilibradas (tanto no ataque
quanto na defesa). O Cleveland Browns
aparece como o “patinho feio” da divisão, mas apresentam um bom trabalho de
reconstrução da equipe – e pode começar a incomodar os demais!
Por esta razão, os treinadores e olheiros vêm gastando muito
tempo estudando potenciais reforços para seus times, buscando os ajustes ideais
que farão a diferença na temporada 2013. Pittsburgh e Baltimore já fizeram seu
“dever de casa”, conquistando um título de Super Bowl nas últimas cinco
temporadas...
Agora a pressão está sobre as equipes de Ohio!
Não é coincidência os Bengals terem ido aos últimos dois
playoffs consecutivos, e figurarem como um dos favoritos para vencer a Divisão
Norte da Conferência Americana! Afinal, a equipe vem desenvolvendo um excelente
trabalho nos últimos Drafts – e as escolhas deste ano não fogem à regra! Tyler Eifert (TE) e Giovani Bernard (RB) prometem “apimentar”
a linha ofensiva; e o treinador Marvin
Lewis selecionou algumas peças interessantes para sua defesa (como o Defense
End Margus Hunt, o Strong
Safety Shawn Willians e o Linebacker
Sean Poter). Estes cinco atletas
podem até começar a temporada no banco de reservas, mas a evolução de seus
estilos de jogo, bem como o seu entrosamento com o restante da equipe,
certamente os levará para o time titular – e têm potencial para elevar o nível
de competitividade de uma equipe experiente (mas ainda jovem), que está próxima
de alcançar um padrão de excelência raramente visto em Cincinnati!
Vejamos a lista completa dos jogadores Draftados em 2013:
1ª Rodada – 21ª
Escolha: Tyler Eifert (TE), de Notre Dame;
Eifert foi titular em 34 dos últimos 38 jogos de Notre
Dame; recebendo 140 passes e conquistando 1.840 jardas (com 11
Touchdowns). Anotou 68 pontos e conseguiu três tackles. Suas 140
recepções estabeleceram um novo recorde entre os TE’s de sua Universidade
– quebrando a marca anterior de 128 recepções do TE Ken MacAfee (entre os
anos de 1974 e 1977). O único TE que havia ultrapassado a marca de
100 recepções em Notre
Dame no século XXI foi John Carlson (entre 2004
e 2007). Suas 140 recepções também figuram como a quarta melhor marca da
história da Universidade (considerando todas as posições). E seus 11
Touchdowns, como TE, só ficam atrás do lendário Ken MacAfee (que anotou
15 TD’s). Outra estatística interessante é que 29 de suas 140 recepções
resultaram num avanço de pelo menos 20 jardas . Resumindo: o garoto é fera mesmo!
2ª Rodada – 37ª
Escolha: Giovani Bernard (RB), de North Carolina;
Em 2011, Bernard registrou a terceira melhor
marca da história de sua Universidade, ao conquistar 1.253 jardas . Em 2012,
o garoto repetiu a dose e ficou bem próximo desta marca (ao conquistar 1.228 jardas ). Ele
jogou pela Universidade de North Carolina por 23 jogos; e seus 25
Touchdowns deixaram seu nome gravado como o oitavo maior pontuador da história
da UNC.
2ª Rodada – 53ª
Escolha: Margus Hunt (DE), da SMU;
Hunt jogou 53 partidas pela Southern Methodist University,
sendo 27 como Defense End titular. Ele anotou 112 tackles e 13 sacks; mas
ficou conhecido como um grande bloqueador de chutes (sendo 10 Field Goal’s e 07
Pontos Extras evitados!). O único jogador da história do futebol americano
universitário que conseguiu bloquear mais chutes que ele foi James
Ferebee, da Universidade de New Mexico State (com 19 – sendo
seis Pontos Extras e oito Field Goal’s; entre os anos de 1978 e 1981).
