Bem, faltam poucos dias para mais um Superbowl! De longe, a
partida mais aguardada da temporada. Este ano, San Francisco 49ers (campeão da
NFC) e Baltimore Ravens (campeão da AFC) duelarão pelo Troféu Vince Lombardi,
numa batalha que promete ser uma das mais equilibradas de todos os tempos...
Falando nos Ravens, não custa lembrar que seu QB Joe Flacco,
em suas duas primeiras temporadas na NFL, venceu três dos quatro jogos de
pós-temporada – todos fora de casa! Parece incrível, né?
Mas vamos analisar melhor esses números...
Nestes quatro jogos somados, Flacco acertou 37 dos 85 passes
tentados, conquistando 471 jardas, com apenas 01 passe para TD, e sofreu 04
Interceptações. E mesmo em uma das vitórias, Joe acertou 04 de 10 passes
tentados, conquistando 34 jardas, sem nenhum TD (e ainda levou 01
Interceptação) – num rating de apenas
10.0!
Eu fiz questão de levantar esses números, pois vejo críticas
pesadas sobre a capacidade e o talento de Andy Dalton, que em seu segundo ano
como profissional, levou a equipe de Cincinnati pelo segundo ano à
pós-temporada. É bem verdade que a equipe também perdeu, pela segunda vez
consecutiva, para o Houston Texans. Mas a culpa por essas derrotas não pode ser
creditada exclusivamente na conta do QB Ruivo (assim como Flacco também não
merece os “louros” pelas vitórias nos playoffs nas suas primeiras duas
temporadas!).
Sinceramente? Ninguém sabe ao certo se Andy vai se
transformar em um dos principais Quarterbacks da NFL. Mas é importante destacar
que sua carreira teve um início excepcional – especialmente se você lembrar que
ele herdou uma equipe arrasada, sem suas principais estrelas, após uma campanha
de 04 vitórias e 12 derrotas...
Andrew Hawkins concorda comigo:
“Eu acho que o Andy é um QB incrível! Ele vai continuar progredindo
e melhorando, jogo após jogo, garantindo muitas conquistas e vitórias nos
playoffs nos próximos anos!”
Apesar de ser um torcedor fanático dos Bengals, no fundo eu
sabia que a equipe estaria longe de ser considerada uma candidata ao título! Afinal,
com um QB em sua segunda temporada; a maioria dos Receivers calouros (ou
segundo-anistas); um Running Back experiente (experiente demais... quiçá “decadente”,
após sua última temporada com os Patriots) e dois novatos como titulares na
posição de Center e Right Guard; parecia claro que a linha ofensiva estaria “crua”
demais para grandes pretensões!
Mas, apesar da notória inexperiência, os Bengals
conquistaram 10 vitórias e 06 derrotas, alcançando os playoffs pela segunda vez
consecutiva! Pode parecer pouco, mas não custa lembrar que isso não aconteceu
nas últimas 30 (trinta) temporadas!
O polêmico Andrew Whitworth declarou:
“Nosso objetivo era chegar mais longe e tínhamos potencial
para isso, mas mesmo assim foi uma boa temporada. Para um time jovem, é uma
grande realização alcançar os playoffs em duas temporadas consecutivas. E
conforme o tempo passa, nossas promessas vão se tornando realidade,
possibilitando alcançar nossos sonhos maiores...”
E diferentemente do que aconteceu na temporada passada,
ninguém pode acusar os Bengals de terem alcançado os playoffs simplesmente
porque encararam uma tabela fácil... Nós derrotamos três equipes que terminaram
com mais vitórias do que derrotas (Baltimore, Washington e NY Giants – último campeão
do Superbowl); e conquistamos nossa vaga em confronto direto, fora de casa,
contra o Pittsburgh Steelers!
Chris Crocker disse à imprensa:
“No começo desta temporada, eu avisei aos novatos que não
havíamos vencido nenhum dos grandes jogos de 2011. Por isso, era preciso
trabalhar em dobro, pois a tabela seria bem mais complicada e a cobrança também
aumentaria. Felizmente, conseguimos nosso primeiro objetivo: a classificação
para os playoffs. E o fizemos derrubando a supremacia de Pittsburgh e
Baltimore! Por isso, estou tão satisfeito de integrar essa equipe...”
Rey Maualuga também está otimista:
“Todo mundo está aprendendo e ganhando experiência. No ano
passado, eu pensei que nós éramos bons, mas este ano, fomos ainda melhor! Com
mais experiência e os reforços que chegarão no próximo ano, quem sabe o que
esta equipe pode fazer? Para os nossos rivais, um aviso: Cuidado! Eu penso que
Cincinnati vai dar trabalho a vocês...”
A chave para o sucesso é continuar este trabalho!
Dalton sentiu a pressão e suas performances não foram as
melhores nos últimos jogos. Ele precisa melhorar a leitura das defesas
adversárias e lançar mais bolas longas, evitando a demora no passe (que
resultou em tantos sacks).
BenJarvus Green-Ellis me surpreendeu, com seu fôlego de
garoto e grande resistência. Mas não pode ser o único corredor da equipe – pois
isto limita demais as opções de jogada de ataque terrestre (sem falar que
ninguém agüenta jogar tanto e por tanto tempo!).
Jermaine Gresham precisa se tornar mais consistente e
preciso em suas rotas, mas vêm mostrando um imenso potencial como Tight End.
Mas assim como Green-Ellis, não pode virar o “único alvo”, pois o ataque de
Cincinnati mostrou-se previsível...
