Marvin Ronald Lewis
nasceu em 23 de Setembro de 1958, na
pequena cidade de McDonald, Pennsylvania (distante cerca de 30 km a
sudoeste de Pittsburgh). Segundo o Censo de 2010, McDonald conta
atualmente com 2.149 habitantes –
mas a cidade é o berço de Jay Livingston
(compositor que venceu o Oscar de
melhor trilha sonora por três vezes – 1948,
1950 e 1956; além do tema de abertura do seriado Bonanza); de seu irmão Alan
Livingston (presidente da Capitol
Records que criou o Palhaço Bozo
– além de lançar grandes nomes no mercado norte-americano, como Frank Sinatra e os besouros de Liverpool); e
também viu nascer outro treinador da NFL:
Marty Schottenheimer (com passagens
pelos Browns, Chiefs, Redskins e Chargers; entre os anos de 1980 e 2000).
Aos nove anos de idade, Marvin
começou a jogar futebol americano (como Safety e também como Quarterback)
pela equipe de seu colégio – Fort Cherry
High School; embora tenha praticado luta livre e jogado baseball muito bem
durante a adolescência!
Entre os anos de 1977
e 1980, já na Idaho State University, Lewis
destacou-se como Linebacker – sendo eleito por três vezes consecutivas para a “seleção
da Big Sky Conference” (carreira que o imortalizou no Hall da Fama desta universidade em 2001). E dou um doce para quem
adivinhar qual é o mascote desta instituição de ensino...
Coincidência? Eu acho que não...
Infelizmente, Marvin
não conseguiu jogar profissionalmente na NFL
– mas iniciou uma bem sucedida carreira como Treinador de Linebackers
na própria Idaho State University
(onde conquistou o título da NCAA Division I-AA em sua temporada
de estréia). Lewis permaneceu no
comando técnico dos Bengals de Idaho por quatro anos, antes de se transferir para a
Long Beach State (1985-1986); University of New Mexico (1987-1989)
e finalmente chegou à University of
Pittsburgh (1990-1991).
Paralelamente à sua carreira de Treinador Universitário, Marvin fez estágios junto às comissões
técnicas do Kansas City Chiefs e do San Francisco 49ers; antes de ser
contratado como Treinador de Linebackers do Pittsburgh Steelers em 1992...
Apesar de relativamente curta (apenas quatro temporadas),
sua passagem pela equipe auri-negra fora extremamente vitoriosa – quatro vezes
nos playoffs
(1992, 1993, 1994 e 1995); três títulos da AFC
Central (1992, 1994 e 1995); um título da Conferência Americana (1995); e uma participação no Super
Bowl XXX (derrota para o Dallas
Cowboys, por 27 x 17, no Sun Devil Stadium, em Arizona).
Em 1996, Marvin Lewis foi contratado pela “recém-fundada”
equipe de Baltimore, assumindo o
posto de Coordenador Defensivo – cargo que ocupou por seis anos e
contribuiu decisivamente para a fama da “temível defesa” dos Corvos
Púrpuras! Especialmente após a temporada de 2000, quando os Ravens
estabeleceram novos recordes de menos jardas terrestres cedidas (970)
e de menos
pontos sofridos (165) desde que a NFL passou a ser disputada em
temporadas de 16 jogos. E claro que o completo e absoluto domínio sobre o New York Giants, no Super
Bowl XXXV (vitória de Baltimore
por 34 x 07), coroou esta campanha
incrível do sistema defensivo comandado por Lewis!
Em 2002, Marvin foi cotado para assumir o posto
de Treinador
Principal de várias equipes – dentre as quais destacamos a negociação
com o Tampa Bay Buccaneers. Segundo
os jornais da Flórida, o General
Manager Rich McKay havia apresentado uma proposta formal, aceita pelos Ravens (que rescindiu o contrato de Lewis amigavelmente); mas a Família Glazer (proprietária dos Bucs e do Manchester United) optou por Jon
Gruden...