3ª Rodada – 84ª
Escolha: Shawn Williams (SS), da Geórgia;
Williams começou como titular em 30 dos últimos 54 jogos da Geórgia
(sendo 03 vezes como Free Safety; 26 vezes como Strong
Safety; e 01 vez como Linebacker). Ele anotou 209 tackles,
incluindo 01 sack e 05 derrubadas de QB; causando dois fumbles e recuperando
outros dois. Anotou um avanço de 58 jardas em suas 04 Interceptações; e
conseguiu bloquear o passe 11 vezes (incluindo 01 bloqueio de Ponto
Extra). Suas estatísticas mostram que ele pode ser um verdadeiro
“coringa” na linha secundária; e sua experiência e versatilidade podem
contribuir para que em assuma seu lugar entre os titulares.
4ª Rodada – 118ª
Escolha: Sean Porter (OLB), de Texas A&M;
Porter começou 41 dos últimos 52 jogos da Texas A&M – 39
vezes como Linebacker pelo “lado forte”; e duas vezes atuando
pelo “lado fraco”. Anotou 261 tackles, com 10 sacks, e causou dois
fumbles (recuperando outros três). Bloqueou 12 passes e conseguiu interceptar a
bola uma vez (com um retorno de 16 jardas ).
5ª Rodada – 156ª
Escolha: Tanner Hawkinson (OT), de Kansas;
Não foi uma grande surpresa quando Hawkinson matriculou-se
na Universidade de Kansas. Afinal, seu avô, sua mãe, dois irmãos e sua irmã também
estudaram lá. Apenas seu pai, Griff, estudou na Universidade de Kansas
State (rival dos Jayhawks). Na faculdade, seu apelido
era Rick
Bobby, graças à sua semelhança física com o personagem interpretado por
Will
Ferrell na comédia “Talladega Nights”, de 2006 (que no
Brasil recebeu o nome de “Ricky Bobby – A Toda Velocidade”). Mas
o garoto tornou-se conhecido no meio-oeste, porque começou como titular em
todos os jogos desde que chegou à Universidade; impressionando os olheiros com
seu corpo atlético e incrível resistência física.
6ª Rodada – 190ª
Escolha: Rex Burkhead (RB), de Nebraska;
Rex encerrou sua carreira universitária entre os cinco maiores
corredores da história de Nebraska; e conseguiu conciliar suas
obrigações com os Huskers e as notas da faculdade – sempre figurando entre os
bons alunos de sua turma! Um raro exemplo de que um CDF também pode ser um
grande atleta...
6ª Rodada – 197ª
Escolha: Cobi Hamilton (WR), de Arkansas;
Hamilton começou como titular em 30 dos últimos 51 jogos dos Razorbacks;
e conseguiu 175 recepções. Esta marca o coloca na posição de nº 21 entre os
melhores recebedores da Conferência Southeastern de todos os
tempos. Garantiu 2.854
jardas ; e anotou 18 Touchdown’s (quarta melhor marca da
história de sua Universidade). Também jogou nos Special Team’s, e
retornou nove chutes de Kickoff, conquistando 192 jardas (numa média
de 21,33 jardas ).
Números realmente impressionantes, para uma escolha de sexta rodada...
7ª Rodada – 240ª
Escolha: Reid Fragel (OT), de Ohio State;
Finalmente uma “cria de Ohio”! Fragel começou 21 dos 51
jogos disputados pela Universidade de Ohio State; sendo 09 vezes como Tight
End e 12 vezes como Offensive Tackle... Jogando no
ataque, Reid conseguiu 14 recepções, garantindo um avanço de 185 jardas , e anotou um
TD. Nada mal, para um “brucutu”, não?
7ª Rodada – 251ª
Escolha: T.J. Johnson (C), de South Carolina.
A última escolha do Draft 2013 graduou-se no ensino médio em
2008. Em seu último ano no colégio, ele foi selecionado entre os melhores
jogadores da América (em ranking divulgado pela Associated Press). Ele
foi considerado 13º melhor jogador na posição de Center dos EUA; e o 17º melhor
jogador da Carolina do Sul em sua categoria. Como era de se esperar, ele
recebeu inúmeras propostas (Vanderbilt, Duke, Wake Forest, East Carolina,
Kentucky, Maryland e NC State), mas acabou ficando próximo
de casa, e foi estudar na South Carolina. Sua carreira não
evoluiu no ritmo esperado... mas ele conseguiu chegar à NFL! Por isso, nunca
duvide de sua capacidade...