Sobre a defesa, existem problemas óbvios (como os
Linebackers e Safetys); mas não é possível criticá-la – já que foi a melhor da
NFL durante a segunda metade da temporada! Precisamos de pequenos ajustes (e
não de grandes mudanças!).
Em sua entrevista, é claro que Whitworth precisava dar uma
provocada:
“A verdade é que não existe uma grande equipe hoje em dia...
Nós falhamos muito, mas existem muitas outras equipes falhando mais que a gente!”
Esta segunda derrota consecutiva, em Houston, deixou um
gosto amargo... mas não pode mudar a forma de trabalho que vem sendo implantado
pelo treinador Marvin Lewis, desde a saída de Carson Palmer, Terrell Owens e
Chad Ochoccinco...
Nas palavras de nosso treinador:
“Nós temos que viver e aprender com a derrota, para continuar
evoluindo até que haja uma vitória na pós-temporada. No próximo ano, nossa meta
é alcançá-la. Para isso, será preciso nos esforçarmos mais. Os Bengals ainda
serão uma equipe jovem, mas com a experiência de ter vivido bons e maus
momentos. As expectativas também crescerão... e acredito que o céu será o
limite em 2013!”
E a construção deste trabalho, começa em abril – durante o
Draft 2013!
Apesar de não figurarmos entre os primeiros times a escolher
os novatos, as trocas (em especial a negociação de Palmer com os Raiders) nos
renderam 03 escolhas dentre as primeiras 54 – o que deve nos render pelo menos
02 atletas “de impacto” (de preferência entre os Running Backs e os Outside
Linebackers).
Segundo Brian Simmons (ex-coordenador de draft dos Bengals –
uma espécie de “olheiro”), a posição de Cincinnati é interessante:
“Para o próximo ano, não será possível draftar uma ‘grande
promessa’; mas a equipe já demonstrou em 2012 que vários ‘bons jogadores’ podem
fazer uma equipe ainda melhor do que aquelas centradas numa única estrela”.
Como exemplos, podemos citar o WR Mohamed Sanu (draftado na
3ª rodada de 2012), que anotou 04 TD’s em 03 jogos (antes de sofrer uma fratura
no pé que lhe sacou do fim da temporada); e o CB Shaun Prater (também draftado
na 3ª rodada), que impressionou a todos com sua boa leitura de jogo e
velocidade na cobertura das jogadas adversárias.
Isto sem falar que a equipe contará (tomara) com a efetiva
participação dos bons jogadores draftados este ano – como o CB Dre Kirkpatrick
e o DT Devon Still; que jogaram muito pouco graças às lesões sofridas.
Para Rob Rang (especialista da CBSSports.com), os Bengals
podem alcançar ótimos resultados no Draft de 2013, porque a maioria dos outros
times precisam ocupar posições mais visadas – o que deve nos dar a chance de
boas contratações:
“Os Bengals não podem disputar a contratação de um jogador
Top 10. Mas terão vantagem sobre os rivais, na luta pelos jogadores do Top 20,
30, 40, 50 e 60. Afinal, um jogador draftado na posição nº 35 é praticamente igual
a outro draftado na 10ª posição. Por isso, acredito que Cincinnati fará outro
bom draft este ano. Obviamente, a torcida ficou desapontada com as lesões de
seus jogadores novatos. Mas é bom lembrar que eles estão acumulando bons
jogadores para 2013. Eles já tem um bom QB. Eles têm o melhor recebedor da
liga. Em todas as posições concorridas, eles tem pelo menos um bom nome. E em
alguns casos, já apresentam duas ótimas opções – como o talentoso Sanu, garoto
forte, com boas mãos e uma inteligência rara para achar rotas seguras”.
A única coisa que podemos afirmar é que os Bengals terão a
chance de draftar pelo menos três bons jogadores – já que nas duas primeiras
rodadas, terá as posições nº 21, 37 (mais uma vez: duplamente obrigado,
Oakland!) e 54. Talvez optem por escolher um OLB, como Chase Thomas (de
Stanford), Jamie Collins (Southern Mississippi) ou Khaseem Green (Rutgers). Mas
também podem focar em bons corredores, para alternar jogadas com Green-Ellis.
Os especialistas especulam os nomes de Kenjon Barner (Oregon), Jonathan Franklin
(UCLA) ou Robbie Rouse (Fresno State).
Mike Mayock, analista da NFL Networks, garante:
“Esta foi uma boa ‘safra’ de Linebackers. Eles realmente
entenderam a sua postura em campo – seja jogando pelo meio ou pelas laterais;
possibilitando grandes variações de esquemas de jogo. Mas eles [Bengals]
realmente precisam melhorar as jogadas de ataque. E a boa notícia é que não
será tão complicado encontrar bons Running Backs também. Seria bom renovar os
contratos de alguns jogadores, como Thomas Howardredhabs e Rey Maualuga; mas se
não for possível, pode-se encontrar sucessores a altura no próximo draft. O
importante é que a comissão técnica permaneceu, e isso é um excelente começo”.
É claro que o cenário para 2013 é muito nebuloso... e até
que a primeira bola oval singre os céus de Cincinnati, em agosto, muitas águas
vão rolar! Mas é possível acreditar que a equipe de 2013 seja ainda melhor do
que a de 2012 – e que Andy Dalton vá calar seus críticos, assumindo
definitivamente seu posto no panteão dos QB’s históricos!
Afinal, se Joe Flacco está lá... em New Orleans... a um
passo de conquistar o Superbowl... Por que não sonhar com o título do esquadrão
bengali em 2013, hein?