Não podemos acusá-los de terem feito um “mal negócio” (já
que em 2002 o Tampa Bay conquistou o Super Bowl XXXVII, derrotando o Oakland Raiders por 48 x 21 na Califórnia); mas Malcolm
Glazer quase arruinou a carreira promissora de Marvin Lewis – agora desempregado graças a esta “mudança de
opinião” repentina!
Por sorte, surgiu uma vaga de Coordenador Defensivo no Washington Redskins; e seu currículo
vitorioso o credenciou para a vaga na Capital Federal. E seu desempenho
não fora tão ruim: 07 vitórias e 09 derrotas, com um saldo negativo -58 pontos
na temporada regular (números próximos das estatísticas de 2001). Mas a ausência nos playoffs e seu sonho de assumir o
comando de uma equipe na NFL foram
decisivos para que Marvin Lewis
deixasse os “peles vermelhas” no fim do ano e desembarcasse em Cincinnati!
Como vimos nos capítulos anteriores, nos últimos 15 anos, os
Bengals tornaram-se o grande “saco
de pancadas” da liga (52 vitórias e 108 derrotas na década de
1990); e vinha de outra temporada
desastrosa em 2002 (02
vitórias e 14 derrotas). E mesmo a chegada de um novo Treinador ou a primeira
escolha no Draft de 2003 pareciam indicar uma mudança significativa nesta
tendência...
Ledo engano!
O dia 14 de Janeiro
de 2003 (data da assinatura do contrato com o nono Treinador Principal da
história dos Bengals) marcou o
início do renascimento da equipe!
E este fenômeno também passou pela escolha do Quarterback
Carson Palmer (Southern California)
na 1ª
posição geral do Draft – embora o veterano Jon Kitna tenha permanecido como titular da equipe em 2003 (sendo responsável por todas as
jogadas ofensivas de Cincinnati
nesta temporada – um feito inédito em nossa história)...
Vejamos como foram os jogos:
1ª Rodada – 07.09.2003 – Bengals 10 x 30
Broncos;
2ª Rodada – 14.09.2003 – Raiders 23 x 20 Bengals;
3ª Rodada – 21.09.2003 – Bengals 10 x 17
Steelers;
4ª Rodada – 28.09.2003 – Browns 14 x 21
Bengals;
5ª Rodada – 05.10.2003 – Bills 22 x 16 Bengals
(Prorrogação);
6ª Rodada – 19.10.2003 – Bengals 34 x 26
Ravens;
7ª Rodada – 26.10.2003 – Bengals 27 x 24
Seahawks;
8ª Rodada – 02.11.2003 – Cardinals 17 x 14 Bengals;
9ª Rodada – 09.11.2003 – Bengals 34 x 27
Texans;
10ª Rodada – 16.11.2003 – Bengals 24 x 19
Chiefs;
11ª Rodada – 23.11.2003 – Chargers 27 x 34
Bengals;
12ª Rodada – 30.11.2003 – Steelers 20 x 24 Bengals;
13ª Rodada – 07.12.2003 – Ravens 31 x 13 Bengals;
14ª Rodada – 14.12.2003 – Bengals 41 x 38
49ers;
15ª Rodada – 21.12.2003 – Rams 27 x 10 Bengals;
16ª Rodada – 28.12.2003 – Bengals 14 x 22
Browns.
A torcida percebeu que “novos ventos” estavam soprando para
longe a maldição que se abateu sobre a equipe (principalmente após a inesperada
vitória sobre os Chiefs – que
chegaram à 10ª Rodada com um retrospecto de 09 vitórias em 09 jogos);
e os Bengals tiveram o maior público
total de seus jogos em casa em uma única temporada (479.488 espectadores);
além do recorde de público no Paul Brown
Stadium (65.362 presentes na derrota para Cleveland na última rodada)!