Além destes 10 atletas, os Bengals assinaram com outros 17 novatos
não-draftados; oferecendo-lhes uma oportunidade de treinamento com os
profissionais. São eles:
·
DT Larry Black Jr., de Indiana;
·
CB Terrence Brown, de Stanford;
·
OLB Jordan Campbell, de New Mexico -Highlands ;
·
DE Travis Chappelear, de NW Missouri
State;
·
LS Bryce Davis, de Central Oklahoma;
·
OLB Jayson Dimanche, de Southern Illinois ;
·
DE DeQuin Evans, de Kentucky;
·
WR Tyrone Goard, de Eastern Kentucky ;
·
WR Justin Hilton, de Indiana
State ;
·
LB Brandon Joiner, de Arkansas
State ;
·
OT Dan Knapp, de Arizona
State ;
·
RB Onterio McCalebb, de Auburn;
·
WR Roy Roundtree, de Michigan;
·
PK-P Quinn Sharp, de Oklahoma
State ;
·
CB Troy Stoudermire, de Minnesota;
·
OL John Sullen, de Auburn; e
·
LB Bruce Taylor, de Virginia Tech.
No dia 27 de Abril de 2013, o Treinador Marvin Lewis concedeu uma
entrevista coletiva, para falar sobre o Draft deste ano... e suas
expectativas para a temporada! Vamos traduzi-la (na medida do possível) na
íntegra:
“Em primeiro lugar, vamos explicar as duas últimas escolhas: Reid Fragel,
o Tackle da Universidade de Ohio State, mostrou-se um grande jogador, bastante
atlético, capaz de jogar nas duas posições ofensivas (direita e esquerda). Ele
mostrou bastante evolução ao longo da temporada universitária e muita força de
vontade durante o Combine. Ele tem quadris largos e boa movimentação – o que é
impressionante em um jovem que pode evoluir muito mais. Nós esperamos ajudá-lo
nesta evolução; e mesmo que hoje, o garoto não esteja pronto para jogar como titular,
pode ser que a equipe precise contar com ele ao longo da temporada... Assim,
espero que ele esteja pronto quando for chamado – pois vejo muito potencial
nele!”
“O mesmo vale para T.J. Johnson, o Center da Universidade de South
Carolina. Ele já mostrou seu valor, jogando um bom futebol por lá. Fez um
excelente trabalho na linha ofensiva, mesmo quando o QB baseou seu ataque nas shotgun’s;
ou quando adotou o sistema de “no-huddle”, ele mostrou-se capaz de acompanhar
as inúmeras mudanças na linha de scrimmage. Ele é um cara inteligente, capaz de
lidar com todos os problemas comuns de uma linha ofensiva, e jogou contra
alguns dos melhores jogadores universitários de sua época. Por isso, acredito
que a contratação destes dois garotos, já no final do Draft, coroou um trabalho
bem feito de prospecção de novos talentos”.
“Eu não esperava encontrar dois jogadores como Rex Burkhead e Cobi
Hamilton na sexta rodada. Principalmente porque Rex é um jogador muito
produtivo. Ele sofreu algumas lesões neste último ano (e por isso perdeu um
pouco de tempo e, às vezes, entrava em campo cambaleante); mas mesmo assim
jogou e jogou bem! Ele é um grande recebedor, com a habilidade de fugir da
marcação e avançar até o final do campo. Acreditamos que ele possa se tornar um
bom valor à equipe – em especial se conseguir se entrosar com o Fullback (com
grande chance de assumir um lugar cativo nos Special Teams). Ele é um grande
velocista, bom de dribles e capaz de cortar a marcação da secundária – e por
isso estou empolgado com a possibilidade de contar com ele”.
