Passada a euforia da classificação para os Playoffs pelo
segundo ano consecutivo, é hora de analisarmos a partida de hoje, dia 05 de
Janeiro de 2013, às 19:30 horas (horário de Brasília), com transmissão para
todo o Brasil pela ESPN.
No ano passado, os Bengals surpreenderam à todos, com uma
equipe renovada, bastante instável na defesa, mas com um ataque explosivo,
baseado na força de uma dupla de novatos (Andy Dalton e A.J. Green), que
conquistou 09 vitórias e 07 derrotas, classificando-se para a pós-temporada
(mesmo em terceiro lugar na AFC North).
Curiosamente, enfrentamos o mesmo Houston Texans, fora de
casa, no dia 07 de Janeiro de 2012 – portanto sábado; e no mesmo horário!
Mas se você torce para os Bengals, também deve sentir
arrepios ao lembrar da facilidade com que o RB Arian Foster literalmente
atropelou nossa linha defensiva...
No final, o placar de 31 x 10 para a equipe texana
mostrou-se justo, e expôs a fragilidade do time de Cincinnati – que além de não
proteger adequadamente seu QB novato, sofria com uma linha defensiva confusa e
um jogo terrestre muito fraco.
Ainda bem que Mike Brown (presidente do clube) assistiu à
partida, pois deve ter percebido que seus dois “diamantes brutos” precisavam de
maior proteção para se desenvolver. Por isso, no Draft 2012, os Bengals
buscaram bons defensores. E no mercado de Free Agents, conseguiram contratar o
experiente e talentoso BenJarvus Green-Ellis, vindo do “todo poderoso” New
England Patriots (o que nos possibilitou um jogo terrestre excelente).
Apesar do começo instável (03 vitórias e 05 derrotas –
muitas delas para adversários inferiores tecnicamente), o time “se encaixou”,
focando na defesa e em jogadas rápidas de ataque, que nos renderam sete
vitórias em oito jogos.
Este retrospecto excelente é idêntico ao da campanha de 1981,
que nos levou ao Superbowl XVI, onde enfrentamos o San Francisco 49ers de Joe
Montana e perdemos por 26 x 21 (ou seja: por apenas uma posse de bola)!
E já que estamos falando de história, não custa lembrar que
a última vitória dos Bengals na pós-temporada aconteceu em 06 de Janeiro de
1991, contra outra equipe de Houston: os Oilers (atual Tennessee Titans),
jogando no velho Riverfront Stadium. Naquela oportunidade, vencemos fácil por
41 x 14!
Em entrevista ao Cincinnati Enquirer esta semana, o treinador
Marvin Lewis deixou claro que os Bengals não querem apenas “chegar” à
pós-temporada:
“Eu penso que nossos garotos já perceberam o que representa para o time
e para a torcida chegar aos playoffs. Mas o nosso foco, desde o início do
campeonato, não era simplesmente estar na pós-temporada. Nós queremos ganhar o
campeonato. E estamos trabalhando para isso.”
Esta é a terceira vez na história dos Bengals que a equipe
disputará uma rodada de Wild Card. Além de 2012 e 2011, estivemos nesta fase em
1975 – último ano em que o lendário Paul Brown treinou o time de Cincinnati. E
se considerarmos as últimas quatro temporadas (2009-2012), apenas sete equipes
disputaram por três vezes os playoffs: Bengals, Falcons, Ravens, Packers,
Colts, Patriots e Saints.
Nada mal, para uma equipe “pequena”, não?
Nossos adversários de hoje foram fundados em 2002, durante a
última expansão da NFL. Ao longo da história, foram sete jogos válidos
(contando apenas a temporada regular e os playoffs) entre as duas equipes. E
existe muito equilíbrio no confronto: são 04 vitórias para Houston contra 03
vitórias de Cincinnati. Mas se consideramos apenas confrontos da temporada
regular, são três vitórias para cada lado.
O Houston fez uma excelente campanha: 12 vitórias e 04
derrotas; que lhe rendeu o título da AFC South e a terceira posição na
Conferência Americana (virtualmente empatados com o New England Patriots, mas
perdendo nos critérios de desempate). Seu ataque conta com um trio poderoso –
QB Matt Schaub, RB Arian Foster e WR Andre Johnson – que lhe rendeu a 7ª
colocação no ranking da NFL; e a defesa é a 17ª melhor da temporada regular da
competição. Isto mostra o quanto a equipe é talentosa e perigosa.
Mas não é imbatível!
Apesar de terem apenas 04 derrotas na temporada regular –
foram quatro derrotas “de lavada” (na Semana 06, perderam em casa para os
Packers por 24 x 42; na Semana 14, foram até Foxboro e perderam por 42 x 14
para os Patriots; e nas últimas duas semanas, perdeu para os Vikings, em casa,
por 06 x 23; e para os Colts, fora, por 28 x 16).
Isso mostra que o “momento” dos Bengals é melhor!
Além disso, o lado direito da linha ofensiva do Houston já
se mostrou como o “calcanhar de Aquiles” da proteção ao QB Matt Schaub; que não
consegue atuar bem sob pressão. Ou seja: um prato cheio para a defesa que impôs
51 sacks durante a temporada!
Nossa grande preocupação para o jogo de hoje vêm do
departamento médico. Os Safetys titulares Chris Crocker e Taylor Mays treinaram
parcialmente na terça e na quarta-feira. O CB titular Terence Newman treinou
normalmente nesta quinta-feira e parece recuperado, assim como o RE Wallace
Gilberry (que não havia treinado na quarta). O CB Leon Hall, um dos destaques
dos últimos jogos, treinou parcialmente nesta quinta-feira – mas não fora
confirmada nenhuma lesão.
Já BenJarvus Green-Ellis, que sofreu uma lesão no tendão
antes da partida contra os Ravens, vem treinando em separado do grupo, para
fortalecer os músculos e jogar o que sabe contra os Texans. Sua recuperação é
essencial, pois nas últimas duas semanas, as nossas vitórias contra Pittsburgh
e Baltimore podem ser creditadas à defesa (já que o ataque caiu muito de
produção com a ausência do Running Back líder das estatísticas).
Se Andy Dalton puder contar com seus titulares em boa forma;
e a defesa continuar sufocando os adversários como nas últimas quatro semanas;
creio que Cincinnati irá superar a boa equipe dos Texans – confirmando sua fama
de “visitante indigesto” (foram 06 vitórias e 02 derrotas fora de casa); e
carimbando nossa passagem para o Colorado, para encarar Peyton Manning e o
Denver Broncos na próxima semana!
Ah, maldito relógio que se arrasta, viu?
Haja coração, amigo!
Enquanto aguardamos, segue alguns comparativos entre as duas equipes:
(clique na imagem para ampliá-la)
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