Evidentemente, as 08 vitórias de 2003 não foram suficientes para nos levar aos playoffs; mas o
desempenho da equipe não serviu somente para renovar as esperanças do torcedor
por “dias
melhores”! Os Bengals
levaram dois atletas ao Pro Bowl (Tackle Willie Anderson e
o WR
Chad Johnson); e o estreante Marvin
Lewis ficou em segundo lugar na votação para “Técnico do Ano” (título que
merecidamente ficou nas mãos de Bill
Belichick)!
Falando em Chad “Ochocinco” Johnson, o polêmico Wide
Receiver mostrou-se em ótima forma – liderando com folga as
estatísticas do jogo aéreo (90 recepções para 1.355
jardas e 10 TD’s). Já Corey
Dillon perdeu espaço para Rudi
Johnson, novo líder das estatísticas no jogo terrestre (215
corridas para 957 jardas e 09 TD’s). E como dissemos
acima, Jon Kitna não deu chances ao
calouro Palmer (324 passes completos em 520
tentativas; conquistando 3.591 jardas; com 26
TD’s; 15 INT’s; e Rating de 87.4).
Belichick não
apenas fez a melhor campanha da Conferência Americana na Temporada
Regular; mas também conduziu os Patriots
por duas vitórias em casa nos playoffs (17 x 14 sobre o Tennessee
Titans e 24 x 14 sobre o Indianapolis Colts); levando o New England para o Super Bowl XXXVIII – onde
bateu o Carolina Panthers por 32 x 29; conquistando seu segundo Troféu
Vince Lombardi...
Em 2004, a
diretoria dos Bengals promoveu a
troca do gramado do Paul Brown Stadium
(removendo a grama natural e substituindo pela grama sintética). Os uniformes
da equipe também mudaram (adotando um designer mais “moderno” e arrojado; além
de cores mais vibrantes – em especial na bela terceira camisa laranja). E Carson Palmer finalmente assumiria a titularidade
da equipe!
Mas apesar de todas essas mudanças anunciadas durante a offseason;
em campo, o desempenho da equipe decepcionou: quatro derrotas nos primeiros
cinco jogos... Felizmente, o time se recuperou – e conquistou sete vitórias nas
últimas 11 partidas!
1ª Rodada – 12.09.2004 – Jets 31 x 24 Bengals;
2ª Rodada – 19.09.2004 – Bengals 16 x 13
Dolphins;
3ª Rodada – 26.09.2004 – Bengals 09 x 23
Ravens;
4ª Rodada – 03.10.2004 – Steelers 28 x 17
Bengals;
5ª Rodada – 17.10.2004 – Browns 34 x 17 Bengals;
6ª Rodada – 25.10.2004 – Bengals 23 x 10
Broncos;
7ª Rodada – 31.10.2004 – Titans 27 x 20 Bengals;
8ª Rodada – 07.11.2004 – Bengals 26 x 03
Cowboys;
9ª Rodada – 14.11.2004 – Redskins 10 x 17 Bengals;
10ª Rodada – 21.11.2004 – Bengals 14 x 19 Steelers;
11ª Rodada – 28.11.2004 – Bengals 58 x 48
Browns;
12ª Rodada – 05.12.2004 – Ravens 26 x 27 Bengals;
13ª Rodada – 12.12.2004 – Patriots 35 x 28 Bengals;
14ª Rodada – 19.12.2004 – Bengals 17 x 33
Bills;
15ª Rodada – 26.12.2004 – Bengals 23 x 22
Giants;
16ª Rodada – 02.01.2005 – Eagles 10 x 38 Bengals.
Estas oito vitórias foram marcadas pelo expressivo
desempenho individual de alguns atletas – em especial do T Willie Anderson; CB
Tory James; WR Chad Johnson e do RB Rudi Johnson (todos convocados ao
Pro
Bowl – número recorde de jogadores dos Bengals em uma única edição do “jogo das estrelas” desde
a temporada de 1990). Mas não foram
suficientes para nos levar aos playoffs... apesar da torcida continuar
apoiando incondicionalmente a equipe (quebrando o recorde de público da
temporada anterior, estabelecendo nova marca: 524.248 espectadores
presentes nas arquibancadas do PBS)!