“Cobi Hamilton era reserva em Arkansas em 2011; mas como os titulares
foram draftados em 2012, ganhou seu espaço na equipe titular e mostrou-se muito
produtivo – com seus 90 passes recebidos. Sua produtividade foi determinante
para sua escolha, e acredito que poderá alcançar o sucesso na equipe, desde que
consiga manter este padrão de jogo”.
“Quando começamos o planejamento para a próxima temporada, sabíamos que
nosso elenco tinha um grande número de potenciais “Free Agents”; e isso poderia
ser um grande problema. Nossa prioridade foi renovar com esses caras (até
porque eles conhecem nossa filosofia de trabalho e estão entrosados com o time
e a cidade); para só então buscarmos algumas “peças-chave” em determinadas
posições que o time mostrou-se carente. Felizmente, o plano vêm dando certo.
Nós conseguimos renovar com quase todos os “Free Agents”, e estamos atraindo
outros caras que jogavam em outras equipes – seja para compor o elenco ou mesmo
para entrar em campo como titulares. Sem dúvida, foi um plano ousado da
Diretoria, exigindo grande esforço de negociação; mas acredito que esta seja a
chave para o nosso sucesso na próxima temporada!”
“É claro que perdemos alguns bons jogadores; mas isso faz parte do
processo. Afinal, é preciso uma renovação também. Mas nós fomos capazes de
manter aqueles que nós queríamos que ficassem. E em seguida, buscamos completar
o elenco com bons atletas de fora (seja através das negociações com Free Agents
e, principalmente, usando nossas escolhas no Draft). Eu sinto que os últimos
três dias (ou seja: o Draft!) foram muito bem aproveitados – pois tivemos a
oportunidade de selecionar caras talentosos, para as posições que nos faltavam;
e ainda adicionamos qualidade à equipe. Um exemplo foi a contratação de Tyler
(Eifert) na primeira rodada – o que nos mostrou que estávamos no caminho
certo!”
“Nós realmente estamos confiantes com as escolhas que fizemos, e vocês
(jornalistas presentes à entrevista coletiva) puderam conhecer os primeiros
quatro rapazes que escolhemos, nos últimos dois dias. Foi muito bom tê-los aqui
e conhecê-los pessoalmente, agora que iremos trabalhar juntos ao longo de 2013.
Isto apenas reafirmou a certeza de que estamos caminhando para o lado certo.
Ah... alguma pergunta?”
- Aos olhos do
torcedor, parecer que a tônica destes jogadores draftados em 2013 foi o
“potencial de desenvolvimento” deles. E você já mostrou que gosta de trabalhar
com jogadores assim... em desenvolvimento! Estas escolhas foram influenciadas
por você, com este objetivo mesmo?
Marvin Lewis: “De fato, eu gosto muito disso! É um prazer trabalhar com
jogadores novos, oferecendo uma oportunidade de crescimento. Eles são garotos
espertos, e podem se tornar jogadores inteligentes e diferenciados. Eles vêm
aqui com muita disposição, e pouco a pouco, vamos moldando-os com a dinâmica do
jogo (que é completamente diferente do que eles estão acostumados). Precisamos
direcioná-los passo a passo – desde coisas simples sobre o esporte até dicas
sobre sua carreira. Conforme eles evoluem, a equipe inteira melhora. Mas a
torcida não terá paciência e espera resultados. Por isso, as escolhas do Draft
também buscam a melhoria da equipe, em especial nas posições em que mostramos
fraqueza nas últimas temporadas”.
- Parece que vocês se
beneficiaram com várias escolhas intermediárias nos últimos dois anos; e
principalmente neste Draft...
ML: “Sim, e nós teremos algumas boas escolhas compensatórias no próximo
ano também!”.
- (...) Mas alguns
desses caras podem vir a decepcionar, como aconteceu nos anos anteriores...