Carson Palmer foi
relativamente bem, em sua temporada de estréia “efetiva” (263 passes completos em 432
tentativas; conquistando 2.897 jardas; com 18
TD’s; 18 INT’s; e Rating de 77.3); e recebeu o prêmio
de AFC
Offensive Player of the Week após a incrível “virada” sobre os Ravens no dia 05 de Dezembro. Mas longe
de justificar uma primeira escolha no Draft; e ainda sofreu uma lesão no
joelho no jogo seguinte...
Os Johnson’s continuaram sendo as
estrelas do ataque, com Chad no jogo
aéreo (95 recepções para 1.274 jardas e 09 TD’s) e Rudi no jogo terrestre (361
corridas para 1.454 jardas e 12 TD’s). Confesso que
não vou resistir ao trocadilho: Essa dupla Johnson
& Johnson veio para acabar com o sofrimento da torcida! Então... “Chega
de Lágrimas” (“No More Tears”), Cincinnati!
Na pós-temporada, os Steelers
chegaram a final da Conferência Americana com a melhor campanha na temporada
regular (após derrotarem o N.Y. Jets
na prorrogação por 20 x 17); mas
perderam em casa para o New England
Patriots (que na rodada anterior venceram os Colts por 20 x 03 no Gillete Stadium) por expressivos 27 x 41! E os garotos de Belichick venceram seu terceiro Super
Bowl (o segundo consecutivo) ao baterem o Philadelphia Eagles por 24 x
21 (SB XXXIX, em Jacksonville,
Flórida)...
Após dois anos de “quase”... finalmente chegamos à pós-temporada!
Uma incrível campanha de 11 vitórias e apenas 05
derrotas garantiu nosso primeiro título da AFC North (sexto título
de Divisão
da nossa história); e nossa oitava participação nos playoffs (algo que não
acontecia desde 1990)!
Pois é, meus caros rivais...
As piadas sobre o Tigre-de-Bengala já não eram tão
engraçadas em 2005, né?
Cincinnati estabeleceu inúmeros recordes defensivos nesta
temporada, tais como:
Menor número de Fumbles sofridos: 06;
Menor número de Sacks sofridos: 21;
Saldo de Turnovers: +24;
Número de Interceptações: 31;
Pontos Marcados pela Defesa: 44;
Pontos Sofridos pelo Ataque: 20;
Vitórias Fora de Casa: 06.
E o ataque acompanhou o ritmo de desenvolvimento da defesa,
com o trio Palmer – Johnson & Johnson brilhando cada vez mais! Nosso QB
terminou sua segunda temporada liderando os Bengals com 345 passes completos em 509
tentativas; conquistando 3.836 jardas; com 32
TD’s; 12 INT’s; e Rating de 101.1. Rudi continuou imbatível no jogo
terrestre (337 corridas para 1.458 jardas e 12 TD’s); e Chad liderando o jogo aéreo (97
recepções para 1.432 jardas e 09 TD’s) – embora outro
recebedor também tenha se destacado (e não apenas pelo nome complicado): T.J. Houshmandzadeh! Esta dupla,
somada, obteve 175 recepções e conquistou 2.388 jardas aéreas...
Estes ótimos números se refletiram na convocação de cinco
atletas para o Pro Bowl – T Willie Anderson, K
Shayne Graham, WR Chad Johnson, CB Deltha O’Neal e QB
Carson Palmer! Mas não foram os únicos destaques: Odell Thurman igualou o recorde de Tommy Casanova (estabelecido em 1972), e tornou-se o segundo novato a conseguir 05
Interceptações em sua temporada de estréia! Nada mal para um Linebacker
inexperiente, hein? E pelo terceiro ano consecutivo, o recorde de público total
do PBS foi quebrado: 526.469
pessoas assistiram aos jogos em Cincinnati...