ML: “Estes garotos que foram draftados agora, receberam apenas a
oportunidade de jogarem profissionalmente em uma grande equipe. Mas a
oportunidade, sozinha, não representa nada. Agora eles devem se preparar, pois
aqui é a National Football League! Isto é ser profissional! Só porque você foi
titular na última temporada, não quer dizer que você tenha um “lugar cativo” na
equipe! Ninguém aqui joga só com o nome na camisa! É claro que as lesões
acontecem... os problemas extra-campo também... e isso muda tudo... O que
estamos fazendo com esses garotos é oferecer uma oportunidade de entrar na
equipe e competir! Se for necessário afastá-lo por um tempo, devemos
afastá-lo... O importante é que o garoto faça o seu melhor e entenda como as coisas
funcionam...”
- Nos Drafts de 2009
e 2010, os jogadores escolhidos precisavam entrar e contribuir com a equipe
imediatamente. Este não parece ser o caso dos escolhidos em 2013. Com exceção
de uma única posição, não parece que exista uma grande pressão sobre eles,
correto?
ML: “Francamente, não sei como será a disputa pelas posições no time
titular. E isso é bom! Mas, ainda assim, acho que podemos utilizar todos eles.
Cada um desses caras que escolhemos, poderão figurar em nosso elenco titular,
em algum momento da temporada (mesmo que não seja logo no início). Eu acho que
eles têm grande capacidade. Agora, cabe a eles provarem que eu estou certo...”
- Então você acha que
qualquer um desses jogadores pode ser titular, ao menos em uma partida, ao
longo desta temporada?
ML: “Sim, é uma possibilidade. Eu não vejo porque deveríamos dizer que
algum deles não terá capacidade de ser titular. Eu tenho uma certa vantagem
sobre vocês, pois passei os últimos meses estudando e avaliando cada jogador
draftado. Conheço suas habilidades, e também seus pontos fracos. Assisti vários
jogos deles. Pode ser que eu não conheça tão a fundo um ou outro jogador, mas
certamente teremos tempo para conhecê-los. E posso garantir que me sinto
confiante ao tê-los na minha equipe”.
- Como é para você,
ver que cinco jogadores draftados em 2009 tiveram seus contratos renovados, e
agora podem ser os líderes desta nova geração?
ML: “Nós imaginávamos que o empenho da Diretoria em renovar os
contratos destes jogadores poderia render frutos melhores do que iniciar um
novo trabalho, a partir do zero. Mas isso não significa que o grupo esteja
fechado. A chegada destes garotos trará um novo oxigênio para o grupo, e isso é
uma coisa boa. Nós experimentamos isso com o Reggie Nelson no ano passado. Ele
é um grande exemplo a todos: basta continuar jogando seu futebol, mesmo que não
esteja sob os holofotes, que as coisas acontecem. Se você trabalhar duro, dia
após dia, pode ter certeza que seu lugar estará reservado. Se você acredita que
os Bengals são o melhor lugar para você, os Bengals também apostarão em ti!
Como eu disse, a Diretoria fez um grande trabalho nesta pré-temporada.
Acreditamos que estes novatos possam contribuir com os veteranos de 2004, 2005
e 2006 que continuam por aqui!”
- Esta pode ser a
primeira vez, desde que o senhor assumiu os Bengals, que a equipe de Cincinnati
pode não contar com um novato em sua linha titular no jogo de estréia. O que o
senhor pensa sobre isso?
ML: “Sim, é verdade. Pode ser que o trabalho nos leve a isto... ou que
lesões modifiquem este quadro. Acho que o mais importante é que pela primeira
vez, não estamos dependendo única e exclusivamente destes garotos; mas acredito
que cada um deles têm o potencial de subir na carreira e assumir a titularidade
do elenco, e isso é algo muito bom!”
- O senhor disse, no
início do período de Free Agency, que não ficaria surpreso se o Baltimore
Ravens perdessem jogadores de grande nome; porque o General Manager Ozzie
Newsome gosta de trabalhar com o desenvolvimento de novos talentos. Pelo visto,
você também atua desta maneira – mantendo sempre oportunidades para os novatos,
correto?
ML: “Bem, nós estamos tentando chegar lá. A única maneira de convencer
alguém que está no elenco de uma equipe profissional a continuar se esforçando
nos treinos, é provar que todos terão a chance de jogar. E mais do que isso: é
preciso motivá-los com bons resultados, demonstrando que seu método de trabalho
pode levá-los ao sucesso. Acho que agora, os Bengals serão tratados com mais
respeito por seus oponentes; mas para elevarmos nosso padrão na Liga, será
fundamental que alcancemos os playoffs pelo terceiro ano, mas que desta vez,
conquistemos algumas vitórias na pós-temporada. Isso é importante! Podemos e
devemos acreditar nisto!”
- Você gostaria de
renovar os contratos de Michael Johnson e Jermaine Gresham?
ML: “Nós temos que agir com calma. Alguns caras têm uma reputação na
Liga, e sabem que podem alcançar acordos melhores. Além do mais, há um processo
em curso, e mais uma vez, tentaremos manter nosso foco nos resultados. Você
precisa planejar um bom time para a disputa da NFL, mas sabemos que é
impossível prever os resultados da temporada. O jeito é pensar a médio prazo –
sendo o ideal traçar metas para três anos de trabalho. Foi o caso do Joe Reed:
ele sabia que os Ravens tinham um planejamento para esta pós-temporada. Eles
negociaram no final da última temporada, e todos sabiam que a equipe precisaria
manter o foco em determinadas posições. Francamente, vejo que nem todos os
jogadores conseguem vislumbrar sua importância e seu espaço dentro de um time.
Cada equipe da NFL deve se estruturar, de modo a que não dê “um passo maior do
que a sua perna”. Por isso, é importante seguir o planejamento. E hoje, nosso
foco é trabalhar firme para desenvolver nossos jovens talentos. Supletivamente, podemos buscar um ou outro
reforço entre os Free Agents. Mas como vocês sabem, estes caras deverão
respeitar nossa ética de trabalho e a hierarquia instituída – ou simplesmente
não terão sua oportunidade aqui. Este é o motivo pelo qual somos reticentes na
contratação de jogadores experientes: eles estão acostumados com um estilo e um
padrão, e mudar seus hábitos pode ser complicado”.
- O senhor falou em
um “check list” que fará em seu elenco, antes do início da próxima temporada. E
parece que você conseguiu tudo o que buscava nesta lista: desde um veterano
Linebacker até um reforço entre os Running Backs. Agora está satisfeito?
ML: “Na verdade, nós tínhamos dois Running Backs. Nós demos outra
chance para Bernard (Scott) e renovamos seu contrato, pois acreditamos que ele
seja “o cara” que draftamos em 2009. E acho que fizemos a escolha certa quanto
a isso. Agora é hora de reunirmos as peças deste verdadeiro “quebra-cabeças” e,
durante os meses de maio e junho, traçarmos as estratégias que testaremos
durante o Trainning Camp. Acredito que a manutenção destes jogadores, bem como
a adição de novos talentos, possibilitará um trabalho melhor do que fizemos nos
últimos anos. E sempre estamos de olho em novas alternativas, que possam enriquecer
o trabalho e fortalecer o grupo que já temos”.
- As escolhas do
Draft deste ano foram voltadas apenas para o fortalecimento do elenco, com
exceção dos Running Backs?
ML: “Bem, eu não chamaria nenhum desses garotos de “reservas”. Eles são
grandes atletas e com muito potencial. Nós precisamos de grandes atletas! E
temos que manter nossos talentos... Os grandes atletas é que formam o espírito
da equipe, e isso fará uma diferença enorme no resultado da temporada! Temos
que manter a renovação, mas buscando sempre melhorar a capacidade do grupo.
Acho que estamos seguindo pelo caminho certo, e isso é excelente!”
- Mas esse é o
objetivo de todo Draft, não?
ML: “Eu penso que todo mundo segue por este caminho. Mas nem todo mundo
consegue priorizar seu objetivo, em detrimento de bons valores disponíveis.
Vejam: todos diziam que a meta dos Bengals seria a escolha de um Safety na
primeira rodada; mas optamos por um Tigh End que melhor atendia às nossas
necessidades”.
- Sem falar na
necessidade de proteger o Quarterback...
ML: “Eu acho que as pessoas sempre irão escolher os melhores jogadores.