1ª Rodada – 11.09.2005 – Browns 13 x 27 Bengals;
2ª Rodada – 18.09.2005 – Bengals 37 x 08
Vikings;
3ª Rodada – 25.09.2005 – Bears 07 x 24
Bengals;
4ª Rodada – 02.10.2005 – Bengals 16 x 10
Texans;
5ª Rodada – 09.10.2005 – Jaguars 23 x 20 Bengals;
6ª Rodada – 16.10.2005 – Titans 23 x 31 Bengals;
7ª Rodada – 23.10.2005 – Bengals 13 x 27
Steelers;
8ª Rodada – 30.10.2005 – Bengals 21 x 14 Packers;
9ª Rodada – 06.11.2005 – Ravens 09 x 21
Bengals;
10ª Rodada – 20.11.2005 – Bengals 37 x 45
Colts;
11ª Rodada – 27.11.2005 – Bengals 42 x 29
Ravens;
12ª Rodada – 04.12.2005 – Steelers 31 x 38 Bengals;
13ª Rodada – 11.12.2005 – Bengals 23 x 20
Browns;
14ª Rodada – 18.12.2005 – Lions 17 x 41 Bengals;
15ª Rodada – 24.12.2005 – Bengals 27 x 37
Bills;
16ª Rodada – 01.01.2006 – Chiefs 37 x 03 Bengals.
Os Bengals
conquistaram o título da Divisão – mas os Steelers terminaram com o mesmo
retrospecto (11 vitórias e 05 derrotas). A diferença foi o número de
vitórias dentro da própria AFC North (Cincinnati obteve 05 vitórias e 01 derrota; enquanto Pittsburgh teve 04 vitórias e 02 derrotas).
E quis o destino que encarássemos os metalúrgicos logo na primeira rodada
da pós-temporada...
Os Colts
terminaram com a melhor campanha da Conferência Americana (14
vitórias e 02 derrotas); seguidos pelo Denver Broncos (13 vitórias e 03 derrotas). Estes
dois times puderam descansar durante a Rodada de Wild Card – onde os Bengals (terceira melhor campanha)
enfrentaram os Steelers (equipe pior
classificada); e os Patriots (“pior
campeão” – 10 vitórias e 06 derrotas) enfrentaram o Jacksonville Jaguars (12 vitórias e 04 derrotas).
Era evidente a tensão em cada um dos 65.870 torcedores que
lotavam o Paul Brown Stadium,
naquele fim de tarde de domingo (08 de Janeiro de 2006). Afinal, já
haviam se passado 15 anos desde a última aparição dos Bengals nos playoffs – e pela primeira vez,
encararíamos nossos rivais (e algozes) Steelers
na pós-temporada!
Pittsburgh, como
sempre, jogou sujo... e logo na segunda jogada ofensiva dos Bengals, Kimo Von Oelhoffen acertou violentamente nosso Quarterback titular –
lesionando seu joelho e tirando Palmer
da partida! Mesmo assim, seu passe de 66 jardas para Chris Henry (jogador novato, draftado na terceira rodada, que
também deixaria esta partida lesionado) foi bem sucedido, possibilitando o
chute de 23 jardas de Shayne Graham para abrir o placar!
Ainda no 1º Quarto, Jon Kitna completou três passes consecutivos e o ataque de Cincinnati avançou por 40
jardas (além das 11 jardas terrestres desta
campanha). E Rudi Johnson tratou de
ampliar a vantagem para 10 x 00,
após uma corrida de 20 jardas para TD!
Festa nas arquibancadas!
A maldição parecia ter acabado!
Parecia...
No 2º Quarto, Willie Parker recebeu um passe de 19 jardas de Ben Roethlisberger; e os Steelers diminuíram a desvantagem para 10 x 07... Por sorte, Kitna entrou bem no jogo; e quatorze
jogadas depois, acertou um passe de sete jardas para T.J. Houshmandzadeh anotar o segundo TD dos Bengals!
Com a vantagem de 10 pontos restaurada, o torcedor de Cincinnati pode respirar aliviado por
alguns minutos...
Mas Big Ben, para
variar, jogou muito contra os Bengals...
Ele acertou um passe de 54 jardas para Cedrick Wilson; posicionando a equipe visitante bem próxima de
nossa End Zone. Dali, só precisou um passe curto, de apenas cinco
jardas, para Hines Ward deixar o
placar em 17 x 14...
Depois do intervalo, o ataque de Cincinnati conseguiu um excelente avanço de 62 jardas até a marca de
15 do campo de ataque. Mas o Treinador Marvin Lewis não quis
arriscar uma conversão de quarta descida; e Shayne Graham entrou em campo para converter um Field
Goal de 34 jardas...
Algo relativamente simples...
Não fosse o erro bisonho cometido pelo Center Brad St. Louis,
que lançou a bola por cima da cabeça de Kyle
Larson (nosso Holder)! Graham
conseguiu recuperar a bola e evitar um estrago ainda maior, mas a próxima
campanha de Pittsburgh já começou na
marca de 34 jardas de seu campo de defesa...
Sete jogadas depois, Jerome
Bettis corria para dentro de nossa End Zone...
E o placar mostrava: Bengals
17 x 21 Steelers...
Ainda neste 3º Quarto, a dupla Roethlisberger–Wilson protagonizou outro lance memorável: passe de 43
jardas para TD dos metalúrgicos...
Cincinnati sentiu
o duro golpe, e no último Quarto, começou a forçar demais os
passes – resultando em duas Interceptações “fatais”. A primeira,
recuperada pelo LB James Farrior, foi retornada por 22 jardas e facilitou o
trabalho de Jeff Reed (que converteu
um FG
de 23
jardas). E a segunda, recuperada pelo Safety Troy Polamalu,
colocou um ponto final na partida – possibilitando ao time visitante correr com
a bola para gastar o relógio...
Fim de jogo: vitória dos Steelers por 17 x 31...
Na semi-final, Pittsburgh
venceu fora de casa o Indianapolis Colts
por 18 x 21; e na final da AFC,
conquistou seu sexto título de Conferência, ao bater os Broncos, em Denver, por 17 x 34. Com
isso pode disputar o Super Bowl XL, em Detroit, contra o Seattle Seahawks (equipe com a melhor campanha da NFC).
E mais uma vez venceu (31 x 10),
conquistando pela quinta vez o Troféu Vince Lombardi...
Apesar da decepção e do “gosto amargo” deixado pela
eliminação em casa, a torcida dos Bengals
estava satisfeita com a boa campanha – lembrando os “anos dourados” da década
de 1980! E aguardava ansiosa pela
campanha de 2006...
Durante toda a offseason, especialistas discutiam
se Carson Palmer teria condições de
jogo (após a grave lesão sofrida no jogo contra os Steelers); mas nosso Quarterback conseguiu se recuperar
totalmente e foi titular em todos os 16 jogos da temporada! E com bons
números: 324 passes completos em 520 tentativas; conquistando 4.035
jardas; com 28 TD’s; 13 INT’s; e Rating de 93.9. Tanto que
fora convocado mais uma vez para o Pro Bowl (ao lado do WR
Chad Johnson e T Willie Anderson)!
Aliás, a dupla Johnson & Johnson continuou
imbatível nas estatísticas ofensivas da equipe de Cincinnati: Rudi o
melhor RB (341 corridas para 1.309 jardas e 12 TD’s); e Chad o melhor WR (87 recepções para 1.369
jardas e 07 TD’s). Mas pela primeira vez na história da franquia,
tivemos dois atletas ultrapassando a marca de 1.000 jardas recebidas
numa mesma temporada – trata-se, obviamente, da performance de T.J. Houshmandzadeh (1.081
jardas). Na defesa, destaque para o DE Robert Geathers
(primeiro jogador dos Bengals a
ultrapassar a marca de 10 Sack’s desde 1992).