Se houvessem bons Quarterbacks, Running Backs ou Wide Receivers, certamente
seriam escolhidos entre o Top 10; porque as pessoas gostam de marcar pontos.
Todos preferem assistir a um jovem talento, lançando bolas precisas, cortando a
marcação ou fazendo recepções improváveis na End Zone. Mas eu penso que é
preciso enxergar além do óbvio; e pensar nas necessidades primordiais da
equipe, mesmo que em detrimento do espetáculo!”.
- É possível que
vocês contratem um QB não draftado?
ML: “Vamos ver... Nós temos alguns bons QB’s no elenco agora... Mas
vamos ver o que acontece...”
- O senhor diria que
as decisões de escalar a equipe, nesta próxima temporada, serão as mais
difíceis que já enfrentou no tempo em que esteve por aqui?
ML: “Eu diria que será muito bom! Nós temos a oportunidade de começar
com calma e trabalhar na escalação mais tarde... Nós teremos um produtivo
período entre maio e junho. Muitos de nós, treinadores, estamos evoluindo e
ganhando experiência também. Através de nossos métodos de trabalho, podemos
oferecer aos rapazes a oportunidade de evoluírem como atletas. Afinal, a
responsabilidade sobre o desempenho da equipe acaba caindo sobre as minhas
costas...”
- Os Bengals sofreram
bastante com os jogadores lesionados na última temporada. Qual a perspectiva
para 2013?
ML: “De fato, alguns de nossos jogadores não tiveram muitas
oportunidades. Nosso elenco sofreu bastante com o Departamento Médico lotado.
Mas acredito que estes talentos terão sua chance agora, em 2013. E isso faz
parte da diversão da NFL! Eu terei a chance de acompanhar esses caras na
pré-temporada e vê-los em
campo. Acho que será uma grande oportunidade para eles.
- Você acredita que
os Bengals vencerão um jogo na pós-temporada este ano?
ML: “A única maneira de vencer um jogo na pós-temporada é chegando à
pós-temporada (risos). E é para isso que estamos trabalhando”.
- Como você espera
administrar a pressão, agora que a equipe vem sendo apontada como a favorita
para vencer a divisão?
ML: “Este ano teremos diversos líderes nos mais variados setores da
equipe. Eles serão os meus tenentes. Eles sabem qual é o foco do time. Ninguém
dará ouvidos aos comentários externos, pois sabemos que isso só serve para
desviar o nosso foco. Eles sabem que as vitórias só serão conquistadas em campo. Assim como no
ano passado, quando tivemos um começo de temporada difícil; nós continuamos
trabalhando, jogo a jogo, cientes de que se fizéssemos tudo certo, as coisas
terminariam bem para nós. Este aprendizado será de grande valia, nesta nova
fase da equipe. E é divertido acompanhar o reinício deste ciclo, agora que os
antigos novatos tornaram-se experientes, ajudando os novos novatos! Nossa
tabela será bastante complicada, enfrentando sete dos últimos dez campeões do
Superbowl... mas é justamente nas dificuldades que este grupo irá crescer!”
Bem, pelo teor da entrevista, Marvin Lewis parece ter o
respaldo da Diretoria dos Bengals – e tem participado ativamente no
planejamento a curto e médio prazo. Também nos parece que a renovação dos
contratos de Michael Johnson e Jermaine Gresham passa por uma
flexibilização das propostas apresentadas por seus agentes... já que a equipe
está convicta em manter o planejamento e o orçamento apertado por mais uma
temporada!
Se eu estou tão otimista sobre a campanha de 2013?
Confesso que ainda não!
Apesar do excelente Draft 2013; temos que manter os pés no
chão, e saber que um craque da Universidade não vira um gênio na NFL (e
vice-versa!). Acho que fizemos boas escolhas sim, e se todos entrarem bem, a
equipe estará muito fortalecida... mas ainda vejo a tabela de jogos como certa
melancolia!
Bom, Tigre escaldado tem medo de água fria, né?
Mas e vocês, leitores... o que pensam a respeito?
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