E o começo da temporada não poderia ter sido melhor: três
vitórias nos três primeiros jogos!
Infelizmente, a equipe sofreu um
revés, e perdeu 04 das próximas 05 partidas – mas surpreendentemente
se recuperou, e venceu quatro jogos seguidos!
Faltando 03 jogos para o fim da
temporada, e com um retrospecto de 08 vitórias e 05 derrotas; estávamos
bem próximos da conquista do bi-campeonato da AFC North (ou pelo menos
na briga por uma vaga na pós-temporada)...
1ª Rodada – 10.09.2006 – Chiefs 10 x 23 Bengals;
2ª Rodada – 17.09.2006 – Bengals 34 x 17
Browns;
3ª Rodada – 24.09.2006 – Steelers 20 x 28
Bengals;
4ª Rodada – 01.10.2006 – Bengals 13 x 38
Patriots;
5ª Rodada – 15.10.2006 – Buccaneers 14 x 13 Bengals;
6ª Rodada – 22.10.2006 – Bengals 17 x 14
Panthers;
7ª Rodada – 29.10.2006 – Bengals 27 x 29 Falcons;
8ª Rodada – 05.11.2006 – Ravens 26 x 20
Bengals;
9ª Rodada – 12.11.2006 – Bengals 41 x 49
Chargers;
10ª Rodada – 19.11.2006 – Saints 16 x 31 Bengals;
11ª Rodada – 26.11.2006 – Browns 00 x 30 Bengals;
12ª Rodada – 30.11.2006 – Bengals 13 x 07
Ravens;
13ª Rodada – 10.12.2006 – Bengals 27 x 10 Raiders;
14ª Rodada – 18.12.2006 – Colts 34 x 16 Bengals;
15ª Rodada – 24.12.2006 – Broncos 24 x 23 Bengals;
16ª Rodada – 31.01.2006 – Bengals 17 x 23
Steelers (Prorrogação).
Exatamente...
No último dia do ano, perdemos em casa, para Pittsburgh, na prorrogação...
Se tivéssemos vencido este último jogo, teríamos alcançado a
vaga nos playoffs – já que terminaríamos com 09 vitórias e 07 derrotas;
empatados com Kansas City Chiefs e Denver Broncos (mas levando vantagem
nos critérios de desempate)...
Mas a vitória dos Steelers
nos tirou a vaga e não os levou à pós-temporada!
Ou seja: morremos “abraçados”!
Baltimore Ravens,
campeão da AFC North (13 vitórias e 03 derrotas); acabou
derrotado em casa pelo Indianapolis
Colts (campeão da AFC South, mas com campanha pior: 12
vitórias e 04 derrotas), na semifinal, pelo placar de 06 x 15...
Mesmo tendo apenas a terceira melhor campanha da Conferência
Americana, o time de Indiana
decidiu em casa o título – enfrentou o New
England Patriots (pior dos campeões de Divisão) e venceu apertado, pelo
placar de 38 x 34! Porém, no Super
Bowl XLI, Peyton Manning e
companhia atropelaram o Chicago Bears
(equipe de melhor campanha na Conferência Nacional), por sonoros 29 x 17...
Marvin Lewis não
conquistou nenhum resultado significativo nestes primeiros quatro anos à frente
dos Bengals (exceto a campanha de 2005); mas o garoto de McDonald conseguiu algo muito mais
importante: resgatou o amor da torcida de Cincinnati
pela equipe; bem como devolveu o orgulho e o espírito de luta para os
jogadores! Em pouco tempo, esta geração de Carson
Palmer, Chad Johnson, Chris Henry, Robert Geathers, Deltha
O’Neal, Domata Peko, Shayne Graham, T.J. Houshmandzadeh e Rudi
Johnson; conseguiu transformar o “saco de pancadas” da AFC
North numa equipe competitiva!
Mas esta geração talentosa tinha um grave problema: eram
rebeldes!
Verdadeiros gênios indomáveis...
E claro que, cedo ou tarde, iriam sair do controle!